sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sóley - Halloween

Musiquinha de sexta à tarde.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Samba Pa Ti - Santana

Como nos velhos tempos. Um clássico com sabor de boa memória.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Tenente Onoda, os americanos declararam guerra.
Sua missão é defender o império japonês a qualquer custo.
Resista. E nunca se entregue.
Nunca se entregue.
Nunca se entregue.

Era 1944. A guerra começou. O Japão se rendeu. A guerra terminou, sem que Onoda ficasse sabendo.

As palavras do comandante a Onoda, entretanto, ecoaram por 30 anos em sua mente. Grudaram em sua alma militar como tatuagem.

Rios, selvas e montanhas. Invernos e verões.
Onoda liderou seu pequeno grupo nas selvas das Filipinas como se a guerra fosse eterna. Os panfletos espalhando a notícia de que a guerra tinha acabado eram uma estratégia do inimigo.

O tempo foi vencendo a batalha. Muitos morreram. Onoda seguiu firme. Até que um dia, trinta anos depois da primeira ordem, o mesmo homem que lhe comandara deu-lhe a contra-ordem: era preciso terminar com a aquilo. Render-se à realidade. A guerra imaginaria de Onoda chegava ao fim.

O último herói de guerra japonês custou a acreditar. Entregou sua espada e preservou sua dignidade.

Durante anos, viveu uma vida simples, de fazendeiro, em terras brasileiras. Voltou ao Japão uma última vez, com a certeza de que voltava para virar semente no solo da terra que tanto defendeu. Ontem, Hiroo Onoda, aos 91 anos, encerrou sua jornada humana.

Espera-se que no lugar onde ele descansa agora nasça uma imponente árvore que dê boa sombra e bons frutos.  

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A sede do peixe

Claudia e Rui, amigos de bons tempos e de outras plagas. 
Hoje sonhei com Claudinha Girelli.
Acordei pensando nela. Cláudia é casada com Rui, mãe de Paulo Vitor, Bruno, Maria, e Ruizinho. O primeiro, conheço desde pequeno, Estudou com Mariana, minha filha. E até hoje é um dos seus melhores amigos. Os três últimos e o pai deles, conheci em Lisboa.

O face não serve pra outra coisa que não seja pra matar a saudade dos outros. Dos amigos, principalmente.

Corri pro face encontrei Claudinha.
Ela riu (eu sei).
Eu também.

Dai, que ela me contou que demorou a responder ao meu chamado porque estava vendo "A sede do Peixe". Um documentário feito em 1997, com Milton Nascimento, a turma do Clube da Esquina e um time de senhores e senhoras, todos com letra maiúscula, da música brasileira.

Daí, que eu entendi o sonho com Claudinha. Ela que é de Campo Grande e morou muito tempo em Portugal, (sabe-se lá por quê) estava me avisando que estava na hora de eu voltar pra Minas. E alcançar aquela poesia. Nem que fosse virtualmente. Nem que fosse.

Então, meu dia se deixou roubar uma hora e pouco.
E foi como se eu tivesse feito uma longa viagem de férias.

Sonho bom, Claudinha.
Bom reencontrá-la por aqui.
Bom reencontrar Minas e seus meninos e meninas.

Meu dia, que andava tenso, e chato, e um pouco triste, melhorou e muito.
Tanto, que eu resolvi dividir a melhora do meu dia com o máximo de gente possível.

Pronto, tá aí. É só você deixar que o seu dia roube uma hora e pouco do tempo. É pra poesia. Pode deixar!

O mar


O mar?
O mar é um tanto de terra assim...
cheinho de água!

Olha o garçom novo aí, gente!


Aqui em Brasília, a história do Bar Beirute se confunde com a própria história da cidade. Lá se vão 48 anos de existência regada a muita cerveja, boa comida, música, poesia, irreverência e bom humor. Como diria o Skank, vir a Brasília e não beber no Beirute é como mergulhar no rio e não se molhar; é ter o estômago vazio e não almoçar; ou, não morrer de frio no gelo polar. 

Graça Amorim, a eterna Garota Beirute.


Pelo Beirute, vale dizer, passam personalidades e comuns. Nos idos tempos dos 70, Graça Amorim, uma grande amiga jornalista, venceu um concurso de "Garota Beirute", que ela carrega como um valoroso troféu. Na época, seu editor chefe, dando pela falta dela na redação, ligava para o Beirute e pedia pra mandar chamá-la. Era batata. De lá mesmo, Graça dava conta de levantar a pauta e resolver a demanda. Sem arredar mão de um chopinho gelado. 

