quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Paul pra fechar o dia.

Eu estava aqui fechando a noite. Lizoel, um amigo músico e jornalista, postou um vídeo do Paul McCartney e me deu a linha para encerrar os trabalhos por hoje.

Dia de chuva em Brasília, como, aliás, tem sido frequente. E a chuva traz um friozinho. E o friozinho faz lembrar o passado. E o passado embalado por uma música de Paul, Linda e a banda que os acompanhou por muitos anos no período pós-Beatles, tem um sabor especial.

Como diz o Lizoel, essas músicas embalavam os nossos bailinhos de garagem. Eram a trilha sonora de alguns amores impossíveis e de outros nem tanto. E traduziam com simplicidade e emoção uma época, um período da vida que hoje nos recheia a memória com uma saudade boa.

Então, pelo Lizoel, pelo passado e seus amores, pela promessa de uma boa noite de sono e de um dia melhor ainda... Paul McCartney.

domingo, 27 de novembro de 2011

short cuts - domingueira

Pra minha irmã

Um dia, eu estava dirigindo pelas ruas de Campo Grande e ouvi uma música nova do Paralamas. Faz muito tempo. Na hora em que ouvi lembrei de minha irmã, Isabel. Hoje, tornei a me lembrar dela.

E ao lembrar, ouvi aquela música na memória. Há alguns dias, vejo a Isa com os olhos tristes. E não a alcanço, senão em pensamento. Mas ela sabe que estou lá, com ela. 

E enquanto as palavras não chegam, demonstro o meu cuidado com a canção da memória. Santorini Blues. Para Isabel. Porque hoje eu pensei nela.


Chove em Brasília

A água lava as ruas e estradas.
Os carros passam. O Planalto Central está úmido.
Úmido é também o pensamento.
A água passa. O pensamento não.
Quanto tempo ainda de água pela frente?
Quanta nuvem de chuva ainda por chover?
A água passa, sem trazer as respostas pro meu dia.
A chuva, o dia, minha alma úmida. E essa estrada que não termina...

O Rio Reno

Lentamente, o barco vencia o Reno. Foi lá que eu vi os castelos mais verdadeiros da minha vida. As águas mansas do Reno se contorcem entre as terras  da Europa, de norte a sul. Nascem nos Alpes Suiços e deságuam no mar do Norte, passando por seis países, entre os quais,  Alemanha e Holanda. Cortam em duas a Europa, carregando de tudo um pouco. De estanho a azeite. De ilusão a deleite. Num frenesi fluvial de deixar tonto.

O que mais encantou meus olhos ao cruzar o Reno numa viagem sem pressa foram os parreirais. Eles sobem montanhas como imensas línguas verdes. Não aceitam limites. E produzem um vinho de altíssima qualidade. Em cada morro, um castelo. Em cada castelo, muitos sonhos. Em cada sonho, um país. Os castelos do Rio Reno se encarregaram de dar realidade aos sonhos que tive em menino. Ao sabor do vinho. Com a força do vento.


Pro domingo de chuva

Musiquinha casual pra domingo chuvoso. Uma juntada de integrantes de duas bandas curitibanas da nova geração da MPP - Música Popular Paranaense - a Sabonetes e A Banda Mais Bonita da Cidade rendeu um clipezinho maneiro que está ai embaixo.

Essa geração Redes Sociais é assim. Vai se juntando, aqui e ali e criando coisas novas. Eles se encontraram num hotel em São Paulo, agora em novembro, e deram início a um projeto que nasceu ao acaso e que foi batizado com o nome do Hotel: San Raphael Session.

No clip que está aí, bem perto de você assistir, eles fazem um cover de outro grande sucesso da internet Pumped Up Kicks, do Foster The People, um dos maiores hits da internet em 2011. Então, som na caixa e bom domingo.



