terça-feira, 12 de março de 2013

Fotolata do Zé Rosa



Dias destes, Mauro Di Deus me chamou em sua casa. Lá, além de bom vinho e boa prosa, encontrei um outro velho/novo amigo. Zé Rosa. O Zé do projeto Fotolata.

Zé é um desses adoráveis malucos que insistem em achar sentido para a vida nas coisas simples. Simples como decifrar os mistérios da fotografia para as crianças e jovens. Simples como fazer mágica a partir de um buraco ínfimo, feito em uma lata comum. Simples e primitivo, como a capacidade de imprimir imagem a partir de um filete de luz. E guardar para sempre um registro do tempo.

As crianças que aprendem com o Zé nunca mais esquecem o que aprenderam. Nunca mais se desapaixonam. Alguns até viram fotógrafos de verdade. Por paixão. Por vocação descoberta ao acaso e na hora certa. 

Ze Rosa é um velho/novo amigo carinhoso. Do vinho que bebemos juntos brotaram imagens como as que ele fixa através das suas latas. Que não sairão mais da minha mente. Zé, que ama a fotografia, também tem o dom de amarrar as suas imagens preferidas da Brasília dos velhos tempos. Da Brasília que ele encontrou quando desembarcou por aqui. 

Uma delas, não preciso dizer, das mais lindas, ele me deu de presente e enfeita agora o meu lugar de escrever. pra eu nunca esquecer da Brasília do Zé. Pra eu nunca esquecer do Zé, da lata, do poeta da imagem. 


Da lata, do Zé. Inspirando o meu lugar de escrever.
Ontem, abri o jornal e encontrei o Zé, suas latas e seus meninos e meninas. Um pedaco da reportagem do Correio Braziliense está ai embaixo. Vale ler. Pelo Zé, por suas latas, por suas imagens e pelos fotógrafos que ele descobre e vai continuar descobrindo, enquanto lata houver. 

Câmera primitiva é atração principal das aulas
de física em escola rural
Projeto no Centro de Ensino Incra 8, em Brazlândia, usa técnica primitiva para estimular os alunos a olhar e retratar o mundo em que vivem. Em um trailer, é possível revelar imagens
O fotógrafo José Rosa, idealizador do Fotolata, com os
estudantes: projeto é financiado com verba do MEC

Nas aulas de física e de química dos alunos de uma escola na  região rural Incra 8, em Brazlândia, nada de livros, equações e calculadora. Em vez disso, uma lata de alumínio pintada de preto com um pequeno furo na lateral. No interior, um papel especial sensível à luz. Dentro do espaço de menos de 7m2, os estudantes agrupam-se para receber as primeiras lições sobre fotografia por meio da técnica conhecida como pinhole. Ao mesmo tempo, eles aprendem sobre noções de ótica e experimentam revelar fotografias utilizando reagentes químicos.


“Mais do que se apropriar de técnicas da fotografia, eu ensino os alunos a exercitarem o cérebro, a abstrair”, explica o fotógrafo José Rosa, idealizador do projeto Fotolata, que desembarcou no Centro de Ensino Fundamental Incra 8 desde a semana passada e deve ficar na escola até amanhã. O trailer, na entrada do colégio chama a atenção dos curiosos. Lá dentro, funciona uma câmara escura: um verdadeiro estúdio fotográfico onde pode-se tirar e revelar fotos. “É uma máquina fotográfica gigante”, descreve José.

A entrevista completa vc encontra na edição de segunda-feira, 11 de março, do Jornal Correio Braziliense

Valeu, Zé. E por falar em lata, essa ai vai pra você, pras suas latas, poeta da imagem! grande abraço.


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