No Beirute, misturam-se loucos e sãos, sem que se saiba exatamente a proporção de uns e de outros. O certo é que os que frequentam o boteco experimentam doses fartas, intensas, curtas ou não, de um prazer especial. Eu diria mesmo, depois de um dia estafante, que é lá que se serve a dose que salva.

Por tudo isso, volta e meia, o Beirute ganha espaço na mídia. Ontem, aconteceu de novo. Desta vez, por conta da premiação que escolheu o melhor jogador de futebol do mundo. A escolha não causou polêmica. Cristiano Ronaldo, o portuga de ouro da atualidade, foi quase uma unanimidade.

Messi e seu terninho "Beirute".
Garçom novo na praça. 
Quem ligou o prêmio ao Beirute foi o terceiro colocado da disputa, o argentino Lionel Messi. Ele, propriamente, não. Mas a roupa que ele escolheu para ir à premiação. Pois, não é que o terninho bordô do Messi tem quase o mesmo tom e é marca registrada do uniforme dos garçons do Beirute!

A bela sacada do Correio e o time de "Messis" do Beirute. 
Assim, detectada a coincidência, o editor de arte do Correio Braziliense não perdeu a oportunidade. A foto foi produzida em frente ao bar e enfileira um grupo de “Messis”, nem tão famosos quanto o argentino, mas absolutamente prestigiados pelos brasilienses, entre outras coisas, porque batem um bolão no dia-a-dia do “Beira”.



A bela ideia da Ana Dubeux rendeu mais uma capa memorável do Correio. E uma vez mais o acaso tratou de confirmar o que todo mundo já sabe: O Beirute é mesmo um patrimônio imemorial da nossa história. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Malandragem japonesa

Tsubasa Imamura é uma japonesinha apaixonada por música brasileira. Ela já morou no Brasil, estuda a língua portuguesa e tenta cada vez mais se aperfeiçoar na tarefa de traduzir o seu amor pela nossa cultura. Tsubasa é líder de uma banda e, volta e meia, se arrisca em interpretações de músicas consagradas do pop-rock brasileiro.


Ontem, vasculhando a internet, encontrei essa versão jiraya de Maladragem, de Cazuza. Reparem que quase o final, ela canta um trecho da música em japonês. É uma boa surpresa essa menina. Vale a pena conferir. 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Sua graça




Um santo com meu nome
Já andou por este chão
Ele não deixou pegadas
Estradas também não
Fico imaginando
O que levou à redenção
O santo com meu nome
Que andou por este chão

Envelopes com meu nome
Já cruzaram oceanos
Se perderam no caminho
Navegaram outros planos
Fico imaginando
Se rasgaram o papel
Se trocaram o meu nome
Ninguém escreve ao coronel

Só você sabe quem eu sou
Só você sabe como é

A rua com meu nome
É avenida anonimato
Aquele um, aquele outro
Não tem cão, caça com gato
Um fake com meu nome
Um clone delirante
Mal sabe o coitado
Que um só já é o bastante
Só você sabe quem eu sou
Só você sabe como é

Humberto Gessinger

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Silêncio


Em tudo, eu ando calado.
Olhando, observando.

Achando que algo ainda está pra acontecer.
E só o silêncio insiste em sair dos meus dedos 
pra ocupar as teclas do computador.

Em tudo, eu ando calado. 
A noite me invade 
sem pedir licença.

E eu achando que algo ainda vai acontecer.

Como essas noite de quase verão
enganam, meu Deus...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Canário zebrado


A casa de meu pai, Inocêncio Viegas, e de minha mãe, Isabel, é uma espécie de porto seguro de todos nós. É sempre lá o endereço que nos socorre nas horas de aperto. Nas férias, meus pais se esmeram em cuidados com as coisas dos outros. Antes, dos filhos. Agora, acrescentados dos netos. 

Este ano não foi diferente. Dudu, filho mais novo de meu irmão Isanor, ganhou um casal de canários australianos. Tinha uma viagem de férias pela frente e não tinha quem cuidasse dos seus passarinhos. A saída? A casa do vovô.

Dudu e o Viegão
Dudu chega e se apressa a perguntar: Vovô, o senhor sabe cuidar de passarinhos? O Viegão, que nunca teve o não como resposta (diz ele que a infantaria tem sempre uma saída pra tudo), apressou-se em dizer que sim, já pensando onde buscaria informações sobre cuidar de passarinhos.