Você não conhece o original? Quer dar uma conferida? Clica aí embaixo. Os meninos de Curitiba não perdem em nada.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Short cuts - de sexta-feira

Cris vestiu Anéis e Colar

Cris Guerra

Cris Guerra é minha "amiga, irmã, caminhoneira" de longa data. Às vezes penso mesmo que somos uma versão "Pedro e Bino" virtual. Pra quem não lembra, os dois citados aí atrás formavam uma dupla de parceiros, prontos pra qualquer parada, em um antigo seriado da Globo, cuja trilha sonora começava dizendo assim: "Eu conheço cada palmo desse chão, é só me mostrar qual é a direção...", numa das mais belas e conhecidas canções de Renato Teixeira.

Cris é hoje o que se pode chamar de uma blogueira globe troter. Vira e mexe ela está aqui, acolá, mais adiante, onde você imaginar. Dias destes, ela passou por Brasília. E eu só fiquei sabendo depois dela já ter ido embora. Eu quis cobrar sua ausência. Pobre de mim. Cris é do mundo. E tudo o que ela veste lhe cai bem. Como na foto aí acima. Talvez você não perceba, mas ela vestiu dois anéis e um colar.  Beijo, Cris. Boa sorte e boas viagens.

A primavera do Dragão


Glauber Rocha

Um retrato do artista quando jovem. Acho que foi isso o que o Nelson Motta quis fazer com o livro que acaba de lançar e que já caiu no gosto do público e da crítica. Quer dizer, de uma "biografia" do Glauber Rocha, mesmo restrita a um pedaço da vida dele, não se pode esperar que agrade a gregos e baianos.

Nelson Motta
Teve gente que já reclamou. Nomes errados, datas trocadas, situações inventadas. Acusam Nelsinho de tudo. Mas ele dá de ombros e segue o trecho. "Não tenho o rigor dos biógrafos. Conto as histórias de pessoas que gosto, por ter vivido perto delas e do jeito que julgo importante", diz ele. De minha parte, fiquei feliz com a leitura. Quase quatrocentas páginas devoradas em um vôo de duas horas e meia.

Ri à beça em alguns trechos. Me emocionei em outros e vi um Glauber vivo, no frescor da sua criatividade. Exatamente como o título diz "A primavera do Dragão". No dia em que ele morreu, eu estava ao lado de José Louzeiro, que fazia uma palestra sobre roteiros de cinema na FAAP, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Participava do I Congresso Brasileiro de Cinema, promovido por aquela faculdade. A notícia chocou a todos. O Glauber morreu triste, pobre, distante e depressivo. O Glauber do livro é o Glauber vivo.

Pelas ruas do Passado 

A catedral, símbolo de Maringá
Milton tem uma música que começa assim: "Caminho por uma rua que passa em muitos países, se não me veem eu vejo e saúdo velhos amigos..." Dias atrás, me dei ao luxo de caminhar pelas ruas de Maringá. De rever velhos amigos e lugares. Reencontrar minhas gentes de outrora, quando eu ainda beirava a linha da adolescência. E foi emocionante.


a escola
a minha sala
Vivi um ano inteiro por lá. Estudei no colégio Marista. Era 79. E foi como se fosse pra sempre. Da turma de quase trinta, juntamos uns doze. Uma boa média. Antes de encontrá-los fui ver minha escola de perto. Subi e desci escadas que eram imensas no meu imaginário infanto-juvenil. Entrei na sala onde fiz o terceiro colegial. Namorei o campo de futebol e a quadra de esportes onde disputamos as OLIMAR - Olimpíadas Maristas.

Uma banda da turma
A outra banda da turma
Revi gente que vive firmemente em meu coração. Mariza, Eduardo, Ghyslene, Edna, Alverina, João Max, Arthur, Danilo, Bruder, Luiz, Juliana, Pauleto. Nossas conversas pareciam não ter sofrido desgaste algum. Conversamos, ignorando os 32 anos passados, como se nos tivéssemos visto ontem.

Rosa e Joaquim

Dona Marilene
Encontrei Dona Rosa e "Seu"Joaquim, pais do Eduardo Esteves, que me acolheram em sua casa como quem acolhe a um filho. Fui ver Dona Marilena, mãe da Edna e da Juliana, que sempre me garantiu muito carinho e bons quitutes mineiros. Conheci a novíssima geração Poltronieri, na casa de Nei e Heloisa, irmã de Mariza. Uma gente muito especial, que eu vi ainda muito criança. Todos cresceram e fizeram jus à linhagem, marcada pela sensibilidade e beleza.

