sábado, 28 de janeiro de 2012

Short Cuts de sábado

Manhã de sábado

É verão em Brasília. Faz 19 graus, acredite. Tá bem, é aqui na "Petrópolis do Cerrado", Sobradinho, onde moro. E é só entre a madrugada e as primeiras horas da manhã. Mas, acredite. É verão. E há dias eu puxo uma coberta pra dormir.

Grand Slan


Maria Sharapova
 Na preguiça da manhã chuvosa e fria, ligo a TV sem sair da cama. Tem uma decisão de Grand Slan. O torneio de tênis Aberto da Austrália, feminino, está sendo decidido. Sharapova contra Azarenka. Duas "mocinhas lindas". Decido ver um pouco. Decido ver mais.  Jogo é bom.

Victoria Azarenka
Descubro que uma é da Rússia e outra, da Bielorússia. E jogam como loucas. A Sharapova eu já tinha ouvido falar. Mas a Azarenka, não sabia da existência. Decido torcer por ela. E apesar do nome que sugere que a gente pense no azar, era o seu dia de sorte. Mandou um chocolate na Sharapova. Seis a zero no segundo e decisivo set. A chuva parou. Hora de sair da cama.



Ela venceu o aberto da Austrália e abriu a minha manhã de sábado
Maurinho veio aqui

Mauro e Mariana, minha filha.
Mauro di Deus, sobre quem eu já falei aqui no blog,  me ligou. Queria saber como eu estava. Ainda de molho, mas quase no ponto pra sair do estaleiro, eu disse. Então vou ai, ele avisou. E veio. Chegou depois do almoço. Quase quatro. E o resto de tarde passou sem que a gente sentisse. Virou noite e a gente não viu. Quase cinco horas de conversa. Das boas. Falamos de tudo. De cinema a literatura. De música a filhos. Mas, falamos principalmente de coisas que gostamos. Falamos da vida.

 Ele me trouxe de presente um documentário sobre Brasília. "As idades de Brasília", dirigido por Renado Barbieri e produzido por Bismarque Villa Real,  de quem Mauro foi sócio e é amigo. Me disse que o filme é fantástico e eu acredito. No meio da conversa, ele me diz que está em busca do DVD do Arnaldo Antunes - "Ao vivo, lá em casa". É lindo. Eu tenho. Vou na prateleira, busco e lhe empresto.

Rimos muito, o Mauro fumou um charuto, falamos de saúde, dos olhos, bebemos café, falamos da vida... Foi uma belíssima tarde/noite. Valeu Maurinho. Não fique em uma. Venha mais. Sempre que puder. Sempre que quiser. A casa é sua.

A Curva da Cintura


Edgar Scandurra e Arnaldo Antunes
 Dias destes, eu estava aqui, recolhido. Lendo, escrevendo, fuçando a internet. De repente, dei de cara com uma reportagem falando sobre um trabalho de Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra, em Mali, na África. Quis saber mais. Descobri que os dois andam juntos há muito tempo. E tinham combinado produzir um disco minimalista, fruto do trabalho e da sintonia que têm.

No meio do caminho, cruzaram com um instrumentisla malinês, Toumani Diabaté. A República de Mali é um país localizado na África Ocidental,  já foi colônia francesa, mas desde 60 é um país independente. Tem doze milhões de habitantes, não tem saída pro mar e quase a metade da sua população vive abaixo da linha de pobreza, com o equivalente a um dólar por dia.
Kora, instrumento típico do Mali
Pois, esse pais tem uma tradição de bons músicos e o mais conhecido deles, na atualidade é Toumani. Ele tem a dignidade de um rei africano e toca como poucos um instrumento que lembra uma harpa, a Kora. O encontro com Arnaldo e Edgar aconteceu num show  do projeto Black 2Black.

Resultou numa sólida amizade, em mútuo respeito e em um convite: Por que vocês não vem a Mali e fazemos um disco juntos? O convite foi aceito. O disco é lindo e o documentário chama-se "A curva da Cintura" e é melhor ainda. O resultado da produção conjunta não é uma sonoridade usual, fácil de assimilar. É quase minimalista, como queriam Arnaldo e Edgar, bem no começo da história.

Enquanto eu estava entretido lendo, ouvido os depoimentos e assistindo parte do show que já está na internet, meu filho Gabriel me olhava à distância, sem dizer nada. Ontem à noite, quando ele voltou pra casa, me disse que tinha um presente e me deu o DVD com o documentário. Claro que eu fiquei emocionado. Pelo carinho, pela sintonia, por tudo.

O documentário foi produzido entre São Paulo e Bamako, capital de Mali. A direção e a fotografia são da Dora Jobim. O resultado do trabalho virou um especial da MTV brasileira, que foi ao ar no final do ano passado. Eu já vi duas vezes. E como encontrei o documentário dividido em quatro partes no You Tube, tomo a liberdade de postar aqui.

Gaste um tempinho e veja. Acho que depois de ver a primeira parte aqui, você vai querer sair correndo e comprar o seu DVD. Só pra ver em melhor qualidade, quantas vezes quiser.





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