quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Música do mundo


No início da década de 80 eu era um jornalista iniciante e Toninho Porto já estava na estrada com o seu baixo, sua guitarra e sua sonoridade. Eu o conheci tocando em bares da noite campograndense. Pouco tempo depois ele sumiu numa aventura que o levou a ficar por quase dez anos em Viena, na Áustria.

Nesse meio tempo, ele absorveu o jeito de viver na Europa, aprimorou sua técnica sem perder a brasilidade. Fez inúmeras turnês em companhia de bons músicos europeus, africanos e asiáticos. A experiência lhe rendeu não só a confirmação do amor pela música, mas o domínio da técnica e a sensibilidade ampliada. Toninho, que quando conheci já era bom, ficou muito melhor.

Muitos anos depois, nos encontramos no aeroporto de Congonhas, numa viagem de volta a Campo Grande. Ele me falou da experiência vivida, do filho que agora o acompanhava e do sonho de retornar a Campo Grande e de construir um estúdio em Bonito. A viagem foi curta para tudo o que tínhamos que falar.

Já em Campo Grande, outra coincidência nos juntou: meu filho Gabriel e o enteado dele, o Caio, estudavam na mesma escola e eram como unha e carne, não se largavam pra nada. Nos reaproximamos.

Em um determinado momento, chegamos a fazer um trabalho juntos. Eu e Ecilda Stefanello coordenávamos uma produção de vídeo e chamamos o Toninho para produzir a trilha sonora. A música dele é um luxo capaz de engrandecer qualquer trabalho.

Hoje, revirando meus discos, encontrei o primeiro CD feito por ele depois de voltar ao Brasil. Há nesse trabalho uma mistura deliciosa de sotaques e culturas. O som do mediterrâneo se incorpora à batida na corda que nunca deixou de ser brasileira. O resultado é uma música do mundo.

Buscando na internet encontrei outra peça linda: Marcos Mendes e Maria Cláudia (grandes e bons amigos) cantando Toninho Porto. Vídeo que eu os convido para assistir agora. E, claro, com alguma dose de saudade do Toninho, do Marquinhos e da Maria Cláudia.

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