Irmão Pedro
Das coincidências que a ida a Maringá me permitiram, encontrar o "Irmão" Pedro, diretor do colégio desde os meus tempos, foi a mais incrível. Foi como voltar ao passado. A voz grave e imponente é a mesma. O jeito altivo também. Ele teve alguma dificuldade para lembrar de mim, mas quando me abraçou foi como se eu tivesse voltado a ser o moleque de escola. Trinta e dois anos atrás. Muito no tempo. Quase nada na memória.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um natal de antigamente


Por Mariza Poltonieri*

Todo mundo tem uma história de Natal para contar. Quando crianças é a data mais emblemática que se pode ter. Para as famílias cristãs, o Natal é o momento de um aniversário muito importante, para todos, é uma brincadeira ofertada por um senhor gorducho, de barbas brancas, muito bondoso.

Os natais de antigamente, lá onde eu estava ainda menina, vinha recheado de cantoria, numa tradição italiana. A mesa farta vinha repleta dos quitutes peculiares, salgados e doces, todos em torno dela deliciando-se e agradecendo ao bom menino a alegria da partilha.

Lembro dos presentes trocados, mas lembro principalmente de uma mania de minha mãe. Na noite de Natal outro presente nos aguardava sobre a cama. Eu não via a hora de ir dormir para recebê-lo. Tão singelo e comum para os dias de hoje, tão maravilhosamente esperado pelos filhos da família numerosa. Cada Natal era a certeza de ganhar um lençol novo e uma camisola nova. Se fechar bem os olhos ainda posso sentir o cheiro bom do presente de dormir, lavado e passado. O lençol com a dobra feita sobre a colcha e a camisola sobre o travesseiro.

Uma lembrança reservada e lotada de alegria.
Neste Natal uma receita em homenagem a D. Clara Sandri, responsável por muitas ceias dos natais de antigamente em Maringá.

Salpicão da D. Clara


Ingredientes:

2 peitos de frango assados somente temperados com sal
1 kg de tomates sem pele e sem sementes picados
2 maçãs finamente picadas regadas com o suco de 1 limão
1 maço de salsão picado
500 g de maionese

Preparo:

Desfie os peitos de frango e reserve.
Junte a eles o tomate, o salsão e a maçã.
Um pouco antes de servir acrescente a maionese, decorando o salpicão com algumas folhas do salsão

*Mariza Poltronieri é culinarista em Maringá, PR. E tem espaço garantido aqui, para escrever sempre que quiser, sobre alquimia gastronômica. Ou, sobre o que ela desejar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amy, de novo. Pra você e pra mim.

Ela já se foi. Mas deixou um rastro luminoso que tão cedo não se apaga. Amy Winehouse. Agora, agorinha há pouco, saiu o primeiro dos tesouros póstumos dessa menina. Our Days Will Come. E ela está mais viva do que nunca. Compilada em cenas "ao vivo", de outros clipes, de outras músicas, como se tivessem sido feitas para essa.

Pra marcar a retomada do Blog, depois de uns dias de "inverno literário". Amy Winehouse. E o seu melhor.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Reposta

Ivete, Milton, Skank e Paula Fernandes foram à Lagoa da Pampulha festejar os 11 anos do programa Altas Horas. O encontro rendeu boas coisas. Entre elas, essa cantoria coletiva do sucesso do Skank. Resposta. O programa foi ao ar no dia 5 de novembro. Mas a música é pra sempre. Música pra começar o feriado. Bom dia, boa segunda.

domingo, 13 de novembro de 2011

Nasce uma estrela - Andrea Motis


Joan Chamorro e Andrea Motis
Joan Chamorro é um maestro espanhol apaixonado por Jazz. Tanto que fundou uma banda, a Sant Adreu Jazz Band, criada no coração de uma escola municipal de música, no bairro de mesmo nome, em Barcelona, e formada por jovens músicos com idade entre 10 e 16 anos.

