Nunca teve tempo pra esperar. Tratou de fazer o seu próprio. Às vezes, atropelou o tempo. Outras tantas, acertou em cheio. Me lembro de um domingo. Eu dormia, ainda, quando dei com ele quase dentro da sala. Um susto. O Ângelo pulou as grades da minha casa porque precisava conversar e tinha que ser naquele momento. O Ângelo era assim.
Outra vez, diante de um chefe em crise, que lhe usou enfiar o dedo na cara, Ângelo não teve dúvidas, cravou-lhe uma mordida no dedo. A redação veio abaixo e a dura do chefe acabou ali.
Hoje ele me manda um texto delicioso e oportuno, que eu faço questão de dividir com vocês. Valeu, Ângelo.
Amigo,
consultei o arquivo do finado "Diário da Serra", na Fundação Barbosa Rodrigues, em Campo Grande. Comecei a trabalhar lá, numa época em que cada comandante militar que visitava a cidade era noticiado com destaque, e inquirido sobre a chamada revolução, ao que respondiam algo como: está cumprindo seu papel.
O presidente de então pretendia liderar uma cruzada contra a pornografia; as tvs exibiam certificado de censura antes dos programas; as mulheres peladas das revistas masculinas não mostravam a coisinha e tinham que cobrir pelo menos um dos peitinhos nas fotos mais ousadas... nostalgia.
Para esta data e seu diário, selecionei estas imagens (edições de 1982), na sequência:
o governador de então entre seus garantes de ocasião; |
um regime que anunciava mas tinha vergonha de assinar...; |
... e que preferia se vender como programa de televisão (argh!); |
mas a história seguiu... (eu fiz parte dela! veja no detalhe); (O Ângelo é um dos que está na foto, no cantinho da página, lá no alto) |
Depois a gente conversa mais. Abração,
a.
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