segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A ponte, a tela e a foto

Ana e Feijó em ação, atravessando a Baía de São Marcos.
Ana Evelin é uma grande amiga, diretora de TV, com que trabalhei por uns tempos na TV Senado. O trabalho acabou, mas a amizade permanece. Aliás, como muitas das boas amizades que fiz por lá, que seguem firmes e fortes.

Ontem, vasculhando a blogosfera, descobri que - não faz muito tempo - Ana e Feijó, um dos bons cinegrafistas que a TV Senado também tem, estiveram em São Luis (minha cidade natal) a trabalho. Produziam cenas de um documentário que, não demora, deve estar no ar.

Tomado por uma saudade repentina e por uma nostalgia telúrica, parei para dar uma rápida olhada nas fotos que ela fez, da sua passagem por lá. Uma em especial me chamou a atenção: A da Ponte de São Francisco, na maré vazante. A maré vazante é um fenômeno diário que faz com que a água do mar se recolha em grande extensão e depois volte ao que se considera o seu nível normal.

A ponte de São Francisco, na maré vazante. Pelas lentes da Ana.
Dizem os entendidos que São Luis tem a maré vazante mais intensa de todo o litoral brasileiro. Essa movimentação do mar está diretamente ligada à rotação da terra e, dizem os nativos, à influência da lua.

Mas isso é apenas um detalhe. O que me chamou a atenção na foto da Ana é que ela me remeteu, de imediato, a uma outra imagem, uma tela pintada por outro grande amigo, Antônio Victor Rêgo. Maranhense da gema, Victor é um amigo das antigas, do tempo em que eu fazia cinema super oito em São Luis.

Victor deixou o cinema e tornou-se um artista plástico reconhecido e respeitado. Suas produções retratam uma São Luis de cores intensas e impregnada de cotidiano. Com o Victor, apesar da distância e do tempo, a amizade continua firme e forte. Numa das últimas viagens que fiz a São Luis terminei me apaixonando por uma tela produzida por ele. Exatamente a que mostra a cena da ponte de São Francisco sob o efeito da maré vazante.


A Ponte de São Francisco, na maré vazante. Pelos traços finos do Victor.

O quadro do Victor, eu e Mara, demos de presente para os meus pais. Enfeita hoje uma das paredes da sala da casa deles. Por um instante, Ana, Feijó, Victor e eu estivemos mais próximos do que nunca. Graças a duas imagens de um mesmo lugar. Obtidas em tempos e formas diferentes. Amizades distintas, tempos distantes, emoções vivas e intensas. Nada mal para começar a semana.   

Um comentário:

  1. Caro Maranhão,

    Já havia ficado feliz por ter postado em seu blog esse belo texto "A ponte, a tela e a foto" e também pela declaração da amizade que, você sabe muito bem, é recíproca e verdadeira. Agora, quero compartilhar com você outro momento feliz em minha caminhada como artista plástico. Acabo de ser premiado, não por certificado em papel ou trofeu, mas pelo encantamento que o meu trabalho despertou nos convidados da vernissage da mostra "treze através treze", que está acontecendo na Galeria Hum aqui em São Luís. A mostra reune 13 trabalhos de artistas plásticos e 13 poemas de poetas maranhenses. Não lembro se você chegou a ver o trabalho com o qual participo. Chama-se "Lira, Belira...Liberdade" e retrata além dos bairros que emprestam nome a tela a nossa querida "Madre Deus", que, segundo você sempre bradava orgulhosamente, é do útero.
    Um grande abraço,
    Victor

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