O projeto adquiriu corpo e respeito. Não só pela qualidade da música que produz, mas pela revelação de uma jovem e encantadora artista chamada Andrea Motis. Andrea é pouco mais que uma criança. Começou a tocar aos dez anos de idade. Escolheu o Jazz como caminho e encontrou em Joan Chamorro mais do que um professor, um descobridor de talentos.

Quando Joan Chamorro achou que a banda precisava de um vocalista, Andrea foi a primeira a se aventurar. E ele concluiu, depois de ouvir a menina, que havia ali um talento nato. Hoje, aos 15, Andrea canta, toca saxofone e trompete. Já é uma das mais consistentes promessas do jazz.

Andrea lida bem com o momento de fama. Diz que algumas pessoas ainda se surpreendem ao ver uma menina cantando. Mas fica feliz por conseguir chegar a elas através do ouvido, com uma voz clara, doce e firme tão característica das grandes divas do jazz. Quando canta, a menina desaparece e surge uma grande mulher.

O primeiro disco – Joan Chamorro apresenta Andrea Motis – ganhou o público e a crítica. É o primeiro passo de uma longa e promissora carreira. Você duvida? Então abra bem os olhos e os ouvidos e aperte o play aí embaixo. Seu domingo vai ficar bem melhor, eu garanto.


sábado, 12 de novembro de 2011

Combinado?


Por Celso Grecco*
O "velho" Rocha e seu neto, Celso.
As primeiras lembranças que tenho da minha infância, são da região de Trás-os-Montes. Mais precisamente, da aldeia de Lamego. Trago também na memória as imagens de finais de tarde às margens do Rio Douro, cujas águas com o reflexo do sol ficavam ainda mais douradas.

Lembro-me com carinho das festas da aldeia, em especial aquela que acontecia sempre no dia 8 de setembro, na praça em frente ao Santuário da Nossa Senhora dos Remédios. Dia de Romaria e feriado municipal, os rapazes vestiam seus melhores trajes e cumpriam a tradição da luta do pau. Era uma luta, mas coreografada como uma dança, e servia para exibir virilidade e cortejar as solteiras.

Meu primeiro gole de vinho do porto foi ali pelos 11 ou 12 anos de idade. Nunca mais deixei de apreciá-lo. E ao observar o meu avô, aprendi com ele a derramar um pouco de vinho tinto à sopa. Ansiei muitas vezes pelo bacalhau dos domingos, desfiado ou com batatas. Podia sentir o cheiro do cabrito com arroz de forno enquanto me deliciava ao ouvir as histórias dos antepassados da família. E quieto, observava a elegância do “velho Rocha”, como meu avô José era conhecido. Sempre de fato, chapéu e bengala, como se, mesmo aos 70 e tantos anos, a qualquer momento ainda lhe fosse possível fazer uso da bengala para, mais uma vez, lutar a luta do pau e cortejar alguma solteira.

Essa foi a minha infância. Que no entanto, foi passada longe, muito longe de Lamego, de Trás-os-Montes e de Portugal. Nasci no Brasil, na Vila Maria, bairro de imigrante portugueses na cidade de São Paulo. Cresci na companhia do meu avô, já viúvo da dona Maria Conceição Encarnação, minha avó nascida em Coimbra. Cresci também cercado das histórias, dos aromas, dos sabores e das imagens de um Portugal que eu só tinha na minha imaginação e na admiração que nutria pelo meu avô.

Meu nome é Celso Rocha Grecco, mas por simplificações profissionais, uso apenas Celso Grecco. Moro no Brasil e há cerca de um ano iniciei um trabalho pelo desenvolvimento social de Portugal.

Esta é a maneira como me refiro ao que faço, quando me perguntam o que venho fazer no país. Mas da mesma forma que eu preservo com carinho o “Rocha” entre o Celso e o Grecco, preservo também com carinho e digo a poucos que, para além do trabalho, penso que venho a Portugal também para honrar a memória do meu avô e o sangue da família Rocha.

Já ao final da vida, meu avô fez à família um pedido. Quando morresse, não queria na sua lápide aquelas inscrições tradicionais, do tipo “aqui jaz José Rocha, avô amoroso, pai querido...”. A vontade do velho Rocha era a de que sua lápide trouxesse a inscrição: “Portugal é boa terra. Ela lá, e eu aqui”. Hoje conheço Lamego. Vi de perto o Douro. Provei os sabores e adoro o povo português. Tens razão, vô, tens razão... Portugal é boa terra. Ela cá, e eu também.

