tag:blogger.com,1999:blog-76477499738772600112024-03-13T14:26:15.559-03:00Blog do viegasMaranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.comBlogger1457125tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-35719899430196094662023-05-07T23:15:00.000-03:002023-05-07T23:15:03.772-03:00 De frente pro mundo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKuO76864MbGT0HV4PVxW_wQTGSINAE5tGWKayxUWKBSodPPJR4hQhzeh95uueapPhfisTHCI9MrrgvPuY0zosL2aB9AJvJA1uAHFTznONsh7JyMOgFfnN3W5nMNkI0Q_ssrsat3LJ7hW0R4pOGsjpYMLSA2poIL9uU89NMpKI4dc6UTwzmmbEdF4UPg/s1600/Foto%20Vo%CC%82.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1120" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKuO76864MbGT0HV4PVxW_wQTGSINAE5tGWKayxUWKBSodPPJR4hQhzeh95uueapPhfisTHCI9MrrgvPuY0zosL2aB9AJvJA1uAHFTznONsh7JyMOgFfnN3W5nMNkI0Q_ssrsat3LJ7hW0R4pOGsjpYMLSA2poIL9uU89NMpKI4dc6UTwzmmbEdF4UPg/s320/Foto%20Vo%CC%82.jpg" width="224" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Meu avô, Opílio Viégas, e eu. </div><p><span style="font-family: Calibri, sans-serif;">Eu tinha quinze anos quando pisei sozinho as pedras de cantaria da minha ilha. Foi ali que comecei a me entender por gente. Com gostos e dissabores. Com alegrias e vazantes. Feito banzeiro bravio, aventura de barco em mar aberto. Assim mesmo. Dei de assombro com o passado e enfiei o dedo na cara do futuro.</span><span style="font-family: Calibri, sans-serif;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Vi e vivi ali minhas primeiras dores. Meus primeiros sorrisos largos. A distância e a proximidade dos meus amores. Descobertas de um corpo juvenil exposto à força dos atabaques e ao som dos tambores. Naquele instante. Creio também ter sido ali, bem ali, a descoberta do vigor da poesia, razão de ser de minha vida. Aos quinze, eu fui dono do mundo. E, até ali, o mundo era minha ilha. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Eu ia, cúmplice das estrelas, sem medo algum, de um extremo ao outro. Guiado apenas pelo astrolábio contido em meus olhos. No ritmo ligeiro de meus pés meninos. Do Beco do Seminário eu me lançava. Atravessava a cidade até ser acolhido pela Madre D’eus.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Não havia relógio. Havia solidão, descoberta e beleza em meu caminho. Havia a certeza de conhecer o desconhecido. Havia harmonia no meu andar. Era eu, homenino livre, revivendo o que vivi apenas em pensamento e saudade. Minha volta era também o resgate de um tempo subtraído sem que eu tivesse deixado.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Uma noite, já bem tarde, eu voltava pra casa com o coração transbordado de história. A rua inteira dormia. E eu, acordado. Deixo a Rui Brabosa, pego o Beco do Gavião, a Rua de São Pantaleão, atravesso a Avenida Kenedy, cruzo o Hospital Português, avanço a Rua Grande, a do Sol e a faculdade de Farmácia. Chego ao Largo de Santo Antônio, Madre D’eus ficou pra trás. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Noite alta. Pego a reta do Beco do Seminário onde a casa de meu tio Zé era também minha casa. No silêncio, o toc toc do meu chamató no chão brilhoso de pedra marcava o compasso e espantava qualquer visagem. De repente, meus olhos avistam um vulto com meio corpo debruçado na janela de minha casa.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Me aproximo cuidadoso. Era meu avô, Opílio. Trocamos um olhar silencioso. Eu carregava a alegria de vê-lo. Ele, o alívio de saber do meu paradeiro. Nunca vou saber se ele teve ideia do tanto dele que havia em mim. Do destemor com que ele me impregnou a alma. E que me fez ser um bocado como ele. Muito do que sou. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Ele perguntou se aquilo eram horas de eu estar na rua. Respondi que eu vinha da Madre D’eus e nem tinha relógio. Foi quando ele soltou uma frase enigmática, quase um resmungo, uma conversa em voz alta consigo mesmo que eu, talvez, nem devesse escutar. <i>– Até estas horas na rua... Este menino já deve conhecer o segredo das mulheres. </i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Homem de poucas palavras, abriu o portão, me botou pra dentro, me deu um abraço e me abençoou. Quem disse que eu consegui dormir? A noite avançou pro dia. Aquela frase ficou ecoando em minha mente. Eu era só um menino. Ousado e desbravador. Foi a primeira vez que ouvi dizer que as mulheres tinham um segredo. Eu não fazia ideia, mas meu avô tinha certeza de que eu já sabia. <o:p></o:p></p>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-75723536902623069702023-05-01T18:54:00.002-03:002023-05-01T18:54:44.144-03:00O Silêncio<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxvbgVZlC8cqQ1bNL04ni2XLArqVm_gGnmLvRWvXdoj9fKmezZzvDRgGB6ioDBOWNKIov2uKrM6GQVzoNrxrS1BzJ3xm7OkTCKivxwrd3Wvkl_tx5LWlJ3k9JOlaSnQLB6p4b9QKUnEeEKbAFBcyrfzi2zILGiRoYyIK2Fun8uREYAbpMH6w/s1280/fabb0424-d899-4952-96d1-d218ee974bcb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="853" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxvbgVZlC8cqQ1bNL04ni2XLArqVm_gGnmLvRWvXdoj9fKmezZzvDRgGB6ioDBOWNKIov2uKrM6GQVzoNrxrS1BzJ3xm7OkTCKivxwrd3Wvkl_tx5LWlJ3k9JOlaSnQLB6p4b9QKUnEeEKbAFBcyrfzi2zILGiRoYyIK2Fun8uREYAbpMH6w/s320/fabb0424-d899-4952-96d1-d218ee974bcb.jpg" width="213" /></a></div><br /><div style="text-align: center;">O nada anda ao redor do meu ouvido</div><p></p><p style="text-align: center;">Não ouço o nada ao redor</p><p style="text-align: center;">E ainda assim</p><p style="text-align: center;">há um barulho ensurdecedor</p><p style="text-align: center;">como se fosse o silêncio</p><p style="text-align: center;">falando em voz alta</p><p style="text-align: center;">das horas que antecedem o sono</p><p style="text-align: center;">Resta um sussurro manso</p><p style="text-align: center;">Respiro o som do suspiro</p><p style="text-align: center;">Dormir acalma as horas</p><p style="text-align: center;">A tinha sonora dos sonhos</p><p style="text-align: center;">Embala o que não cabe na fala.<br /></p><p style="text-align: center;"><br /></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: right;"><i><b>Do meu livro "Capsulas de Oxigênio"</b></i></p></blockquote><p> </p>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-58501465388773615392022-08-22T06:13:00.001-03:002022-08-22T06:13:32.187-03:00Ventos Salgados<p><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-family: UICTFontTextStyleItalicBody; font-size: 17px; font-style: italic;">Por Inorbel Maranhão Viegas</span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwHyZqHzDLsSwGTDowEEk5t4cuETY9G61uj11FVL4hhzmYcBjix7cUBi-HSSppGGlSqQZTkAGJH3rmZbEJYgbyeAZb43omL9jDQq2eoijOnxfKqlvhhVUXrBhKV5FJwNFHHy5dTtLg3SLcxLDaJY7XcSFGTsOcy2gmetIAebPMOwEsuYf16R58Spz6Mg/s1600/71F635CB-249D-470D-8AB9-7DB053C32E56.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwHyZqHzDLsSwGTDowEEk5t4cuETY9G61uj11FVL4hhzmYcBjix7cUBi-HSSppGGlSqQZTkAGJH3rmZbEJYgbyeAZb43omL9jDQq2eoijOnxfKqlvhhVUXrBhKV5FJwNFHHy5dTtLg3SLcxLDaJY7XcSFGTsOcy2gmetIAebPMOwEsuYf16R58Spz6Mg/s320/71F635CB-249D-470D-8AB9-7DB053C32E56.jpeg" width="320" /></a></div><br /><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s4" style="font-family: UICTFontTextStyleEmphasizedItalicBody; font-style: italic; font-weight: bold;"><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s4" style="font-family: UICTFontTextStyleEmphasizedItalicBody; font-style: italic; font-weight: bold;">Vem de longe essa minha idade. 60 anos. Vem de útero. Do encontro primeiro do que são meus pais e me tornou resultado de ato de amor.</span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Certa feita, descobri à mesa, entre amigos mais experientes que eu, um Primitivo de Mandúria, sessentani. Lembrei-me agora da surpresa interior que me invadiu. Talvez, como nunca antes. Foi, de fato, o primeiro encontro da minha alma com um sabor de um vinho desenhado à mão. Tomou-me o corpo um misto de prazer, encanto... um certo “não sei o quê”, típico das primeiras vezes. Sensações daquelas que se tornam eternas. Indeléveis tatuagens marcadas no espírito.</span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Pois, ontem, experimentei outra vez. Não um Primitivo. A sensação de viver, de ter, de estar sessentani. Não cometo a injúria de me comparar ao vinho. Não seria justo com ele. Nem com a memória dos amigos com quem comparti a mesa, naqueles idos tempos. Aquilo é único. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Meus sessentani, antes de tudo, são meus rastros nessa vida. São o que fiz, o que faço. O que me dá existência. São o conjunto das emoções que eu vivi até aqui. Aquelas que me fazem enxergar o espelho sem ter que fechar os olhos, de medo ou vergonha. Ao contrário, resplandecem-me. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Sorrio para as marcas que o tempo deixou. Alguma dor se vê ali – porque as dores são parte necessária da vida, de nós mesmos. Sobrancelhas desalinhadas, olhos firmes, impregnados de uma mansidão explícita e de uma coragem vulcânica que desconfio, sem que ainda tenha absoluta certeza, de onde vem. Certeza única que trago é que estão sempre ao alcance, quando o menino lhes pede a mão. E isso tem-me bastado.</span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Meus filhos estiveram comigo. Cada um a seu modo. Mariana foi quem veio primeiro. E ocupa lugar especial, não há como negar. Foi quem me arrancou o primeiro suspiro de pai, o primeiro sorriso, o primeiro medo real e muitos orgulhos que coleciono até aqui. Depois, Gabriel. Que tem o seu lugar único. Que me fez questionar em poesia e imagem o fato de não lhe ter percebido o passar do tempo. Quando espantei, estava maior que eu. Mas mantinha o mesmo sorriso e exigia o mesmo cuidado, o mesmo amor. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Não faz muito, ganhei dois outros filhos e um neto. Priscila, Philipe e Ravi. <span class="Apple-converted-space"> </span>Tivesse eu feito um pedido, por escrito, revelando meu desejo de ser humano, não sei se teria feito melhor. Se teria sido mais capaz. Para Priscila guardo meu amor que acolhe e recebo de volta gratidão terna e consistente. Philipe rompe as amarras do tempo e do mar. E, lá de longe, me nomeia pai. E me comove. Pela altura do salto, pelo alcance do verbo, pela responsabilidade de ser. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">De Ravi não careço dizer nada além de que sua tradução é um amor genuíno. De criança. De menino. Uma conquista que digo sem medo – eu mereço. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Sessentani. Minha primitiva colcha de retalhos. Cerzida com esmero por esse Deus invisível, travestido tempo/espaço/luz. Minha vida. Temperada pela cor natural do amor que me acompanha nessa jornada (e que eu desconfio já ser de muito antes), Patrícia, minha preta. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Foi ontem. Foi como estar à mesa. Foi magnífico. E isso é tudo. </span></p><p class="p2" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span class="s3" style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-family: UICTFontTextStyleEmphasizedBody; font-weight: bold;">Brasília, 21/08/2022</span></p><p class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-size: 17px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-family: UICTFontTextStyleEmphasizedBody; font-weight: bold;"><br /></span></p>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-56733019205880750192020-12-29T10:56:00.000-03:002020-12-29T10:56:07.270-03:00A vida não para<span style="font-family: arial;">O quê aprendemos em 2020? Há quem tenha centenas de respostas para essa pergunta. Há quem não tenha nenhuma. A última edição de 2020 do “Caminhos da Reportagem” lançou-se ao desafio de ir em busca de quem quisesse falar sobre a experiência de viver um ano em que a pandemia foi o protagonista e nós, coadjuvantes. </span><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Não por acaso, encontrou gente sofrida, gente preocupada, gente com alguma medida de medo e tristeza. A conversa reuniu no espaço de um programa uma monja, dois professores, um neurocientista, dois médicos, uma mãe e uma trupe circense. O circo deu a linha e o pensamento se encarregou da costura. Embaixo da lona, ou fora dela, a vida é sempre um espetáculo. </span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">E foi com a sensação de viver um espetáculo circense que as respostas foram surgindo, de forma natural e certeira. Algumas conclusões foram inevitáveis: Tudo passa. Inclusive a pandemia. E o mais importante: A vida não para. </span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><i><b>Ficha técnica</b></i></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><i><b>Reportagem: Maranhão Viegas<br />Produção: Gracielly Bittencourt<br />Imagens: Rogerio Verçosa</b></i></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><i><b>Edição de texto: Francislene de Paula<br />Edição de imagens e finalização: Jerson Portela e Rivaldo Martins</b></i></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><i><b>Arte: Eudes Lins</b></i></span><br /></div><div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><i><br /></i></b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="333" src="https://www.youtube.com/embed/rrk9HIML3MY" width="401" youtube-src-id="rrk9HIML3MY"></iframe></div><br /><div><br /></div>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-69677286560004996042020-11-29T09:50:00.003-03:002020-11-29T10:10:01.625-03:00 Don Diego<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-a-zUUgNEB_M/X8OXWxYcClI/AAAAAAAAM8c/wsoG7O9fNtEPFuCacOSi0qc8Kf7qU8OlACLcBGAsYHQ/s806/CAPA%2BJORNAL.PNG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="806" data-original-width="700" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-a-zUUgNEB_M/X8OXWxYcClI/AAAAAAAAM8c/wsoG7O9fNtEPFuCacOSi0qc8Kf7qU8OlACLcBGAsYHQ/w348-h400/CAPA%2BJORNAL.PNG" width="348" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Capa do jornal Crônica, de Buenos Aires, <br />em 26/11/2020</td></tr></tbody></table><p></p><i><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222; font-size: small;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">bola de meia</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">bola de gude</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">do grude na bola</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">sem hora</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">sem meia</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">bola na areia</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">no barro</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">na chuva</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">pelota</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">miúda</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">en la calle</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">suscia</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">alejo estás ahora</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">mirandome</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">desde arriba</i></div><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">tu nueva morada</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">blanca nube</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">cielo azul</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">el mas divino</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">ser humano</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">el mas humano</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">ser divino</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">tus passos</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">ayer en la cancha</i></div><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">ahora </i></div><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">bailan como</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">alas bienditas</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;"> tiempo</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">passado</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">traspassado</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">eterno</i></div></span><div style="text-align: center;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="color: #222222;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">hasta siempre!</i></div></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><div style="text-align: center;"><i style="background-color: transparent;">Diego</i></div></span></i>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-42195706131856685992020-11-01T16:25:00.002-03:002020-11-01T16:45:43.254-03:00Das horas úmidas de meu pensamento<p> <span> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-fbKvk6NFcIE/X58Kb-66RDI/AAAAAAAAM7g/QSrHcsB6LCsRNZ_lTZSL8wB6hA7RcxmpwCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_0478.HEIC" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-fbKvk6NFcIE/X58Kb-66RDI/AAAAAAAAM7g/QSrHcsB6LCsRNZ_lTZSL8wB6hA7RcxmpwCLcBGAsYHQ/w400-h300/IMG_0478.HEIC" width="400" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: right;"><span face="Calibri, sans-serif" style="text-align: left;"><br /></span></div>As horas do domingo escorregam lá fora. Pela janela acompanho um chuvisco. Que não sabe se vai ou se fica. As horas escorregam lá fora. Aqui dentro observo a tua dor fininha, a tua alegria, a tua desvontade de fazer algo que exija mais do que sair da cama. <br /><br />Minto. Quando abri os olhos de manhã, foi o cheiro de café quem me tirou do sono. Me invadiu as narinas e me trouxe de volta à vida real. Sabor de pão com manteiga invadindo uma manhã que ainda se disfarçava de madrugada. <br /><br />Estavas ali. E num instante, estavas por cima de mim. Tua renda preta roçando meu peito e me chamando para levantar. Como? – eu me pergunto. Teu corpo sobre o meu é um convite para ignorar o tempo, para derreter-se em carinho e perder-se entre os lençóis. <div><br />Um beijo. Um espreguiçamento. E o corpo se move em direção à janela. O amor em cheiros imaginários tem o seu valor. Lá fora, já desde cedo, as horas úmidas passavam. O asfalto molhado. Os pássaros aquietados. Só alguns poucos se arriscavam num canto suave e molhado. Domingo de horas passantes. Lentidades. <br /><br />Então veio a mesa. Ah! Nossa mesa sempre está em flor. Pode faltar manteiga (melhor que não falte), mas não faltam flores. As flores me levam pra outros rumos. Lembram as coisas que já vivemos. Lembram as ruas floridas de Santiago, no dia em que dançamos enquanto uma orquestra jovem soltava seus acordes clássicos e populares em troca de aplausos. E nós, lá no meio, admirados e felizes, nos permitimos um tango. Que inveja sentiram alguns de nossa liberdade. <p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both;"><div style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="266" src="https://1.bp.blogspot.com/-tsH-IfXwnqY/X58IXsytXeI/AAAAAAAAM68/Dd7Xsq8-gqgdIMmTwxzu5TtfO8uotQTRACLcBGAsYHQ/w400-h266/QFZA1055.JPG" width="400" /></div><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><br /></p>As flores tem o dom de fazer isso comigo. O leite em pó torna o café moreno. O açúcar é minha perdição. Ovos revoltos, pão. E um riso que não se mede. Sim. Essa é a fórmula de nossa mesa matinal, em um domingo de quase chuva e quase frio. E as hora lá, passando umedecidas, do lado de fora da janela. <br /><br />Conto uma velha piada que te faz sorrir. Sempre. Sabe, preta, em Portugal há um grande índice de consultas aos oftalmologistas depois do pequeno almoço. E nem preciso seguir para que espalhes os teus dentes adiante do contorno dos lábios e dispares em uma gargalhada. Um muxoxo. A piada é velha. E, ainda assim, te faz gargalhar.