domingo, 27 de fevereiro de 2011

Coincidências da vida, ou da ausência dela

Moacyr Scliar
Acordo. Ligo o computador e, está lá, num post do Facebook de Nilo Correa, ainda na madrugada: Moacyr Scliar se foi.

Imortal da Academia de Letras, Moacyr Scliar morreu aos 73 anos de falência múltipla dos órgãos. O escritor gaúcho estava internado desde 11 de janeiro quando deu entrada para a retirada de pólipos (formações benignas) no intestino. A cirurgia foi bem sucedida, mas Scliar acabou tendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e morreu nesta madrugada.

Entre suas obras mais importantes estão os romances O exército de um homem só (1973), O centauro no jardim (1983) e A mulher que escreveu a Bíblia (1999), o ensaio Saturno nos trópicos, a melancolia europeia chega ao Brasil (2003), os livros juvenis O tio que flutuava (1988) e Um sonho no caroço do abacate (1995), e a coletânea de crônicas O imaginário cotidiano (2001). Atualmente, Scliar escrevia colunas semanais para os jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo.

Respiro, inspiro, tomo um café. Visito as  páginas de jornais em busca de outras notícias e a cada nova página, a notícia da morte do Scliar se confirma. Ok, aconteceu mesmo. Abro a caixa de correspondências. E por uma dessas estranhas coincidências da vida, a primeira mensagem que recebo é da Eliane di Quarto, relatando mais uma partida.
Caro Maranhão...

A nonna Tana partiu... finalmente. Nos deixou ontem às 22h30. Resistiu à viagem até o fim mas como era previsto, como estava escrito, era hora. Roubou, ainda, um mês de vida à morte. Um mês que não serviu pra nada a não ser para que os filhos orassem para que ela fosse embora.
Um grande abraço, com serenidade!

Eliane

Nonna Tana
Não faz uma semana, o texto de estreia da Eliane aqui no blog falava exatamente da Nonna Tana. Ontem, percorrendo a blogosfera, descobri que fazia 15 anos da partida de outro grande escritor Brasileiro, Caio Fernando Abreu, como você pode conferir, num texto mais abaixo, nessa página mesmo.
 
Coincidência ou não, a ausência da vida resolveu preencher o início da manhã de sábado. Não faz mal. Faz sentir a necessidade de refletir. São ciclos de vida que se fecham. Fecho o computador. Chamo a Maria e o Alfredo, um casal de Lhasa que nos acompanha aqui em casa, e vou caminhar. Vida que segue.

Um comentário:

  1. Viva Moacyr Scliar! Um cara que vai deixar saudades...
    E quanto aos bons livros dele, eu acrescentaria à lista "A Majestade do Xingu".
    Caruncho

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