A conversa ía bem. Era meio de tarde. Vagner me falava de coisas de trabalho. Até que pintou uma vontade de tomar um café. Sim, por que não? Estávamos em um café. A conversa pedia. Chamamos a garçonete.
Ele adiantou-se: Um café expresso e uma água, com gás, para o meu amigo aqui. E eu quero um capuccino e uma água, sem gás. A moça ficou olhando por uns instantes. Um olhar meio parado no tempo. Em seguida, do nada, disse pro Vagner: - Olha, nós temos um outro tipo de café muito bom também.
O Vagner ficou na dúvida: - Sim... (sem entender direito se aquilo era uma tentativa de dizer que não tinha capuccino) A moça completou: - Vai um leite quente e batido, assim, por baixo, é muito bom...
Nos entreolhamos e o Vagner foi mais explícito: - Quer dizer, não tem capuccino? E ela - Não, isto é, tem sim. Então, moça, eu quero um capuccino e uma garrafa de água, sem gás, disse o Vagner, já com alguma irritação.
Ela parada, ali. esperando não se sabe o quê. De repente, ela solta: Tem um outro, da Nestle, que já vem pronto, o senhor conhece? Não. Ele é pequeno? É Capuccino? Não, não é capuccino e não é pequeno, a gente serve num copo de plástico, mas é grande.
Parecia conversa de doido, mas estava acontecendo, ali, na nossa frente. Com uma paciência tirada do fundo da alma, Vagner explicou: Olha, meu amigo quer um café expresso e uma água, com gás. E eu quero um capuccino e uma água, sem gás. Pode ser assim?
Pode. E ela se foi. Certa de que havia outros cafés, maiores, talvez mais gostosos, mais caros até. Mas também, havia o capuccino. E era exatamente isso o que o Vagner queria. Um capuccino. E uma água, sem gás.
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