<br /><br />Falamos da vida, com suavidade e ternura. Falamos dos erros cometidos em explosões que revelam o nosso cansaço e o nosso limite. Quando, meu Deus, nos veremos livres outra vez? Não há tristeza em nossa voz. Há uma constatação firme, circunspecta, consternada de que o horizonte não nos mostra ainda um ponto final para essa dor pandêmica. <br /><br />Compramos vinhos e fazemos planos. Os vinhos aplacam as dores e dão sabor à alma. Por isso, os temos e os tomamos. O que vai ser desse dia? O que vai ser desse tempo? Quem contará essa história e de que forma isso vai acontecer? Tantas perguntas sem resposta. Tanto vazio no ar para um domingo que vai deixando as horas escaparem pela janela úmida. Não sei. E não sei se saberemos. <br /><br />Sei apenas que nosso barco segue lento e constante em direção ao que vai no leme de nossas cabeças. Via láctea brilhante e intensa como a que vimos deitados lá fora, no tempo, naqueles dias de Pirenópolis. Navegar impreciso. Preciso. Necessário. <br /><br /><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-tsH-IfXwnqY/X58IXsytXeI/AAAAAAAAM68/Dd7Xsq8-gqgdIMmTwxzu5TtfO8uotQTRACLcBGAsYHQ/s1280/QFZA1055.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jPEEc0u395E/X58Jh7gcTII/AAAAAAAAM7Y/Z47ScVK9JgYpPKEsvxSg2OyP4F_6RaPYACLcBGAsYHQ/s1499/A%2Bmontanha%2B2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1499" height="266" src="https://1.bp.blogspot.com/-jPEEc0u395E/X58Jh7gcTII/AAAAAAAAM7Y/Z47ScVK9JgYpPKEsvxSg2OyP4F_6RaPYACLcBGAsYHQ/w400-h266/A%2Bmontanha%2B2.jpg" width="400" /></a></div><o:p> </o:p><br />Lembras dos pães de Bismarque? Das músicas de Chico Filho. Dos chapéus de Cabocla. Lembra? Por favor, não esqueças. É a memória desse tempo que ainda nos manterá vivos e eternos. <br /><br />Na mesma da hora, quando a chuva deu uma trégua e a janela se iluminou com uma nesga de sol, era o sinal: Caminhamos? <p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Es-qA6r9M-Y/X58IltHNimI/AAAAAAAAM7A/tTQdr9PP5l4MXZreD1fBr-uteNVaPLiFgCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_0829.HEIC" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-Es-qA6r9M-Y/X58IltHNimI/AAAAAAAAM7A/tTQdr9PP5l4MXZreD1fBr-uteNVaPLiFgCLcBGAsYHQ/w400-h300/IMG_0829.HEIC" width="400" /></a></div><div><br /></div><p></p></div></div>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-24927914624776174892020-10-24T11:44:00.004-03:002020-10-24T11:50:00.024-03:00O mundo é uma bola<br /><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p> </o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dg4Qh_ZPziE/X5Q7OIpn9PI/AAAAAAAAM5M/cB9HEV3O1J41c39ZYT1wVH4rMJuv4cdawCLcBGAsYHQ/s310/EU%2BE%2BVO%25CC%2581.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="310" data-original-width="112" src="https://1.bp.blogspot.com/-dg4Qh_ZPziE/X5Q7OIpn9PI/AAAAAAAAM5M/cB9HEV3O1J41c39ZYT1wVH4rMJuv4cdawCLcBGAsYHQ/s0/EU%2BE%2BVO%25CC%2581.jpg" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><span style="font-size: medium;">Em 1970, eu tinha oito anos. Lembro vivamente a imagem de um homem magro, calçando um Conga (uma das poucas marcas de calçados esportivos à época no Brasil), calção azul e camiseta regata amarela, correndo pelas ruas da minha Madre Deus, com uma bandeira do Brasil nas mãos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><span style="font-size: medium;">Olhei intrigado. Intrigação de menino. Por que ele está fazendo isso? Perguntei à minha avó. Pelé. Ela respondeu. E seguiu falando, depois de uma pequena pausa. Pelé ganhou a copa do México. Era 1970. E eu nunca esqueci aquela cena. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><span style="font-size: medium;">Depois, acompanhei ao largo, encantado como um súdito, a trajetória do Rei do Futebol. O mais legítimo que o Brasil já teve. Fazia com a bola o equivalente ao que Platão, Sócrates e Nietsche fizeram com o pensamento. Um Einstein dentro das quatro linhas da relatividade futebolística. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-I8YcATodFIE/X5Q9LgEQlZI/AAAAAAAAM5Y/t_UHYgLhsJQrcIRTPBPa3fqCFoVjBt1AQCLcBGAsYHQ/s236/PELE%25CC%2581.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Foto: Assessoria CBF" border="0" data-original-height="236" data-original-width="214" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-I8YcATodFIE/X5Q9LgEQlZI/AAAAAAAAM5Y/t_UHYgLhsJQrcIRTPBPa3fqCFoVjBt1AQCLcBGAsYHQ/w290-h320/PELE%25CC%2581.jpg" width="290" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Arquivo CBF<br /><br /></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><span style="font-size: medium;"><span>Faz oitenta anos que ele nasceu para ser rei na eternidade. Neste 23 de outubro, todos se rendem à evidência que seus pés comprovaram, cada vez que a torcida assistindo a um espetáculo gritou “gol de Pelé”: o mundo é uma bola.</span><span> </span></span><span style="font-size: large;"> </span></p><br />Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-86807720590121220082020-06-25T11:58:00.001-03:002020-06-25T11:58:32.439-03:00Diário de pandemia - Nossa língua portuguesa<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-T9qHghVGb2g/XvS6NWXgd4I/AAAAAAAAM1U/Kn5mty3KZ5cpuDNem_Sxy1fqyjl7vDfuACLcBGAsYHQ/s1600/Rabino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="275" data-original-width="183" src="https://1.bp.blogspot.com/-T9qHghVGb2g/XvS6NWXgd4I/AAAAAAAAM1U/Kn5mty3KZ5cpuDNem_Sxy1fqyjl7vDfuACLcBGAsYHQ/s1600/Rabino.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Moisés Rabinovici</td></tr>
</tbody></table>
Já faz algum tempo, meus dias começam com o Moisés Rabinovici me enviando, pelo WhatsApp, as manchetes diárias dos jornais do exterior. Rabino (como a intimidade recém conquistada me permite chamá-lo) é um correspondente internacional de longa vivência e expert em Oriente Médio, que tornou-se próximo a mim por conta do trabalho conjunto, na TV Brasil.<br />
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Além de traduzir as manchetes internacionais ele as contextualiza, nos fazendo acreditar ainda mais numa versão pessoal do dito popular que sentencia: "Para bom entendedor, uma manchete basta".</div>
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Pois hoje, entre as tantas manchetes enviadas estava a da edição impressa do jornal português <b><a href="https://www.dn.pt/">"Diário de Notícias"</a></b>.</div>
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<b><i>"PAÍSES ENCOSTADOS AO TURISMO VÃO PASSAR AS PASSAS DO ALGARVE"</i></b></div>
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Li e reli sem encontrar o sentido. Corri os olhos para o restante do texto e percebi que o Rabino, prevendo a falta de entendimento, traduziu a manchete do português de Portugal para o português brasileiro.</div>
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<b><i>"PAÍSES QUE DEPENDEM DO TURISMO PASSARÃO DIFICULDADES ECONÔMICAS" </i></b></div>
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Na hora, mandei-lhe uma mensagem:</div>
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Querido Moisés Rabinovici. Sua providencial tradução do português de Portugal para o português do Brasil é um pequeno exemplo do oceano que distancia nossa “Língua Pátria” da língua da nossa “Pátria avó”.</div>
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Passa um tempo e ele me devolve a escrita: "Pro rádio, ninguém entenderia a manchete do Diário de Notícias, sem tradução. Trabalhei, quando no Oriente Médio, para a rádio portuguesa Renascença. Lá eles me apresentavam, para não passarem vergonha, como o <i>"Brrrasileiro do Medio Oriente"</i>. Todo dia recebia da produtora as mancadas que tinha dado. "Seu burro: reunião de cúpula é cimeira; israelense, iasraelita; palestino, palestiniano...". Participava de um programa de entrevistas aos sábados com um título ótimo: "De Fio a Pavio".</div>
