Certa vez, a Pingo, que é como os amigos chamam Gisele Sater, apareceu lá em casa, junto com a Rose Rodrigues, uma amiga jornalista, que também é madrinha da Mariana. As duas trabalhavam juntas num projeto e eu nem me lembro ao certo o motivo da visita.
Pingo é cantora. Também, de onde ela vem, não havia de ser diferente. Ela é irmã de Almir, de Rodrigo e tia de Gabriel Sater. Uma família com DNA musical, mais do que afinado, que carrega a essência do pantanal na voz e nas cordas da viola. Com jeito de quem não faz muito esforço, eles espalham beleza em forma de canção, o tempo todo, em todo lugar por onde passam.
O certo é que o Gabriel (o meu filho) era um molecote, coisa de quatro anos, se muito. E não tinha a menor idéia de quem fosse aquela moça. Muito menos a família dela. Mas a Rose, percebendo o olhar parado do menino para a Pingo desde que ela chegou, resolveu caprichar na apresentação. Gabriel, essa é a Gisele, minha amiga, ela é cantora. E ele, com o olhar ainda parado, disse com a maior convicção: Eu sei, já ouvi falar muito nela.
Bastou isso para selar uma espécie de paixão platônica entre os dois. No dia seguinte, a Pingo fez chegar lá em casa um bilhete endereçado ao Gabriel. Ela o convidava para um passeio no Shopping e um Milk Shake. Pronto. A primeira providência dele foi pedir para ir ao salão cortar o cabelo e passar um creme especial que o deixava parecido com aquelas cacatuas, que têm o cabelo todo espetado pro alto.
Na hora marcada, ela chegou e os dois se foram. Rose resolveu carregar Mariana também. Deve ter sido um passeio inesquecível. Desde esse dia, a família Sater ganhou um fã incondicional. Mas não para o Almir, o irmão mais famoso. Gabriel, enquanto pode, não perdia um show da Gisele Sater. Se aprumava todo e fazia questão de levar flores no camarim para a sua amiga cantora.
No último show do Almir e companhia que assistimos em Campo Grande, a Gisele estava entre as convidadas especiais. E Gabriel não descuidou da flores. A cena do encontro dos dois está registrada na sequência aí embaixo.
Faz tempo que a gente não que a gente não encontra a Pingo ao vivo e a cores. Mas, esses dias, vasculhando a blogosfera, encontrei um clip antigo, simplesinho, mas delicioso. Não só pela música de Renato Teixeira, Irmãos da Lua. Mas pela qualidade da interpretação e pelo encanto traduzido no rosto de Almir e Rodrigo vendo a irmã, Pingo, cantar.
Nesse filme, os dois têm no olhar um quê de admiração por ela que me remeteu ao mesmo olhar parado do meu Gabriel, quando era criança e a enxergou pela primeira vez. Certamente, para nunca mais esquecer.
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