segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Margot visitou Neruda

Hoje, foi dia de encontros. E despedidas.

Minha comadre Margot, às primeiras horas desta segunda, me mandou um e-mail. Foi ao Chile. Ela e o Mané Marinho (um poeta ao alcance das mãos – porque os poetas parecem sempre estar longe. O Mané, não) foram ao Chile.

Havia qualquer coisa lá que envolvia teatro e poesia. O Mané é poeta e artista de teatro. Então acho que foi isso. Lá se foram os dois.

Margarida, que é uma das mulheres da minha vida, é também apaixonada por Neruda. Fico imaginando-a, por lá. Isla Negra. Poesia. Os versos. As paixões. Os vinhos. Foi tanto e tão intenso, que Margarida escreveu. Escreveu muito e lindo. Como eu sei que ela sabe escrever.

Hoje, foi dia de reencontro e partida. Soraya ligou. Estava triste pela partida. Uma pessoa muito próxima se foi, a cunhada dela. Soraya não costuma ligar. Ligou porque precisava. O irmão dela perdeu a companhia. E vai ter que encarar a vida assim. Pedi a ela que segurasse a onda. E que quando fosse possível, sorrisse. A vida segue e a gente ainda vive.

Hoje, foi dia de sintonia. A Lu me escreveu pra dizer que a vida não anda fácil. E que, apesar de tudo, está dando um jeito de achar coragem pra mudar. Ela sabe aonde vai. Ela sabe o que quer. E ainda que seja o desconhecido, acho que vai conseguir.

Hoje, foi dia de pedir calma. Mara falou dos desafios, das inconseqüências, das incertezas, do despreparo de quem tem que informar. E no meio de tudo, ela viu a dor de quem não teve tempo de casar. A amiga de trabalho que perdeu o noivo, num acidente de moto. Mara viu a morte de perto. E eu pedi um limite. Porque alma alguma suporta a dor sem fim.

Hoje, desencontrei-me dos meus amigos. “Los quatro amigos”. Eles estiveram lá, em volta da mesa. E viram o meu lugar vazio. E porque o tempo é outro, também o Dom Francisco não estava lá. Pedi que compreendessem. Não foi preciso. Eles sabem.

Hoje, enquanto eu tomava um vinho, pra completar a virada dos ponteiros e terminar esse dia intenso, pensava em todo mundo que passa pela minha vida. Pensava nas minhas paixões, nas minhas saudades, nas companhias. Hoje, os homens e mulheres da minha vida estiveram em mim. E me achei inteiro.

Hoje, se Deus me permitisse, assinaria Pablo.

Um comentário: