quinta-feira, 21 de julho de 2011

Paisagens

* Por Marcia Braga

O Rio de Janeiro continua lindo!
Embora alguns afirmem que não se vive de paisagem. Assim, penso nos irmãos Coen, que fizeram um filme movidos pelo desejo de nos mostrar a paisagem de neve em Dakota do Norte (Fargo/1996). O imenso branco do lugar.

Penso em John Ford, que se apaixonou pela região que viria a ser cenário de vários de seus filmes. Na descrição de Canudos, já perto da sua destruição, que a visão panorâmica de Euclides da Cunha nos deixou: "... lembra uma cidade bíblica fulminada pela maldição tremenda dos profetas..."

Penso em Tolstoi, que fugiu de casa com mais de 80 anos de idade, para morrer sentado no banco de uma pracinha. E em Umberto Eco, que ambientou seu romance "O Nome da Rosa" por duas razões já confessadas: envenenar um monge e incendiar uma biblioteca.

Aliás, o fogo parece ser o destino de muitas delas. A do mexicano Octávio Paz consumiu-se em chamas. Vocês conseguem imaginar o que era a biblioteca de Octávio Paz?

Sobre as paisagens, lembro-me de Manuel Bandeira:

"Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
O que eu vejo é o beco."

*Marcia Braga é jornalista e professora do curso de Jornalismo
da FUNORTE, em Montes Claros, Minas Gerais.
Sua auto-definição é um poema:
"Meia dúzia de palavras
sobre a minha origem: sou mineira de BH, jornalista e artesã,
de palavras e objetos".

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