sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sexta super

Tem tempo que é assim. A gente abre a página do jornal e não sabe aonde ir, de tanta alternativa cultural. Hoje mesmo, Brasília está assim. Tem do sertanejo chic, da Paula Fernandes, ao rock latino, do grupo colombiano – Atercipelados, passando pelos gaúchos do "Pouca Vogal". Faça o globo girar, com nas brincadeiras de criança, e aponte o dedo. Onde cair, a escolha vai ser boa.

Paula Fernandes

Um dia destes, escrevi emocionado sobre o canandense Neil Young, aqui no blog. Traduzindo num português claro, ele está para a folk-music como estão para o nosso sertanejo mais original Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco, Almir Sater, Pena Branca e Xavantinho.

Essa semana, ganhei do Luiz Messina um DVD da Paula Fernandes. Acho que ele ficou surpreso com o fato de eu ter dito não saber quem era essa menina e, por isso, resolveu sanar essa falha no meu conhecimento musical. Ela é uma menina bonita, tem presença de palco e tem um timbre de voz incomum.

Fiquei buscando na memória referências musicais que me ajudassem a traduzir o que eu estava sentindo enquanto assistia o DVD. Lembrei de Bob Dylan e sua voz quase gutural, projetada entre os dentes, sem que a boca seja aberta na totalidade.

Ela tem um pouco disso. Um estranhamento provocante. Não falo das letras. Elas são pontuais, adocicadas, beirando o simplório. Falam de um amor caboclo, de paixões arrebatadoras, começos, fins e recomeços de amor.

Mas a Paula tem lá suas qualidades. Pelo que sei, foge dos rótulos (o de sertanejo universitário é um que tentaram pespegar-lhe. Mas ela não aceita). E faz bem. Mesclando um pouco da sua novidade com o folk americano e com o sertanejo de raiz, de Almir. O conjunto dá certo. E quem gosta do estilo não pode perder o show. Pra quem ainda não viu, aí vai o encontro dela com o Almir Sater, cantando "Jeito de Mato". Vale a pena conferir.



Soy Louco por ti América

Em sua segunda rodada (a primeira foi no ano passado) o projeto bancado pelo CCBB chega de novo a Brasília. A idéia é simples: juntar os expoentes do nosso pop/rock, com os mais significativos grupos do pop/rock latinoamericano. Deu certo ano passado. Vai dar certo agora também.

E a primeira rodada, neste fim de semana, reúne a mineirinha Fernanda Takai (band líder do Pato Fu, na foto aí ao lado) com o grupo colombiano Atercipelados, que tem a deliciosa (no sentido da voz) Andrea Echeverri (na foto lá de cima) à frente.

O mestre de cerimônia do projeto é o Paulinho Moska. Ele não se limita apresentar as atrações. Faz a liga, dá o tempero, engrossa o caldo de uma receita que lembra muito o programa de TV dele, no Canal Brasil, o Zumbido. É bilhete premiado pra quem quiser ir conferir. Ai em baixo rola o encontro das duas num dos mais recentes discos do Pato Fu, cantando "Tudo vai ficar bem".



Pouca Vogal

O nome do conjunto é a tradução dos próprios sobrenomes de raízes, incontestavelmente, européias. Neles, há poucas vogais. Mas a idéia não fica nisso. O raciocínio é só uma brincadeira e é só uma das inúmeras variáveis resultantes da reunião do líder dos Engenheiros do Hawai, com o líder do Cidadão Quem. Duas das mais respeitadas bandas gaúchas, formadas no consistente caldeirão do que se convencionou chamar de MPG ou Música Popular Gaúcha.

Juntos, Humberto Gessinger e Duca Leindecker visitam alguns dos seus maiores sucessos à frete de cada uma das suas respectivas bandas. Mas vão além. Quando sobem ao palco transformam-se em multinstrumentistas habilidosos. Produzem arranjos surpreendentes e criam versões definitivas para antigos e novos sucessos.

Depois de rodar o país inteiro, numa jornada que já passa dos quatro anos, desde que a primeira apresentação aconteceu, eles retornam a Brasília para um novo show.

Esse foi o show que eu escolhi pra assistir. Eu Gabriel e um amigo dele, Marcelo. Por enquanto, fiquem com a deliciosa “Depois da Curva”. Depois, eu conto mais.

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