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São essas diferenças que nos tornam únicos. Nos distanciam e, ao mesmo tempo, nos remetem à nossa origem mesma. Filhos nascidos de uma só raiz.</div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-7209166383679457642020-06-13T09:20:00.001-03:002020-06-13T09:20:31.955-03:00Diário de Pandemia - Crônica de sexta 12.06.2020<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">O amor prevalecerá. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Nas coisas mais simples. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Um café com pão e manteiga. </span><span style="font-family: -webkit-standard, serif;"><br /></span><span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Um sorriso por trás das máscaras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Um afago. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Um carinho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Um cuidado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">O amor prevalecerá no abraço, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">depois que o isolamento passar. </span><span style="font-family: -webkit-standard, serif;"><br /></span><span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">O amor prevalecerá <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">porque esta é a condição humana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Amar. </span><span style="font-family: -webkit-standard, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif;"><br /></span><span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Não fosse isso, seríamos nada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Seríamos o vazio existencial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">A terra seria estéril.</span><span style="font-family: -webkit-standard, serif;"><br /></span><span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">E dificilmente, haveria pólen suficiente para <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">o labor indispensável das abelhas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Por isso, e porque não há o que justifique</span><span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">alguém no mundo nascer para a solidão, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">o amor prevalecerá. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: -webkit-standard, serif; font-size: 13.5pt;">Ponto inicial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/8lIeRmKu1pI" width="560"></iframe></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-58120355665505202942020-06-06T10:48:00.001-03:002020-06-06T10:49:03.203-03:00Diário da Pandemia - Crônica de sexta 06.06.2020Cronica de Sexta, escrita originalmente para o Repórter Brasil, da TV Brasil. Todas as imagens foram captadas por um i-phone 7, entre os dias 01 e 5 de junho de 2020. O texto contrapõe a pressa do tempo e a lentidão das horas. A edição é de Carlos Aguiar (Bazooka).<br />
<br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/MP-3L65n_Mc" width="560"></iframe>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-84311753487350038062020-06-01T16:51:00.001-03:002020-06-01T16:51:31.564-03:00Diário de pandemia - 01.06<br />
<div class="MsoNormal">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><i>HAI CAI DO SILÊNCIO<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
LONGO CAMINHO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
SILÊNCIO A TEU LADO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
CALADO E SÓ<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-PtSjxtZxv1o/WBnWix5ySzI/AAAAAAAALw4/1kWFGiTBcY8CtZ-5FdBC_30DG_hwRLPCgCPcBGAYYCw/s1600/Acesa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="321" data-original-width="500" height="205" src="https://1.bp.blogspot.com/-PtSjxtZxv1o/WBnWix5ySzI/AAAAAAAALw4/1kWFGiTBcY8CtZ-5FdBC_30DG_hwRLPCgCPcBGAYYCw/s320/Acesa.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><i>HAI CAI DA DOR<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
TEMPO ESTRANHO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
CORAÇÃO DOLORIDO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
CHORO CONTIDO</div>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-g_x-fbgR0DQ/VbaMzSFbbgI/AAAAAAAAKI4/pRK3am2mvPALuX9ZV3BjFVrAUUmA7Z7wwCPcBGAYYCw/s1600/carta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-g_x-fbgR0DQ/VbaMzSFbbgI/AAAAAAAAKI4/pRK3am2mvPALuX9ZV3BjFVrAUUmA7Z7wwCPcBGAYYCw/s1600/carta.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><i>HAI CAI DO ALÍVIO<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-YFOYLzH1_KM/XN1q2JaA3bI/AAAAAAAAMfg/Mu2Mj2HaEHwX1YA6OCFkZx3-5rL2PvhQwCPcBGAYYCw/s1600/Abrac%25CC%25A7o%2B2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><br /></a><a href="https://1.bp.blogspot.com/-YFOYLzH1_KM/XN1q2JaA3bI/AAAAAAAAMfg/Mu2Mj2HaEHwX1YA6OCFkZx3-5rL2PvhQwCPcBGAYYCw/s1600/Abrac%25CC%25A7o%2B2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"> </a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
POR HORA SOFRO</div>
<div style="text-align: center;">
A NOITE SE DESENHA</div>
<div style="text-align: center;">
E A DOR SE VAI</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-ZEfjDvFa76U/WCr77JDlBWI/AAAAAAAALx4/glkYPe_OVwEwQcnFeSafxLYDe54zPwQ_wCPcBGAYYCw/s1600/Capela%2Bde%2BS%25C3%25A3o%2BFrancisco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="800" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-ZEfjDvFa76U/WCr77JDlBWI/AAAAAAAALx4/glkYPe_OVwEwQcnFeSafxLYDe54zPwQ_wCPcBGAYYCw/s320/Capela%2Bde%2BS%25C3%25A3o%2BFrancisco.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-27638883148756698792020-05-15T11:11:00.001-03:002020-05-17T10:10:20.142-03:00Diário de pandemia - MÚSICA NO VARAL<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Z2rlkYDbyAo/Xr6i4dRHZ4I/AAAAAAAAMt8/DbNxLMTyvVoQtNAU5rwX8ZHY6v_WrEOyACLcBGAsYHQ/s1600/pa%25CC%2581ssaros%2Bno%2Bvaral.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-Z2rlkYDbyAo/Xr6i4dRHZ4I/AAAAAAAAMt8/DbNxLMTyvVoQtNAU5rwX8ZHY6v_WrEOyACLcBGAsYHQ/s400/pa%25CC%2581ssaros%2Bno%2Bvaral.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Maranhão Viegas </td></tr>
</tbody></table>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<br /></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>A TARDE NEM COMEÇAVA</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>NO CÉU HAVIA UM SINAL</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>NOS FIOS COMO UMA PAUTA, </i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>UMA CIFRA MUSICAL</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>UM BANDO DE PASSARINHOS</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>EM CANTIGA SEMINAL</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>LONGE DOS DRAMAS DO MUNDO</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>ENFEITANDO NOSSO QUINTAL</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>DESCANSAM EM BREVE PARADA</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>COISA DE NÃO TER HORA</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>PLANEJAM VOOS RASANTES</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>PRA PASSAR DEPRESSA O AGORA</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>QUE AGORA NÃO TEM MAIS JEITO</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>ESTÁ DESFEITO O QUE FOI</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>MAS LOGO VEM BOA HORA</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>E A TRISTEZA DESSE TEMPO</i></div>
<div style="caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: center;">
<i>A GENTE MANDA EMBORA</i><br />
<i><br /></i>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/u6BNMnkmk44/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/u6BNMnkmk44?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<i><br /></i></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-26683694504469886102020-05-10T22:18:00.000-03:002020-05-10T22:18:21.094-03:00Diário de pandemia - domingo - 10.05.2020<i><b>Puçás</b></i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-OVisXIxb-PE/Xrik6hHuDGI/AAAAAAAAMtc/bzgo9DdHMjMSy3sgzEGRJ1NklSywCflZQCLcBGAsYHQ/s1600/217eb9f1-2f4d-4a6a-ba74-f65880588973.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="266" src="https://1.bp.blogspot.com/-OVisXIxb-PE/Xrik6hHuDGI/AAAAAAAAMtc/bzgo9DdHMjMSy3sgzEGRJ1NklSywCflZQCLcBGAsYHQ/s400/217eb9f1-2f4d-4a6a-ba74-f65880588973.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
A vida inteira vi meu avô tecendo redes de pescar. Puçás, como se chamam essas redes em Alcântara, lugar de seu nascimento, no interior do Maranhão.<br />
<br />
Era um ritual contínuo, cadenciado e silencioso. As mãos íam e vinham, num bailado suave e preciso. Enquanto as horas passavam nas tardes de meu avô. Linhas de náilon, aos poucos, tomavam forma de instrumento de pesca. A transparência do novelo, a dança certeira e ritmada da agulha, carecia da destreza do pescador para vencer o jogo com o mar e tirar dali o alimento, em forma de peixe. Pequenos milagres cotidianos.<br />
<br />
Nunca vi meu avô lançar uma rede ao mar. Mas nunca foi preciso ver.<br />
<br />
A exatidão dos nós ao tecer, a firmeza das mãos naquelas linhas, me davam a certeza de que havia ali um entendido de marés.<br />
<br />
Meu avô passou boa parte da vida longe do mar.<br />
Hoje, tenho a consciência de que o mar nunca se afastou dele.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-NbKY31eyGU8/XrilbLRPzZI/AAAAAAAAMtk/6q5mWikPGrATYCGzq25IxvwIBSnmcKy-gCLcBGAsYHQ/s1600/IMG_E8418.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1121" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-NbKY31eyGU8/XrilbLRPzZI/AAAAAAAAMtk/6q5mWikPGrATYCGzq25IxvwIBSnmcKy-gCLcBGAsYHQ/s400/IMG_E8418.JPG" width="280" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Opílio Viegas, meu avô. <br />No nosso último encontro em sua ilha, São Luis. </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-79530949802412599282020-05-03T10:59:00.000-03:002020-05-03T10:59:00.152-03:00Diário de pandemia - Deus é que sabe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-vKNzGVdeA2c/Xq7LFSvLY3I/AAAAAAAAMsY/MtwxNpeuXCUmSgmQ64WtpjhmvTCrNf1TgCLcBGAsYHQ/s1600/IMG_6705.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-vKNzGVdeA2c/Xq7LFSvLY3I/AAAAAAAAMsY/MtwxNpeuXCUmSgmQ64WtpjhmvTCrNf1TgCLcBGAsYHQ/s400/IMG_6705.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Que dia é hoje?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
A pergunta tornou-se usual, frequente, persistente, insistente, nesses dias de pandemia. É como se tivéssemos perdido a noção do tempo. E acho mesmo que perdemos. Em tempo de pandemia, vamos descobrindo como é viver o comedimento. Sobreviver com o pouco, reconhecer e respeitar os limites. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