Dudu explicou o presente, fez a entrega, deixou as recomendações de menino – Cuidado pra eles não fugirem! – e se foi, de férias. Uma semana duraria o viveiro improvisado do Viegão.

Mal Dudu saiu e meu pai foi à biblioteca, pesquisar livros sobe pássaros. O primeiro que lhe bateu aos olhos não serviu: Os pássaros, clássico roteiro do filme de suspense de Hitchcock.  Não era bem isso o que os canários do Dudu precisavam.


O fato que é que a semana passou voando. Os canários cantarolando e seu Viegas se esmerando em cuidados. Ao sexto dia, já se sentia um verdadeiro ornitólogo. Ai, teve uma ideia. “ Esses pássaros, nessa gaiola... Precisam de um ambiente mais verde, mais próximo da liberdade, do sol da manhã...” E pensando assim, levou a gaiola para o quintal.

Embaixo do abacateiro, enxergou um galho onde pendurá-la, no meio da copa da árvore. Fez um movimento, pendurou a gaiola e não percebeu ter deixado aberto a portinha por onde fazia a limpeza e alimentava os bichinhos.

Não demorou muito para perceber que um dos pássaros havia gostado muito da ideia. E se mandou. Justo a fêmea. “Não se pode mesmo confiar nas mulheres...” pensou ele em voz alta depois de constatar a fuga. Ao que foi repreendido imediatamente por minha mãe. “Não se pode é confiar em avô que deixa a porta da gaiola aberta”, retrucou Isabel, como quem falasse com o tempo.

E agora?  Dudu chegaria no dia seguinte para resgatar os pássaros. A noite passou bem. Viegas passou mal. Pensando em como resolver aquilo. Teve uma subida de pressão, quase um torcicolo, dores no abdômen e na alma.  Amanheceu com a gaiola no carro e o telefone na mão. Descobriu um lugar que vendia pássaros. Na primeira tentativa, não encontrou nenhum parecido com a canária fugitiva.

Na segunda, encontrou uma loja cheia de canarinhos. Queria uma fêmea. O dono da loja disse que só vendia o par. “E o que é que eu faço? Como vou colocar dois machos e uma fêmea na gaiola do Dudu?” perguntou o ornitólogo de primeira viagem. Não há outro jeito, só vendo o casal, disse o lojista irredutível.

Como a infantaria tem sempre uma solução, Viegão achou a sua: Libertaria o que ficou e levaria o casal novo. O lojista disse que ele não sobreviveria e aceitou cuidar do canário abandonado. Problema resolvido? Nada. O casal novo era um pouco maior do que o que Dudu deixara pro vô cuidar. E a fêmea tinha as penas do rabo um pouco maior e um colorido rajado de preto e branco nas costas. Mas aquilo era o de menos.  

De volta à casa, Viegão dividiu com Isabel a alegria do crime perfeito. Dudu chegou. Beijo na avó, beijo no avô. Cadê meus pássaros, vovô? Estão aqui, Dudu. Um silêncio matador. A gaiola lá em cima. Dudu, aquele moleque arguto de seis anos de idade, parecia um CSI observando a cena.

Pai, me ergue aqui um pouquinho, disse ele ao meu irmão. O avô gelou. Mais perto da gaiola, Dudu fez a primeira constatação: Vô esse canários estão maiores do que quando deixei aqui. A infantaria salvou o Viegão, de novo: “Ah, Dudu, em uma semana, você não imagina como esses bichinhos comeram. Tanto, que até cresceram”.  

Dudu, erguido no ar pelos braços do pai, continuava a investigação silenciosa e desconfiada. Mas, vô, eu deixei um casal amarelo. E agora um deles tem uma listra preto e branco nas costas. Vô, meu canário virou zebra?

Para essa, a infantaria não tinha resposta. Dudu levou os canários pra casa. Está pensando seriamente se vai deixar outras coisas aos cuidados do avô, quando tiver que sair de férias, outra vez. 


Dudu convencendo o seu cachorro
de que é muito tranquilo passar uns
dias na casa do seu avô Viegas.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Uma prece, um desejo


Aceito a sugestão de Celso Grecco pra começar o ano novo.

Primeiro dia do ano.
Primeira edição.
Primeiro post.
Primeira canção.

Recorro a um poema que reúne 77 formas diferentes de pronunciar o mesmo nome de Deus. Gilberto Gil e Mariza Monte musicaram. Virou um poema cantado. mais do que isso, uma prece. Pois que seja esse o início de tudo. Uma prece em nome de todo o Deus. Que venha 2014. E que venha bem!