Nesta sexta-feira, o jogo Portugal x Brasil vai ser muito difícil. Não me refiro aqui ao desafio dos jogadores de ambas as selecções, que vão encarar a partida com técnica e profissionalismo. O jogo vai ser difícil para mim, que pessoalmente nunca olhei para o meu avô ou para a minha infância com técnica e profissionalismo.

O Celso Grecco, adulto e brasileiro vai querer torcer pelo Brasil. Mas aquele “Rocha” preservado ali no meio do meu nome e da minha história, vai me provocar: torcer contra o meu avô? Como posso?

Vô, fazemos aqui um pacto: Lembra-se de quando eu era ainda miúdo e nos jogos de tabuleiro o senhor me deixava ganhar, para minha alegria, fingindo surpresa com a vossa derrota? Pois façamos aqui um pacto. Sexta-feira estaremos novamente, frente a frente numa disputa. E quem perder, finge surpresa com a derrota, combinado?

Celso Grecco* É fundador da Atitude, consultoria com sedes no Brasil e em Portugal. Criador da primeira Bolsa de Valores Sociais do mundo (BVS) para a Bolsa de Valores do Brasil. A BVS foi adotada como Estudo de Caso pela ONU e lançada em Portugal em 2009, na Euronext Lisbon.

Celso me escreveu hoje dizendo o seguinte: Escrevi este artigo ano passado a pedido do portal Sapo, lá de Portugal, equivalente ao nosso Terra ou UOL. Foi para o dia em que iam jogar Brasil x Portugal. Acho que meu avô deve andar por perto por estes dias, deu vontade de reler, deu banzo, deu vontade também de dividir com alguns poucos amigos que eu sei que guardam carinho por antepassados, como vi uma vez no seu blog... Abraço.




o trem

Um dia, encontrei esses caras. Nunca mais eu esqueci.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Noel Gallagher, o irmão avesso do Oasis, no David Latterman  Show. Com o violão nos braços, Noel mostra mais uma vez que o novo trabalho está fluindo bem nas apresentações ao vivo, fato já comprovado anteriormente na TV francesa, italiana, sueca e alemã. Falta a gente ver de perto, aqui no Brasil.

Vale lembrar: Noel já afirmou, em resposta às declarações de Liam, que não pretende se reunir com o Oasis tão cedo. Se a carreira solo continuar a render ótimos frutos como já rendeu, os fãs não reclamarão.


Um dia na terra

Pra começa a sexta-feira. Pensando alto. Vivendo tudo. O nosso dia na terra.


One Day on Earth - Participate Today! from One Day On Earth on Vimeo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A ponte, a tela e a foto

Ana e Feijó em ação, atravessando a Baía de São Marcos.
Ana Evelin é uma grande amiga, diretora de TV, com que trabalhei por uns tempos na TV Senado. O trabalho acabou, mas a amizade permanece. Aliás, como muitas das boas amizades que fiz por lá, que seguem firmes e fortes.

Ontem, vasculhando a blogosfera, descobri que - não faz muito tempo - Ana e Feijó, um dos bons cinegrafistas que a TV Senado também tem, estiveram em São Luis (minha cidade natal) a trabalho. Produziam cenas de um documentário que, não demora, deve estar no ar.

Tomado por uma saudade repentina e por uma nostalgia telúrica, parei para dar uma rápida olhada nas fotos que ela fez, da sua passagem por lá. Uma em especial me chamou a atenção: A da Ponte de São Francisco, na maré vazante. A maré vazante é um fenômeno diário que faz com que a água do mar se recolha em grande extensão e depois volte ao que se considera o seu nível normal.

A ponte de São Francisco, na maré vazante. Pelas lentes da Ana.
Dizem os entendidos que São Luis tem a maré vazante mais intensa de todo o litoral brasileiro. Essa movimentação do mar está diretamente ligada à rotação da terra e, dizem os nativos, à influência da lua.

