quinta-feira, 28 de março de 2013

Gol - A magia do futebol


Por Rodrigo Teixeira*
Rodrigo, menino bom de bola.
E a cabeçada heróica e certeira.
O futebol sempre faz parte da vida de um garoto. A maioria inclusive já nasce fatalmente com o time escolhido pelo pai. Eu, por exemplo, já nasci Colorado. Sim. Internacional de Porto Alegre, campeão do mundo, tricampeão brasileiro e dono da maioria dos títulos do RS. Esta escolha pelo time acaba marcando a vida futebolística do ‘craque em evolução’. Não dá para esquecer as megadiscussões que presenciei dos familiares, uma parte colorada outra gremista. Era um pega-pra-capar. É até hoje. 
O time mágico do Internacional, em 1976. 
Como o Internacional da década de 70 era uma verdadeira máquina, tive a sorte de ver meu time ser campeão brasileiro três vezes. E é claro que quando ‘entrava em campo’ eu era o Falcão, Batista, Lula, Carpeggiane, Valdomiro, Figueroa, Biro-Biro, Dada Maravilha… quantas vezes corria depois de um gol vibrando como se aquele campinho do interior do RS fosse o grande Beira-rio, a casa oficial do Colorado, o estádio mais bonito do Brasil.

Eu tive a sorte de ter algum talento para a bola. Jogo direitinho, para ser bem modesto. Acho que quanto pior de bola, mais fanático o garoto se torna quando adolescente e adulto. Não é meu caso. Também depois de tantos anos o Inter não ganhando nada, durante os anos 80 e 90, só consegui me empolgar mesmo nos últimos minutos do segundo tempo, em 2006, quando já era evidente que o Inter iria ser campeão do mundo em cima do Barcelona. Nunca quis me tornar um profissional da bola. Pra mim, basta as peladas com os amigos. Mas levo a sério. Sempre levei. 

Lembro de um jogo na escola, devia estar com uns 9 anos. Estudava em escola pública, Januária Leal era o nome, o que na época não era demérito nenhum. Estava rolando aquele jogo que tem gosto de final, com todos os guris bons de bola e mais velhos. Lá estava eu parado na grande área esperando o escanteio. O parceiro do time cobrou e a bola veio alta, em minha direção. Percebi que vinha certinho para a cabeceada. Pulei e powwwwww: tive meu momento de homem-beija-flor Dadá Maravilha. A bola encobriu o goleiro e estufou a rede. 

Neste momento o guri vira herói e não foi diferente comigo. E esta é a mágica do futebol. Pode ser no Maracanã ou num campinho de beira de banhado, o gol é o instante supremo da bola e do homem. Do guri que vestiu a camisa do time do seu pai ainda no berço. É o momento mágico do futebol.

Rodrigo Teixeira é um grande amigo. Jornalista competente, músico dos melhores que já encontrei e parceiro de longas jornadas acreanas. Rodrigo vive em Campo Grande, MS, mas é cidadão do mundo. Escreve por ofício e por prazer. Da mesma forma que produz música e poesia. E hoje, nos brindou com essa história maravilhosa. É a primeira. Não será a última. Ah, não será, mesmo! Seja bem-vindo, RodTex. 

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