No caso do tempo, tenho a sensação de que abrimos mão, sem querer, do calendário. Tornou-se obsoleto. Ou, adotamos por descuido, quem sabe, necessidade, uma versão mais simplificada. Meu tempo agora, por exemplo, cabe muito bem em três estágios: um ontem, um hoje e um amanhã. Agradeço e dispenso o excesso. Me encaixo ao resumo. Um tempo desmedido, sob medida. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Está mais curta a respiração (mais anchos só mesmo os suspiros). Estão mais curtos os passos. Os gestos, menos efusivos do que foram a vida inteira. Acabrunhamos. Nos reservamos a distância medida. Nos abraçamos com olhares. Nossos olhos por trás das máscaras resguardam sorrisos e choros. Por vezes, entristecemos; por vezes, emocionamos. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Volta e meia me assalta a pergunta: Que dia é hoje? E meu pensamento voa. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Podia ser um dia qualquer. Com o sol brilhando lá fora. Com pássaros invadindo a manhã. Com as ruas cheias. Enxames de gentes e carros. Alguém tomando decisões. A vida virando do avesso. Um dia com flores no jardim, água corrente, balão solto no ar, velas ao vento e bicicletas na ladeira. Um dia qualquer. Um domingo qualquer.</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Sem resposta imediata, abro a caixa de mensagens. Brilha um sinal. Tem nova. Roberto Além Rojo, meu compadre, cineasta boliviano, que foi pego de surpresa pela pandemia no coração da África, me manda poesia em forma de imagem. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Mal sabe ele, com uma possibilidade real de resposta à minha pergunta: que dia é hoje?</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Na imagem que recebo, homens expostos ao mar azul do Pacífico, ocupam um barco onde se lê a resposta que peço, quase em oração: "Deus é que sabe".</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-tJa3FGwZfdA/Xq7MwgXVMTI/AAAAAAAAMsk/-4lp5TWdPLAmEX6HXZsG6wIkxr6_4XbpwCLcBGAsYHQ/s1600/Deus%2Be%25CC%2581%2Bque%2Bsabe%2B-%2BRoberto%2BAlem%2Brojo%2B%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="543" data-original-width="492" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-tJa3FGwZfdA/Xq7MwgXVMTI/AAAAAAAAMsk/-4lp5TWdPLAmEX6HXZsG6wIkxr6_4XbpwCLcBGAsYHQ/s400/Deus%2Be%25CC%2581%2Bque%2Bsabe%2B-%2BRoberto%2BAlem%2Brojo%2B%25281%2529.jpg" width="360" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-24226568269029886532020-04-19T13:13:00.001-03:002020-04-19T13:13:14.397-03:00Diário de quarentena - Porque nem tudo é só tristezaHoje é domingo.<br />
Os domingos pedem música. E, também, poesia.<br />
E a receita pra espantar a tristeza imposta pela pandemia não podia ser outra: música e poesia.<br />
<br />
Tempos atrás escrevi uma poesia. Marcos Mendes e Maria Cláudia, grandes amigos dos tempos em que vivi em Mato Grosso do Sul, mantêm um canal de <a href="https://www.youtube.com/channel/UCaVI_bntWa9VG4EcaTRIkBA">música na internet </a>(os dois são intérpretes e compositores, da melhor qualidade) e resolveram musicar a poesia que fiz.<br />
<br />
O resultado está ai. Eu agradeço, comovido, aos dois e dedico a música a Patrícia Leite.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/L3QZoSXQycM" width="560"></iframe></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-74683418340379041532020-04-14T11:13:00.002-03:002020-04-14T11:18:07.725-03:00Diários de Quarentena - Acabou ChorareMorou, Moraes? Se não morou, não mora mais.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-1sNSOwFGsgg/XpXBgN3GODI/AAAAAAAAMrU/Y-L4z5FG8JgyogTmil-t1WhJ3xkKs3toQCLcBGAsYHQ/s1600/moraes-moreira-13042020113242905.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-1sNSOwFGsgg/XpXBgN3GODI/AAAAAAAAMrU/Y-L4z5FG8JgyogTmil-t1WhJ3xkKs3toQCLcBGAsYHQ/s320/moraes-moreira-13042020113242905.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
O velho adágio popular brasileiro me vem agora à cabeça. Não sei exatamente por quê. Talvez, pela sonoridade poética. Talvez, pela casualidade da rima. Talvez, pela mistura com o nome do Moreira que acaba de nos deixar. Moraes Moreira, o novo baiano mais autêntico, o que está na gene, na formação primal do grupo <b>"Novos Baianos".</b> Sim, Moraes Moreira não mora mais entre nós. Morou? Moraes partiu desta para cantar em outras rodas, para brilhar em outro plano solar.<br />
<br />
Quando Mariana, minha filha, se entendeu por gente, percebeu que eu sempre cantava uma música pra ela, cujo refrão dizia repetidamente <i><b>"preta, preta, pretinha..."</b></i>. Além de me ver cantar, ela ouvia na vitrola, no rádio, várias vezes, em vários e diferentes momentos. Não sei o que passava em sua cabeça, mas sei que ela gostava. Porque não demorou a aprender a letra e o refrão. E volta e meia, eu a surpreendia cantarolando aquela canção.<br />
<br />
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-zpUXDhPin40/XpXCI7-ecpI/AAAAAAAAMrs/CA43_xHW8o4ok1DzhVOswZnLouOZjyszwCLcBGAsYHQ/s1600/Tocando%2Ba%2Bvida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="600" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-zpUXDhPin40/XpXCI7-ecpI/AAAAAAAAMrs/CA43_xHW8o4ok1DzhVOswZnLouOZjyszwCLcBGAsYHQ/s320/Tocando%2Ba%2Bvida.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Tempos mais tarde, ela me contou uma história, que tento reproduzir aqui da maneira como compreendi. No dia em que ela viu a imagem do Moraes Moreira pela primeira vez, aquele camarada esguio, de cabelo comprido, associou de imediato com a imagem do pai dela (no caso, eu mesmo) que sustentei durante muitos anos uma vasta cabeleira e o gosto por óculos daquele estilo que ele gostava de usar, redondos.<br />
<br />
Pra ela, desde então, aquele sujeito era a minha própria encarnação e tinha feito aquela música pra ela. Sem que ela nunca me perguntasse antes, eu nunca tive preocupação de negar a autoria da música. Então, durante um bom pedaço da vida, fui o pai artista, Moraes Moreira, pra ela.<br />
<br />
Ontem, ao saber da notícia da morte dele, meu coração ficou mais triste. E, tenho certeza, o dela também. Um pedaço muito especial dos tantos <i>"eus"</i> que já fui, se foi com ele.<br />
<br />
Os novos baianos nunca mais se juntarão outra vez, como tiveram a oportunidade de fazer, quatro anos atrás, e rodar o Brasil com uma turnê saudosa e cheia de clássicos. As mesmas melodias que embalaram a dura década de setenta. E nos deram alegria real, em tempos de liberdade restrita.<br />
<br />
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WXH4Oq7QKxs/XpXBhDWEuyI/AAAAAAAAMro/X5lkqafkM2Y_YrKyn2V51aMjMEqVgm2BACEwYBhgLKs4DAMBZVoC5hcPwHD-NLqbcIVeFVLk24Fx6WurcoBRkIN5MKY41dc36-yvJr2ftXjDiue4gRsmMdewSagXsnDXm7bQqxixlettqlFgqSEKydm6hRTOHY_QE_GH68TVCtx3s68wnOdmuVrEEeKfq4tnrxPMhL4W4Msr6O48SJjeC6h-H4sc6dgWxm8sXEi-do1KB2bH0Rj6ZO3TnbGQFCOSFbfV5LbTJxBf-g8jo4VXzj6PzNYKWsmMMPuOkjwGhIWXZPyZ_1EW7pKViYVXkRQElpjgISGahWq7Zl9ojhAiKmaYjPz8JfK-eUJsX8pE6xAFstc8Ri0lYSaMWufMSBwSElVl5ozRDAhEAeqNNydne9Ly25uz2JoIO1HLNeoxW9OdUFhk6NL2if0zCmDk3rxlkAynH_sX8bMfgGK7vS9f3qzQOnwLqS3BcPkptmT4HoyTIAjuYqwSoByvkBq-2FzV62YfjnUaSnuDEqPXLqdrgJ_ipHqECWgjfDyEXl_oda_XamfLmMWOzSWx5t697wkXZWLRg_eO7XC5DHnX6mdOiGcv772ogK05dQ4Rs-xa40HIl89YEGxvIHebkEU75T3759cwxqN6zN7L3SgHajMylMPOI1_QF/s1600/novos-baianos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-WXH4Oq7QKxs/XpXBhDWEuyI/AAAAAAAAMro/X5lkqafkM2Y_YrKyn2V51aMjMEqVgm2BACEwYBhgLKs4DAMBZVoC5hcPwHD-NLqbcIVeFVLk24Fx6WurcoBRkIN5MKY41dc36-yvJr2ftXjDiue4gRsmMdewSagXsnDXm7bQqxixlettqlFgqSEKydm6hRTOHY_QE_GH68TVCtx3s68wnOdmuVrEEeKfq4tnrxPMhL4W4Msr6O48SJjeC6h-H4sc6dgWxm8sXEi-do1KB2bH0Rj6ZO3TnbGQFCOSFbfV5LbTJxBf-g8jo4VXzj6PzNYKWsmMMPuOkjwGhIWXZPyZ_1EW7pKViYVXkRQElpjgISGahWq7Zl9ojhAiKmaYjPz8JfK-eUJsX8pE6xAFstc8Ri0lYSaMWufMSBwSElVl5ozRDAhEAeqNNydne9Ly25uz2JoIO1HLNeoxW9OdUFhk6NL2if0zCmDk3rxlkAynH_sX8bMfgGK7vS9f3qzQOnwLqS3BcPkptmT4HoyTIAjuYqwSoByvkBq-2FzV62YfjnUaSnuDEqPXLqdrgJ_ipHqECWgjfDyEXl_oda_XamfLmMWOzSWx5t697wkXZWLRg_eO7XC5DHnX6mdOiGcv772ogK05dQ4Rs-xa40HIl89YEGxvIHebkEU75T3759cwxqN6zN7L3SgHajMylMPOI1_QF/s320/novos-baianos.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Não faz muito tempo, descobri que meu irmão, Iram, não tinha senão uma vaga ideia sobre a história dos Novos Baianos. Decidi promover, então, uma sessão de cinema para lhe mostrar algo primoroso, o filme <a href="http://maranhaoviegas.blogspot.com/search?q=filhos+de+jo%C3%A3o">"Filhos de João - O admirável mundo Novo Baiano"</a>, de Henrique Dantas. Este documentário ganhou o prêmio de melhor filme , do juri popular e prêmio especial do Juri, do Festival de Cinema Nacional de Brasília, em 2011. E é um documentário fabuloso.<br />
<br />
A sessão nos fez varar a madrugada falando sobre música e poesia, sobre a passagem do tempo, sobre a vida em coletividade, sobre sonhos e realidade. E exigiu o consumo de duas garrafas de vinho.<br />
<br />
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-rC7RNYwS_e8/XpXBgNpxkFI/AAAAAAAAMrg/aGsgckQ_uK4G2eT1SwkXpsI1LLfHhHmrACEwYBhgLKs4DAMBZVoC5hcPwHD-NLqbcIVeFVLk24Fx6WurcoBRkIN5MKY41dc36-yvJr2ftXjDiue4gRsmMdewSagXsnDXm7bQqxixlettqlFgqSEKydm6hRTOHY_QE_GH68TVCtx3s68wnOdmuVrEEeKfq4tnrxPMhL4W4Msr6O48SJjeC6h-H4sc6dgWxm8sXEi-do1KB2bH0Rj6ZO3TnbGQFCOSFbfV5LbTJxBf-g8jo4VXzj6PzNYKWsmMMPuOkjwGhIWXZPyZ_1EW7pKViYVXkRQElpjgISGahWq7Zl9ojhAiKmaYjPz8JfK-eUJsX8pE6xAFstc8Ri0lYSaMWufMSBwSElVl5ozRDAhEAeqNNydne9Ly25uz2JoIO1HLNeoxW9OdUFhk6NL2if0zCmDk3rxlkAynH_sX8bMfgGK7vS9f3qzQOnwLqS3BcPkptmT4HoyTIAjuYqwSoByvkBq-2FzV62YfjnUaSnuDEqPXLqdrgJ_ipHqECWgjfDyEXl_oda_XamfLmMWOzSWx5t697wkXZWLRg_eO7XC5DHnX6mdOiGcv772ogK05dQ4Rs-xa40HIl89YEGxvIHebkEU75T3759cwxqN6zN7L3SgHajMylMPOI1_QF/s1600/filhos-de-joao_130420201637.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-rC7RNYwS_e8/XpXBgNpxkFI/AAAAAAAAMrg/aGsgckQ_uK4G2eT1SwkXpsI1LLfHhHmrACEwYBhgLKs4DAMBZVoC5hcPwHD-NLqbcIVeFVLk24Fx6WurcoBRkIN5MKY41dc36-yvJr2ftXjDiue4gRsmMdewSagXsnDXm7bQqxixlettqlFgqSEKydm6hRTOHY_QE_GH68TVCtx3s68wnOdmuVrEEeKfq4tnrxPMhL4W4Msr6O48SJjeC6h-H4sc6dgWxm8sXEi-do1KB2bH0Rj6ZO3TnbGQFCOSFbfV5LbTJxBf-g8jo4VXzj6PzNYKWsmMMPuOkjwGhIWXZPyZ_1EW7pKViYVXkRQElpjgISGahWq7Zl9ojhAiKmaYjPz8JfK-eUJsX8pE6xAFstc8Ri0lYSaMWufMSBwSElVl5ozRDAhEAeqNNydne9Ly25uz2JoIO1HLNeoxW9OdUFhk6NL2if0zCmDk3rxlkAynH_sX8bMfgGK7vS9f3qzQOnwLqS3BcPkptmT4HoyTIAjuYqwSoByvkBq-2FzV62YfjnUaSnuDEqPXLqdrgJ_ipHqECWgjfDyEXl_oda_XamfLmMWOzSWx5t697wkXZWLRg_eO7XC5DHnX6mdOiGcv772ogK05dQ4Rs-xa40HIl89YEGxvIHebkEU75T3759cwxqN6zN7L3SgHajMylMPOI1_QF/s1600/filhos-de-joao_130420201637.jpg" /></a></div>