Mas isso é apenas um detalhe. O que me chamou a atenção na foto da Ana é que ela me remeteu, de imediato, a uma outra imagem, uma tela pintada por outro grande amigo, Antônio Victor Rêgo. Maranhense da gema, Victor é um amigo das antigas, do tempo em que eu fazia cinema super oito em São Luis.

Victor deixou o cinema e tornou-se um artista plástico reconhecido e respeitado. Suas produções retratam uma São Luis de cores intensas e impregnada de cotidiano. Com o Victor, apesar da distância e do tempo, a amizade continua firme e forte. Numa das últimas viagens que fiz a São Luis terminei me apaixonando por uma tela produzida por ele. Exatamente a que mostra a cena da ponte de São Francisco sob o efeito da maré vazante.


A Ponte de São Francisco, na maré vazante. Pelos traços finos do Victor.

O quadro do Victor, eu e Mara, demos de presente para os meus pais. Enfeita hoje uma das paredes da sala da casa deles. Por um instante, Ana, Feijó, Victor e eu estivemos mais próximos do que nunca. Graças a duas imagens de um mesmo lugar. Obtidas em tempos e formas diferentes. Amizades distintas, tempos distantes, emoções vivas e intensas. Nada mal para começar a semana.   

domingo, 6 de novembro de 2011

Rota das Monções

Marcelo Oliveira
Marcelo Oliveira é um amigo arquiteto, pai de Isadora, de Lina e de Bianca, com quem convivi de perto em Mato Grosso do Sul. Quem o vê pela primeira vez é capaz de enxergar traços nipônicos em sua feição, mas ele faz questão de esclarecer que esses traços decorrem de sua raíz india. Bugre, como ele mesmo gosta de se auto-denominar, numa referência aos índios pantaneiros.

Marcelo é dado aos esportes radicias. Partica voos de parapente e faz canoagem. Mês passado, ele me escreveu contando os detalhes de uma curta e saborosa aventura pelo Rio Coxim, num trecho que ficou conhecido há muito tempo como "Rota das Monções". Ele e mais três amigos desbravaram o rio pelo puro prazer da aventura.

As imagens falam por si. Mas Marcelo associa a cada uma delas pequenos relatos que enriquecem a aventura. É quase como se a gente estivesse junto, remando e sentindo cada trecho do rio.

Rio Coxim, lua crescente...

A aventura começa mil metros acima de um local onde antes havia uma ponte. Hoje, pelo rítimo frenético das pessoas e pelos barracos montados, parece um ponto de garimpo. O carro nos deixa. Volta para Coxim. Já é noite. A lua é cheia. Os pés na areia, um gole de pinga pra aquecer a alma. Amanhã, o dia é cedo. Vai começar a remada.

Ponto de partida.
Lua cheia, pés na areia, pinga pra esquentar.
 Rio a baixo...

Remamos uns 30 km, passando em lugares maravilhosos. Não é à toa que se referem ao Coxim como rio cênico. Acampamos numa praia enorme, de areia areia branca e fofa, água rasa. A comida é peixe. Um Pacú de cinco quilos, pescado no molinete, numa corredeira.  A fauna é pouca, mas se faz presente entre paredões de arenito e orquídeas, coisa linda. Dia bom, mas cansativo. Tivemos que arrastar as canoas entre as pedras, nas margens do rio, perto da Cachoeira do Areiado. Em torno da fogueira,  calado, observo o fogo a consumir o que já teve vida, uma transferência de energia, da terra que alimentou a planta que agora alimenta do fogo e o calor se dissipa em meio a fagulhas e faíscas. Ôooh! pinga boa, meu Deus!

Rio a baixo

a beleza da fauna...

entre os paredões de arenito...

Comida pescada no molinete..

Um pacú de cinco quilos...
corredeiras e pedras..

banho de cachoeira...
Pacú na brasa, dia encerrado e pinga boa.

