A velha nau que dá nome ao condomínio está nova. Aldeia do Galeão. É assim que se chama. Há doze anos estivemos pela primeira vez aqui. Este lugar viu Mariana e Gabriel crescerem. Quando menores, eles também adoravam brincar no velho/novo Galeão.
Hoje, sol de verão, vento batendo nas folhas, barulho do mar por trás das árvores, vejo um grupo de pequenos embarcar na brincadeira.
A menininha, líder do grupo, grita bem alto: “Sou o capitão deste barco”, lá do alto, na proa. Outro grito surge – “Eu também sou”. “Não pode, um barco como este só tem um capitão”. “Tá bem, então sou o marinheiro”. “Isso, marinheiro”.
E a viagem começa. A menina assume o leme, põe a mão espalmada acima dos olhos, como se quisesse avistar algo bem longe. Silêncio. Ela então se volta para os outros e grita: “Tem algo errado com esta viagem. O barco não sai do lugar!”.
Penso comigo, não há nada errado, querida. Sem afastar-se um só milímetro dai o Galeão faz viagens incríveis. Ancorado em meio a uma pequena piscina de crianças, ele já percorreu tantos mares que eu nem me arriscaria contar. Basta fechar os olhos. Sentir o vento e navegar.
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