<br />
Hoje, acordo com o celular pipocando uma mensagem no WhatsApp. É meu irmão me cobrando: Cadê o seu texto sobre o Moraes Moreira. Abro a janela da quarentena. E escrevo. Acabou Chorare. Está aqui, meu irmão!<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/q_btG6soJE8" width="560"></iframe></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-75705393068273686362020-04-09T15:21:00.000-03:002020-04-09T15:21:14.590-03:00Diário de quarentena - Quinta 09.04.2020<b><i>Short Cuts do isolamento social</i></b><br />
<br />
<b>Temporal</b><br />
<br />
Há dias, visito o passado. A quarentena, o isolamento social é propício a isso. Na trilha sonora, nos filmes, nas lembranças... Pela janela, vejo o tempo passar. A vida está aqui dentro. Nos 35 metros quadrados de meu apartamento. As horas são lentas. A pesar do vento e do começo ensolarado do dia, agora chove a cântaros. O silêncio permite ouvir com mais riqueza o cantar dos pássaros. Há pássaros novos na mata em frente ao meu prédio. Sim, nunca os havia escutado. Em seu canto novo a novidade surpreende a sisudez destes tempos. Nós, passarinhos. Eles, passarão.<br />
<br />
<b>A escritora mirim</b><br />
<br />
Dani, minha sobrinha, filha de minha irmã, escreve em tempos de quarentena. Revela-se a nova cronista da família. Texto bom, raciocínio claro. Como todo mundo, ela sente saudade de um tempo que estava bem ali, pertinho da gente e a gente nem se dava conta de como era bom. Tempo de abraço, de beijo, de aconchego. Dani tem letra, tem linha. Bebeu nas águas em que o seu avô navega.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-18589273389807875962020-04-01T01:51:00.000-03:002020-04-01T01:51:31.348-03:00Diário de Quarentena - 31.03.20<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-vl3TAkziWzM/XoQdlsC8cKI/AAAAAAAAMq0/CyDtunKEEkojhaorjgbAbX8AkNX-o9y3gCLcBGAsYHQ/s1600/Empresta-me%2Bum%2Babrac%25CC%25A7o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="960" height="190" src="https://1.bp.blogspot.com/-vl3TAkziWzM/XoQdlsC8cKI/AAAAAAAAMq0/CyDtunKEEkojhaorjgbAbX8AkNX-o9y3gCLcBGAsYHQ/s400/Empresta-me%2Bum%2Babrac%25CC%25A7o.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Em quanto eu dormia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>A luz entrava pela janela<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Fazia noite<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Não era dia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Enquanto eu dormia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Pensava nela<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>A mão vadia <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>tava em meu corpo<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>E eu só dormia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Fazia noite<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Não era dia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Então fugiu a mão que havia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Fazia frio<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Não era dia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Não era dia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>E o sono tanto<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Deixou de ser<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Luz que invadia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Minha janela<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>A mão vazia<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>No corpo frio<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Não era noite<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Já era dia naquela noite <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Que eu nem sabia <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Não era noite<o:p></o:p></i></div>
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt;"><i>Nascia o dia</i></span>Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-18234409267837627232020-03-28T10:46:00.000-03:002020-03-28T10:46:48.366-03:00Diário de Quarentena - Sábado 28.03.20Porque é preciso seguir. Tudo vai ficar bem.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwCNpdzXI223aQHTniubIeqV5fZAX56KW9En9SX2n1d_B2k2HNpuoI4oYMvLkfBC1J9m5i0ryXEroa1GhIERw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-82256308161565758972020-03-27T23:05:00.002-03:002020-03-28T10:47:50.116-03:00Diário de Quarentena - Sexta-feira 27.03.20<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-0eGExKXGHVE/Xn6pVJELxJI/AAAAAAAAMqo/J7ZlQD3ohVc_oSs_tFTl93Ku5LqpUYmGgCLcBGAsYHQ/s1600/WhatsApp%2BImage%2B2020-03-27%2Bat%2B10.20.31.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="780" data-original-width="1040" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-0eGExKXGHVE/Xn6pVJELxJI/AAAAAAAAMqo/J7ZlQD3ohVc_oSs_tFTl93Ku5LqpUYmGgCLcBGAsYHQ/s400/WhatsApp%2BImage%2B2020-03-27%2Bat%2B10.20.31.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.800000190734863px;">Foto: Patrícia Leite</td></tr>
</tbody></table>
A semana que parece um século chegou à sexta-feira, aqui no Brasil.<br />
Hoje, pela primeira vez em sete dias, vesti luvas e máscara e saí de casa para abastecer a dispensa e comprar remédios.<br />
<br />
Quando essa história começou, sete dias atrás, eu e Pat, minha companheira de vida, fizemos um estoque compatível com o tamanho do meu apartamento. Sete dias de alimento e tranqüilidade. Saio, portanto, por absoluta necessidade.<br />
<br />
Lá fora, encontro um país mudado. A revelia de quem queira pensar o contrário. Não, o que estamos vivendo não é uma coisinha pequena. Não é passageiro. Vai impor que se repense esse jeito veloz de desejar as coisas, de querer sempre mais.<br />
<br />
Quem poderia imaginar que, um mês atrás, entrar em um supermercado ou uma farmácia usando luvas e máscara não fosse despertar estranheza? Ainda mais, neste país tropical - até aqui - abençoado por Deus? Mais do que isso: Quem imaginaria encontrar outras pessoas fazendo o mesmo e também achar absolutamente normal?<br />
<br />
Há uma disciplina tácita que nos mantém, a maioria dos brasileiros conscientes, a uma distância protocolar e segura de dois metros, uns dos outros. Na fila do pão, à espera do atendimento no açougue, na fila do caixa, em qualquer lugar.<br />
<br />
Ainda não há desespero em busca de produtos. Mas as máscaras já não são mais encontradas em farmácias. Nunca foram muitas. Agora, são raridade. Antes da necessidade de usá-las no dia-a-dia, nunca me passou pela cabeça comprar máscaras hospitalares. Álcool também é produto mais difícil de encontrar. No mercado em que fui, não havia papel toalha. Sabe-se lá, por quê?<br />
<br />
O que se sabe é que todos estão mais atentos à higienização. O que é um bom sinal quando se luta contra um inimigo invisível, como esse tal coronavírus. Na porta da padaria, um funcionário segura um aspersor com álcool, à disposição de todos que queiram higienizar as mãos, ao chegar ou ao sair do estabelecimento.<br />
<br />
No mercado de verduras e legumes, todos os caixas estão protegidos por uma lâmina de material acrílico, de tal forma que o ar que respiramos não seja trocado entre nós (clientes e funcionários).<br />
<br />
Mas há uma mudança que é impossível não sentir: tudo está mais caro. Seja pela escassez dos produtos, seja pelo desabastecimento, pela dificuldade de produção... ou, mesmo, pelo oportunismo de alguns. A vida está mais cara em tempos de corona.<br />
<br />
Volto pra casa com menos dinheiro, mas abastecido. Antes de entrar no apartamento, sigo os conselhos que médicos e especialistas sugerem: retiro os chinelos e as luvas. Estas, vão direto para o lixo. Os chinelos, para o banheiro onde serão lavados. A roupa segue para a lavagem também. Por fim, um banho se encarrega de me deixar limpo, livre de qualquer vestígio de impureza externa e pronto para seguir a rotina de casa em maior segurança.<br />
<br />
É difícil conter a intranquilidade nos olhos, toda vez que eles param na TV, ou no computador. O medo está entre nós. E vem em ondas com as notícias. O desafio é separar o que é falso e o que é verdade. São os novos tempos.<br />
<br />
Quase no meio da tarde, recebo uma mensagem da minha professora Elvira Lobato. A mestra que me batizou de Maranhão Viegas, desde o primeiro dia de faculdade, na UNISINOS. Já lá se vão 38 anos. Nunca nos perdemos de vista e é sempre um prazer receber um sinal enviado por ela.<br />
<br />
Hoje, despretensiosamente, me mandou um conjunto de imagens que mostrava monumentos públicos, de várias partes do mundo, protegidos com máscaras nos rostos. Como se fossem, eles mesmos, possíveis vítimas desse novo tempo. Refletiam uma inteligente forma de alertar: o mundo está sob ataque. E o uso correto de uma máscara pode salvar muitas vidas.<br />
<br />
Pronto. Estava ali a inspiração que eu precisava para oferecer ao Repórter Brasil, telejornal da TV Brasil, do qual estou Editor-chefe, uma <i>crônica de sexta</i>. Ela nasceu. E está logo aí embaixo. Assim, encerro a primeira semana de isolamento. Vida que segue.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/U0viFOupo3Q" width="560"></iframe><br />
