Acabo de assistir o documentário LENNONYC, lançado em 9 de outubro de 2010, dia em que o compositor faria 70 anos. Não há como não se emocionar. O diretor Michael Epstein sabia que tinha que fazer algo diferente, ao contar uma história já tão explorada. E ele conseguiu.
Usou fitas de áudio inéditas, produzidas durante sessões de gravação em estúdio, depoimentos de integrantes da banda e de produtores que trabalharam com ele nos seus últimos anos de vida. Usou a riqueza do acervo de Yoko e o seu testemunho amadurecido.
O filme mostra um Lennon instigante e em transformação. A história se desenvolve sobretudo no período em que ele se muda para Nova York, entre 1974 e 1980, ano em que foi assassinado. Propositadamente, o diretor não cita, em nenhum momento o nome do seu algoz. É a história de John em mutação. Do artista pop, líder dos Beatles, ao pai dedicado do filho Sean, que teve com Yoko.
Há espaço para a militância pacifista; para o "fim de semana perdido"- em que ele quase se mata de tanta embriaguez; para o imigrante em busca do direito de ficar nos Estados Unidos; para o gênio da criação musical; para o amante; para o homem; para o ícone.
Quando o filme termina a gente fica com a sensação de que a partida de John Lennon foi mesmo precipitada. Um tiro. Uma ruptura com o real. A interrupção de um sonho. Um ponto final numa frase inacabada. Impossível não se emocionar.
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