Formigueiro
Circulei pela Esplanada dos Ministérios, ontem. Passei em frente ao Congresso Nacional. Não havia espaço para mais carros. Havia um burburinho típico dos dias de estreia. Quase um formigueiro humano. De quatro em quatro anos, Brasília é assim. Velhos líderes inaugurando a última fase da vida. Novos líderes inaugurando ternos, sapatos e broches dourados de deputados e senadores. O Brasil espera muito deles. Eles esperam muito do poder.
Bravura Indômita
Fui visitar Marco Aurélio no estaleiro hospitalar. Uma diverticulite o tirou de cena por uns dias. Mas só por uns dias. Impaciente com o que ele considera "um longo tempo de molho", angustiado por estar logo nas lides jornalísticas, Marquinho não se contém. Quando a moça que mede a pressão sai do quarto, ele pula da cama, calça os chinelos e sai pelos corredores do hospital, lépido e faceiro, arrastando a traquitana que carrega o tubo de soro. Não haverá dia morno enquanto ele permanecer por lá. Há pouco, ao telefone, ele me disse: "Maranhão, hoje à tarde eu saio". Bravo Marco Aurélio. Você faz falta aqui fora.
Calvário alimentício
Meu pai, seu Viegas, não esconde de ninguém: adora uma comida temperada, carne gorda, fartura e exagero gastronômico. "Na nossa idade, é o grande prazer que temos. Sem isso, a vida não vale mais nada", diz ele como se estivesse sempre correndo contra o tempo. Besteira. Mas o Viegão enfiou o pé na jaca, nas festas de fim de ano e passa por um período de dieta rigorosa.
"Gordura zero" é o lema da Dona Isabel, minha mãe, guardiã incorruptível das orientações médicas. Encontro com ela e ele. E aí, pai, como estão as coisas? Pergunto. Ele faz cara de maior abandonado e diz: "Estou aqui, definhando." Não aguento e solto uma gargalhada. Ele mesmo se dá conta e ri também.
Dona Isabel, relata: "Teu pai está impossível. Se faz de lerdo e sai comendo coisas que não deve. Quando eu vejo, está com a boca cheia. E sempre vem com a desculpa - "Esqueci... Não podia, né? Mas agora já foi, só um pedacinho." E assim ele segue seu calvário gastronômico. Prometi pra ele um bom assado de costela e vinho. Assim que a saúde estiver recuperada. Sem exageros. Mas com muito prazer.
Secret Heart
Pra terminar, uma balada do músico e compositor canadense, Ron Sexsmith. Ele está na estrada desde muito cedo. Tinha 14 anos de idade quando começou a fazer canções que desde lá são admiradas pelo público, pela crítica e por artistas famosos, como Paul McCartney e Elvis Costello. Hoje, aos 46 é uma estrela de brilho próprio. Ouça a balada Secret Heart, um dos primeiros sucessos do cara em 1994, e uma das canções que fez a cabeça de Elvis Costello.
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