quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Dia do Pantanal

Por Raquel Anderson

Datas Comemorativas passam incólumes


Como vaga-lumes, alegrias e queixumes brilham e ofuscam o imaginário da gente e a certeza na mente de que o monumental Santuário Ecológico é a referência mor, o eldorado do passado e a miragem que assombra de incertezas a manutenção dessa beleza, onde o Homem cuida, descuida, protege e, como fez Francelmo, mais que a utilização de um elmo, ele deu sua vida, certo de que a contrapartida seria o compromisso, sublimou com sua atitude contundente, engendrou-se com a força que queima, solidificou-se na simbologia maior da coragem seu grito eterno que ecoará no cenário mundial as fragilidades do Pantanal.

Manoel de Barros
Manoel de Barros versou, o mundo todo ele encantou com seu olhar brejeiro e suas observâncias, eterno menino se fez e nos levou ao paraíso pantaneiro.

Paulo Simões
Paulinho Simões e Geraldo Roca nos ensinaram como uma oração, no mais iluminado momento de inspiração, ”que o medo viaja também sobre todos os trilhos da terra, enquanto este velho trem atravessa o Pantanal” sem imaginarem que estava dado o sinal para o hino não oficial que de forma magistral não cansamos de ouvir na bela voz do Almir.

Aprendemos com a oralidade da literatura pantaneira e cravamos na retina do nosso olhar com o despertar da imaginação e curiosidades, onde o empírico sobrepõe o científico e o prazer da leitura in loco nos embrenha no mato, onde extraímos os mais nobres ensinamentos, todo encantamento advindo da natureza, dos bichos, da relva, da bosta da vaca, dos silêncios na mata, do cavalo que transpira parado, da beleza do arrebol, da isca no anzol e, como o Manoel, “beato de ouvir prosas dos rios” ali passamos noites a fios a espreitarmos a onça, a aprendermos que elegância e delicadeza residem no andar devagarinho, pé ante pé, cuidado com o jacaré, com o filhote do passarinho, com a leveza da borboleta, com as rãs acordando as manhãs repletas de magias , consumidos pelas alegrias reverenciamos o Pantanal e seu ator principal, o Homem Pantaneiro, invocando Manoel, o que é um privilégio, através de  seu relato que, de fato, é o Homem Pantaneiro,” um florilégio de abandono”!!!
Geraldo Roca
Almir Sater
Feliz Dia do Pantanal a todos os seres vivos, aos bichos que já morreram e aos seres humanos que no Pantanal viveram e nos deixaram indeléveis lições de cultuação e gratidão ao bioma mais magnífico do planeta!!!