Eu e Mara levamos os dois, ela e Gabriel. Ele não agüentou a confusão e chorou pra vir embora. Estava armado o conflito. Mariana queria ficar. Gabriel, chorando pra sair. No palco, Lizoel Costa, jornalista dos bons e amigo de confiança, era um dos guitarristas da banda que animava o evento.
Colocamos Mariana na primeira fila, fiz um sinal para o Lizoel e combinei que ele a deixaria em casa quando o evento acabasse. Ele topou. Fomos embora. O tempo passou muito além do previsto para o retorno e os dois não chegavam. Numa época em que os telefones celulares ainda não eram tão comuns, só nos restava confiar no Lizoel e rezar para que tudo estivesse bem.
Antes que a angústia se apoderasse totalmente de nós, o Lizoel tocou a campainha. Alívio geral, ele explicou – eu queria vir logo, mas a Mariana me intimou a "tomarmos algo" antes de voltar para casa. E eu não tive como resistir.
E lá se foram para o primeiro boteco que encontraram, repartir uma coca-cola. O Lizoel, tiozão, se achando o máximo. Ao fim da coca ele chamou o garçom, mas ela tomou-lhe a frente. Puxou da bolsa o dinheiro pra “pagar a conta”. Mariana é assim desde pequena, nunca deixa barato.
Lembrei dessa história hoje porque recebi uma mensagem do Lizoel. Na década de 80, ele era um dos integrantes do “Língua de Trapo”, grupo que fazia música e humor, surgido no movimento que ficou conhecido como “vanguarda paulistana”.
´"Lingua de Trapo" - o Lizoel é o barbudinho, segundo da esquerda para a direita, lá atrás. |
Ao final da apresentação, empolgado que só, o “metaleiro” Lizoel literalmente acaba com a guitarra, ao vivo e a cores, em cadeia nacional. O detalhe: a guitarra, uma Dolphin Starlock, tinha sido conseguida por empréstimo junto à fábrica de instrumentos musicais, só para aquele show. A cena, primeira do estilo a acontecer numa apresentação de um grupo brasileiro, ficou registrada para sempre. Sobretudo na memória dos patrocinadores.
Ele me mandou o link com a cena e eu o coloquei aí embaixo. Vale a pena assistir. O Lizoel é o guitarrista barbudinho e sem camisa, com ar de sádico, que destrói a guitarra novinha, ao final da apresentação. Tenho certeza de que se a Mariana soubesse desse episódio naquela época, era capaz de exigir que ele fizesse o mesmo no show da Disney.
Aqui na Câmara não dá para ver o vídeo, mas chegando em casa verei. Falei com o Lizoel semana passada, temos que marcar algo. Abração!
ResponderExcluirCombinado, Pael. Fico ligado e esperando o sinal de vocês. Abraço e boa semana.
ResponderExcluircara... eu me lembro bem disso...
ResponderExcluirembora nunca tenha sido metaleiro, achei a música bem interessante... agora, acabar com uma guitarra novinha... que nem era dele... deve ter dado uma dor de cabeça no dia seguinte...
Ô Luiz, na verdade a guitarra foi doada pela fábrica pra ser quebrada! rssss!! Foi um puta merchandising para a Dolphin! Eu tinha uma Ibanez Japonesa que, com certeza, nunca quebraria num palco! rssssss! Abraços!!
ResponderExcluirKKKKKKKK agora entendi... é que, no texto do Maranhão, qdo cita que a Dolphin "tinha sido conseguida por empréstimo junto à fábrica", me levou a suspeitar que o dono realmente só a havia emprestado, e não, "sacrificado" a coitada...
ResponderExcluirAquele abraço! e viva o Lingua de Trapo!!!!