Corredeira dos 4 pés


Chegamos onde planejado, no “Letreiro das Monções” sítio tombado pelo IPHAN, que reúne inscrições que marcam as expedições nos século XVIII e início do XIX. A descoberta foi meio por acaso. Paramos para fazer a portagem. Caminhando pelas pedras para obsevar o rio, encontramos as inscrições. Há tempos queria ver essas marcas nas pedras. Ali dormimos, ao som do Coxim, sem calor, sem mosquitos, sono tranquilo.

Rio a baixo, natreza..


... e o acoso nos faz chegar ao sítio...


...onde encontramos inscrições de antigos navegadores.


Força nos remos...


Um brinde da natureza...


Pausa para o registro, no escuro da barraca.

Reta final ...

Acordamos cedo, fizemos a transposição de uma corredeira. Seguimos remando, passamos pela Ponte da Matinha, fotografamos um cobra cipó e seguimos até a Barra do Jaúru. Depois que passamos a Corredeira do Campo, já estávamos a 10 km de Coxim, paramos numa praia para assar uma curimba que Tião pegou na tarrafa.

Descemos o rio rodando por um bom tempo, a remada estava no final e a nossa pequena aventura também! Começamos a escutar caminhões na BR 163, as pessoas nas margens eram mais frequentes, assim com lanchas e pescadores. Passamos pela Vila dos Diamantes, nas margens alguns ribeirinhos até tiravam fotos dos remadores incautos. Cruzamos a ponte da BR com uma certa nostalgia, que afogamos no primeiro bar à beira rio, Bar dos Amigos. Três dias remando. Era hora de pensar numa cerveja gelada e ela estava mais perto do que nunca. Mais uma expedição concluída, mais uma remada! As canoas mais arranhadas e a gente maravilhado com o que viu e sentiu.


Pernada para vencer as pedras.

A beleza da tarrafa.

Natureza mais do que viva.

A ponte do Rio Coxim, bem de perto.

Mais uma remada concluída.

Num futuro próximo

Acordei com uma mensagem do coronel Dal Molin. Ele escreveu muito pouco. Mandou apenas um link, cujo conteúdo falava em um futuro próximo. Abri. Sim, é uma propaganda de um grupo que desenvolve tecnologia de comunicação. Mas o vídeo vai além da propaganda.

Não consegui parar de ver. Foram cinco minutos em que a vida deu várias cambalhotas e a cabeça ficou tonta. Inevitável lembrar dos tempos em que eu ouvia meu pai falar de um tal "Flash Gordon". A TV transmitia em preto e branco, imagens de um mundo de maquetes e marionetes que simulavam um futuro distante. Tudo muito fake, se visto com o olhar de hoje. Tudo impressionante quando a gente via com o olhar daquele tempo.

E eu pensava - talvez não viva para ver essas coisas funcionando. Bobagem. Estou aqui, em Brasília, nesse início de Século 21 usando coisas que sequer tive condições de imaginar no passado. E de novo me pego pensando em coisas que me deixam impressionado. Mal alcancei o futuro e ele já se faz distante novamente.

Num futuro próximo tudo o que vai nos restar de relação real será o toque. Tocando em telas alcançaremos o infinito. Um mundo virtual em sua versão mais complexa. Nem o pensamento estará isento de ser alcançado. Num futuro próximo, a intimidade será o toque. Exatamente como começou, na Idade da Pedra. O toque. Lá atrás, para alcançar a realidade. Lá na frente, para invadir o futuro. Num futuro próximo daqui.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vaca Profana

Pra fechar a noite de quinta. Vaca profana. Caetano e Maria Gadu.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lucky Devil



Tudo nessa menina é provocante. Ela é uma branca exótica, cheia de tatuagens e piercings pelo corpo, que veste uma moda que parece ter saído dos anos 20 e que canta como cantam as divas negras do jazz. Ela é sublime.

Nesse clip, Meschiya Lake se impõe sem fazer o menor esforço. Canta como se estivesse fazendo uma oração. E divide em harmonia os tempos da música com instrumentos elegantes e sinceros.  Na cena de um buteco clássico de New Orleans, som ambiente aberto, a mistura de vozes causa uma sujeira que em nada atrapalha a fineza da música. Não há muito mais pra falar. É ouvir e ceder aos encantos. Meschiya Lake. Porque hoje é terça.