sábado, 26 de fevereiro de 2011

Caio Fernando Abreu - Para sempre

Faz quinze anos. Num dia como hoje, saía de cena Caio Fernando Abreu, escritor gaúcho, um dos maiores do Brasil. Jornalista, dramaturgo, poeta, Caio combinava com muita coisa, não com superficialidade. Viveu intensa e profundamente cada um dos seus 47 anos de vida. Escrevia como poucos. Fala sobre sexo, drogas, homossexualidade, contracultura, loucura. Tudo isso intercalado com poesia e doses extras de lirismo.

Saiu de Santiago em 1963. Foi para Porto Alegre. Estudou letras e artes cênicas na UFRGS, mas não terminou nenhum dos dois cursos. Em São Paulo, foi repórter de Veja, em 1968. Integrou o Geração 68, movimento brasileiro de contracultura. Perseguido pelos militares, refugiou-se na casa de sua grande amiga, a poeta Hilda Hist.

Passou uma longa temporada exilado na Europa e voltou ao Brasil na década de 70. Em 1994, depois de uma viagem à França, descobriu que era portador do virus da aids. Morreu dois anos depois, em decorrência de complicações da doença.

Caio é autor de obras importantes da literatura brasileira, como Limite Branco (contos, 1971), Morangos Mofados (contos, 1982), Os Dragões não conhecem o paraíso (contos, 1988), e Onde andará Dulce Veiga? (romance, 1990), este último foi adaptado para o cinema, resultando no filme homônimo lançado em 2007.

Em dezembro do ano passado, começou a ser rodado o documentário poético “Sobre sete ondas verdes espumantes”, sobre a história da vida de Caio. Para compor o longa, a equipe de produção percorreu cidades que têm alguma relação com ele, dentre elas Santiago (RS), Amsterdan (Holanda), Berlim e Colônia (Alemanha), Paris e Saint-Nazaire (França), além de Londres (Inglaterra).

Com direção de Bruno Polidoro e Cacá Nazario, o filme colheu depoimentos de artistas e amigos de Caio, como Adriana Calcanhoto, Grace Gianoukas e a escritora Maria Adelaide Amaral.

Quinze anos depois de sua partida, Caio continua mais vivo do que nunca. Sua obra segue atual. Seus textos seguem transgredindo, causando dor, alívio e emoção. Veja, aí abaixo, o trailer do documentário "Sobre sete ondas verdes espumantes".

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