<div>
<br /></div>
<div>
</div>
</div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-24113207893790680632020-03-24T17:51:00.002-03:002020-03-24T17:51:31.003-03:00Matei o bicho!<br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-fjN5YB1ylrQ/VNTKYwfSRqI/AAAAAAAAJZk/wUCCCvbVC50ZBxsbMJwbMn6le4Y-WRbSgCPcBGAYYCw/s1600/pai%2Be%2Bma%25CC%2583e%2B1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="591" data-original-width="754" height="156" src="https://1.bp.blogspot.com/-fjN5YB1ylrQ/VNTKYwfSRqI/AAAAAAAAJZk/wUCCCvbVC50ZBxsbMJwbMn6le4Y-WRbSgCPcBGAYYCw/s200/pai%2Be%2Bma%25CC%2583e%2B1.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isabel e Inocêncio<br />Meus pais. </td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<b><i><span style="font-family: TimesNewRomanPS, serif;">por Innocêncio Viégas</span></i></b><b><i><span style="font-family: TimesNewRomanPS, serif; position: relative; top: -4pt;"> </span></i></b><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><i><br /></i></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><i>"Se correr o bicho pega! Se ficar o bicho come!" O que fazer? - Matar o bicho!</i></span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">A coisa aqui está pra lá de Bagdá. São cinco filhos, todos buzinando em nossos ouvidos, prevenindo-nos para não sairmos de casa. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">A Bel cumpre religiosamente todos os preceitos, eu, que fui um menino sem muita folga, filho único, escolhi a liberdade. Sem ter o que fazer, além dos afazeres da cozinha, fui arrumar a biblioteca. Logo veio a proibição: livro velho tem ácaro, poeira e faz mal a idoso, pode provocar alergia e a queda de imunidade é uma porta aberta, entendeu? Porta? Lembrei-me da porta da rua. Guardei a escada, dei tchauzinho para os livros e fui procurar algo para sair de casa. Logo achei: pagar o boleto da conta do cartão, na loteria. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">- Não vai ficar zanzando por aí, o menino te leva, disse a Bel, referindo-se ao Guga, nosso filho mais novo. Guga me levou à loteria, paguei a conta, fiz uma "fezinha" e já voltamos. Lembrei que estava cabeludo. Pedi então, ao menino, que me deixasse no barbeiro, é perto de casa, quando terminar volto andando. Ele não questionou, boa praça que é, deu folga para o velhão aqui. Ele saiu e eu, em vez de ir para a barbearia, fui primeiro à padaria. </span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Lá encontrei a "velharada" tomando café e falando em coronavírus. Arrepiei-me todo, pedi um pingado grande e um pão com manteiga na chapa. Deitei e rolei na gostosura e tomei parte no papo dos coroas. Despedi-me dos amigos e fui, agora, para a barbearia. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">O coitado do barbeiro estava solitário. Nenhuma vivalma havia aparecido. Ao ver um candidato abriu o sorriso e já foi colocando a máscara e calçou as luvas. Ofereceu-me a velha cadeira "Ferrante"dos velhos tempos das saudosas barbearias. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Disse-lhe como queria o corte e, em lugar do sabão, na hora do arremate com a navalha, preferi álcool. Ele concordou. A televisão, no alto da parede dizia que 348 idosos, na Itália haviam partido desta para melhor e estavam cremando os corpos para matar a peste. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">O Guga chegou em casa, a Bel não me viu. - Cadê o pai? - Ficou na barbearia, falou o Guga. Incisiva, ligou logo. Atendi e já previ o desfecho. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">- Já terminou? - Não! Respondi.<br />- Vai demorar? - Só um pouquinho!<br />- Vou mandar o Guga te buscar!</span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Pronto! Cortaram o barato do velhão. Fui resgatado.</span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Matutando, logo achei a solução para a situação. Resolvi ficar confinado dentro da adega. Se álcool </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">é bom para evitar o vírus, é lá que o danado não entra.</span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-59rnTTOWoHc/Um08bHRG10I/AAAAAAAAGHE/X32Ri72rvOsoKwT7HI8GilYzE6WJoFXIACPcBGAYYCw/s1600/pai%2Be%2Blivro%2Bna%2Bbiblioteca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-59rnTTOWoHc/Um08bHRG10I/AAAAAAAAGHE/X32Ri72rvOsoKwT7HI8GilYzE6WJoFXIACPcBGAYYCw/s320/pai%2Be%2Blivro%2Bna%2Bbiblioteca.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br />Peguei um dos livros do irmão Fagundes de Oliveira, um livro pequenino "danado de bão", com </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">o título "Relicário". Passei à leitura. Vou recordar os velhos tempos e, na virada de cada cinco páginas, um gole da "marvada" para matar o bicho. Tô numa boa! </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Vocês ainda estão pensando nessa coisa ruim? "Sigam o líder!" Vamos matar o bicho. Não esqueçam de derramar um pouquinho pro Santo. </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Bicho morto, passeio garantido! A onda vai passar!<br />Bebam com moderação!<br />Matei o bicho! </span><o:p></o:p></div>
<div style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm;">
<span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT, serif;">Innocêncio Viégas - É meu pai. E também é: </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">Teólogo </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">– </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">Escritor; Membro das academias: Acad. de Letras de Brasília; Acad. Maçônica de Letras do DF; Acad. Maçônica de Letras Paranaense; Acad. Maçônica de Letras e Artes do Brasil </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">– </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">GOB; Acad. Taguatinguense de Letras; Confraria dos Amigos da Boa Mesa </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">– </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">COMES; Academia Maçônica de Letras do Maranhão (correspondente); Academia Maçônica Internacional de Letras; ANE </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">– </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">Associação Nacional de Escritores </span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">– </span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">Instituto Histórico e Geográfico do DF </span><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">- CERAT.</span></i></div>
<div class="page" title="Page 1">
<div class="section" style="background-color: white;">
<div class="layoutArea">
<div class="column">
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #222222; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">Email </span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">– </span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: 10pt;">inocencio.viegas@gmail.com</span></i></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-79625370282633474872020-03-24T14:20:00.003-03:002020-03-24T14:20:38.849-03:00Diário de Quarentena - Terça-feira 24.03.20<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-YAC5kSpV3zU/UmW3i3gB6sI/AAAAAAAAF_0/D_gevikLiucoiq7T7Mm0WYdoDcNGfMFZwCPcBGAYYCw/s1600/sensac%25CC%25A7o%25CC%2583es.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="500" height="266" src="https://1.bp.blogspot.com/-YAC5kSpV3zU/UmW3i3gB6sI/AAAAAAAAF_0/D_gevikLiucoiq7T7Mm0WYdoDcNGfMFZwCPcBGAYYCw/s400/sensac%25CC%25A7o%25CC%2583es.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Chove em Brasília.<br />
<br />
São as águas de março que seguem caindo depois de fechar o verão. O tempo lá fora ajuda a decidir: Não ligo a TV, não ligo o rádio, não abro o twitter. Saio da cama para o café da manhã com minha preta. Minha companheira de vida e de quarentena. O exercício de compartir uma vida nova em um mundo reduzido a quatro paredes. Uma descoberta, um aprendizado, uma comunhão.<br />
<br />
Falo por telefone com mãe, pai, filhos, irmãos e amores. A fala pode ser curta, mas substitui, na medida do possível o calor do abraço ausente. <br />
<br />
Recebo do trabalho as missões que me cabem. Cumpro com afinco. A cabeça pede mais, mas a distância me impõe limites. É assim. E vai ser assim por um tempo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-4gM4Sj1JB_g/XnpACcRaygI/AAAAAAAAMqY/ihkkd-Xkh5wQlxyHrHZgroq9MlvwFe1ogCLcBGAsYHQ/s1600/Foto%2Btrabalho%2Bquarentena.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="562" data-original-width="1024" height="175" src="https://1.bp.blogspot.com/-4gM4Sj1JB_g/XnpACcRaygI/AAAAAAAAMqY/ihkkd-Xkh5wQlxyHrHZgroq9MlvwFe1ogCLcBGAsYHQ/s320/Foto%2Btrabalho%2Bquarentena.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Rotina, disciplina e método. Receita desses tempos estranhos. Pequeno manual de sobrevivência, indispensável para a saúde do corpo e da mente.<br />
<br />
O dia passa enquanto Almir toca sua viola no aparelho de som. Saudade dos velhos amigos. Saudade de um tempo de antes. Vida que segue.<br />
<br />
Nerudas, Manuéis, Galeanos e Mia Coutos, nos protegei da insanidade do mal da intolerância, nos livra da brutalidade, nos acolhei em suas letras sagradas. Poesia que salva.<br />
<br />
<br />Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-73931656877035470742020-03-23T17:49:00.000-03:002020-03-23T17:49:11.419-03:00Diário de Quarentena - Segunda-feira 23.03.20A semana começa com trabalho à distância.<br />
A distância que deve ser vencida com persistência.<br />
Com paciência.<br />
E poesia.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><span style="font-size: large;">Hai cai do isolamento</span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-sQJtApgF7pw/XnkgOTvhPGI/AAAAAAAAMqM/GHNEeh_aRiU4cf7g3g-s_OShe4VoUMZ-QCLcBGAsYHQ/s1600/Escada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1068" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-sQJtApgF7pw/XnkgOTvhPGI/AAAAAAAAMqM/GHNEeh_aRiU4cf7g3g-s_OShe4VoUMZ-QCLcBGAsYHQ/s320/Escada.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: large;">Sigo sozinho</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: large;">isolado do mundo</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: large;">recolhidinho</span></i></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-28392311608409772452020-03-22T12:15:00.002-03:002020-03-22T12:15:59.224-03:00Diário da quarentena - Domingo 22.03.20<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-xZKtaj215C4/U0woQsOCVTI/AAAAAAAAHYk/_BVjM4NsR0Io10TFP6sEqZF6F9qezkwmgCPcBGAYYCw/s1600/cartas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="186" data-original-width="271" height="274" src="https://1.bp.blogspot.com/-xZKtaj215C4/U0woQsOCVTI/AAAAAAAAHYk/_BVjM4NsR0Io10TFP6sEqZF6F9qezkwmgCPcBGAYYCw/s400/cartas.jpg" width="400" /></a></div>
Faz três dias hoje.<br />
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Quarentena. No dicionário, traduz-se como um período de quarenta dias.<br />
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Nos dias de agora, seu significado implica estar afastado, isolado, protegendo os outros e a si mesmo de uma doença invisível, implacável com quem se descuida.<br />
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Quarentena. Palavra que se incorpora ao vocabulário de forma imposta. Eu não pedi. Ninguém pediu. Mas não há como ser diferente. Sendo mais explícito: Desde que o mundo passou a conviver com o COVID-19, por aqui também chamado de "Novo Coronavírus", os especialistas sugerem o isolamento populacional como a melhor forma de conter a expansão do vírus e de se proteger dele. Então, lá vamos nós. Isolados e sobreviventes.<br />
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Os primeiros dias são um misto de assombro, incredulidade e <i>"não sei o que fazer"</i>. Há a sensação de sobra exagerada de tempo. Mas, no tempo que sobra, o corpo quer fazer algo (ou muito), a mente se atrapalha e a gente termina fazendo coisa nenhuma (ou, pouca coisa). É um contrassenso. Mas é assim. Até que a quarentena seja melhor compreendida. Ai, as horas e as coisas possíveis começam a se encaixar.<br />
<br />
Manter o ambiente limpo é a regra numero um. Sempre há o que limpar. Há sempre algo impuro por perto. E a impureza é a melhor morada do vírus, de todos os vírus. Depois da limpeza, descanso. Porque ninguém é de ferro. E a cabeça precisa descansar.<br />
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Se informe, mas não exagere. Estabeleça um limite para as notícias ruins. Elas são muitas e chegam sem que a gente peça, aos milhões por segundo.<br />
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Assistir filmes antigos, ler livros, acompanhar séries. Tudo vale. Mas é preciso organizar-se. A tendência da gente é querer experimentar tudo ao mesmo tempo agora. Vá com calma.<br />
<br />
A quarentena está só no começo. E o começo de tudo, quando se tem algo inédito e assombroso pela frente, exige concentração e equilíbrio. Eu tento. E escrevo. E exercito a minha poesia. <br />
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-0LOMvM-2ck0/Ux2yl8QWvFI/AAAAAAAAHGE/FeKVBDhnXQAr4Ze0dZgqhHVKbJOqOdy8QCPcBGAYYCw/s1600/vive%25CC%2582ncia%2B7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-0LOMvM-2ck0/Ux2yl8QWvFI/AAAAAAAAHGE/FeKVBDhnXQAr4Ze0dZgqhHVKbJOqOdy8QCPcBGAYYCw/s320/vive%25CC%2582ncia%2B7.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>Enquanto quarenteno, </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>escrevo e penso. </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Enquanto quarenteno, </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>sobrevivo.</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Enquanto quarenteno </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>descubro vida nova </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>entre quatro paredes</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>E sou impelido a ser capaz </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>de reinventar o mundo.</i></div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647749973877260011.post-53425563471003157702020-03-22T11:03:00.001-03:002020-03-22T11:03:36.249-03:00Sobre sonhos e pesadelos<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<img alt="Resultado de imagem para o mundo" class="n3VNCb" data-noaft="1" height="225" jsaction="load:XAeZkd;" jsname="HiaYvf" src="https://cdn.mensagenscomamor.com/content/images/p000002853.jpg?v=0" style="font-family: -webkit-standard; height: 225px; margin: 0px; width: 400px;" width="400" /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Visto daqui o mundo parece ter diminuído. À medida de uma gota. Perigosa gota. Visto daqui meus olhos enxergam um susto, um surto, um monstro. Como naqueles pesadelos de criança. Como nas noites de vento frio e falta de cobertor. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Naqueles tempos, a monstruosidade assustava em sonho. E acabava no exato momento de acordar. Um segundo antes de o pior acontecer. Puf! A realidade vencia o medo. Ficava o espanto, que a gente dava conta de aturar. E com o passar do dia, o espanto ia ficando pequenininho, pequenininho, até sumir. À noite, na nova noite, não havia monstro, não havia pesadelo, o sono voltava ao normal. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
No hoje de agora, o sono pesa, custa a chegar. Dormindo não se descansa, acordado nos falta a paz. Nossos monstros de agora são tão reais quanto invisíveis. Dormir e acordar já não serve para espantar o que nos assombra o tempo todo. Monstro voraz que nos alcança em todo lugar. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-mfqyS3JPyRA/UnTmmJ_YQpI/AAAAAAAAGLA/-7_dDpoOFNIXAr37gmVVbEzjwk60ySU7wCPcBGAYYCw/s1600/saudade%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="216" data-original-width="280" src="https://1.bp.blogspot.com/-mfqyS3JPyRA/UnTmmJ_YQpI/AAAAAAAAGLA/-7_dDpoOFNIXAr37gmVVbEzjwk60ySU7wCPcBGAYYCw/s1600/saudade%2B2.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Está em nós, entretanto, alcançar o que ele não alcança. Tolerância. Aquilo que perdemos há algum tempo. Paciência, que ficou esquecida, sem valor agregado já faz hora. Leveza, que nos pesa de tão pesados.</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
O que o mundo uniu em velocidade instantânea, o que levou tanto tempo pra ser alcançado, nesse começo de século se perdeu como em sonho assombrado de criança, que não consegue se ver livre dos monstros, mesmo quando acorda. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
O que antes parecia unido e forte, for perdendo vigor, valor, valia. O ser humano virou bites. Mais zeros do que uns. Numa batida imperfeita e veloz, a imperfeição tomou conta do espaço sem dar permissão a desejos de sanidade. Insanos, nos tornamos estranhos. Monstros de nós mesmo. Nem dormimos , nem acordamos. Monstruamos. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-NwfBFQigXL4/UnTmuB18BuI/AAAAAAAAGLI/-gxxNkJYG0oAS9Y4pmWBUyCJrXi5s_xdACPcBGAYYCw/s1600/olho1%2Bdo%2Bfuturo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="318" data-original-width="388" height="262" src="https://1.bp.blogspot.com/-NwfBFQigXL4/UnTmuB18BuI/AAAAAAAAGLI/-gxxNkJYG0oAS9Y4pmWBUyCJrXi5s_xdACPcBGAYYCw/s320/olho1%2Bdo%2Bfuturo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
E agora, que a vida é posta em cheque, resta reconhecer o labirinto que construímos e perceber que não há saída à vista, se seguirmos sós, se insistirmos na solidão das nossas verdades absolutas, brutos, arrogantes, ignorantes. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Achar o rumo, encontrar a saída, acordar do pesadelo adulto em que nos metemos exigirá humildade. Despidos dessa volúpia fugaz que nos envolve, a cada um e a todos, é capaz que se encontre uma nesga de luz. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-CIGIb7qF124/U1UIJeaeLaI/AAAAAAAAHb4/vvQ_DG9F3HQxOh54YwTd5aeUFetyuuWEACPcBGAYYCw/s1600/ce%25CC%2581u%2Bde%2Bbrasi%25CC%2581lia%2Bnovo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-CIGIb7qF124/U1UIJeaeLaI/AAAAAAAAHb4/vvQ_DG9F3HQxOh54YwTd5aeUFetyuuWEACPcBGAYYCw/s320/ce%25CC%2581u%2Bde%2Bbrasi%25CC%2581lia%2Bnovo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Antes, porém, haverá dor. Uma dor que não somos capazes de medir, a não ser quando nos alcança bem perto do peito, no fundo da alma. O mergulho que nos espera, dolorido e sem norte, é também o que nos levará a uma nova consciência. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/--9I_6nah7Ks/UwjkZE0qSeI/AAAAAAAAG84/tnMyK3BQbJoceR_fjxvsYzVKdq80oXrOwCPcBGAYYCw/s1600/homem-e-la%25CC%2582mpada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="284" data-original-width="500" height="181" src="https://1.bp.blogspot.com/--9I_6nah7Ks/UwjkZE0qSeI/AAAAAAAAG84/tnMyK3BQbJoceR_fjxvsYzVKdq80oXrOwCPcBGAYYCw/s320/homem-e-la%25CC%2582mpada.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Quem sabe, uma descoberta da urgência infalível – corpo que pede espírito. Alma que transcende ao tempo. Matéria em fazimento orgânico de um nascimento novo, aprendendo a ser humano. De novo. </div>
Maranhão Viegashttp://www.blogger.com/profile/14626223165049339837noreply@blogger.com0