segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Café e Catopê
No dia do meu aniversário, em 2008, eu estava em plena campanha, em Montes Claros. Em ano de eleição, meu aniversário é comemorado assim, entre uma edição e outra, correndo contra o “dead line” e na pressão da estréia dos programas políticos. Nos últimos anos, por força de uma mudança nas regras da eleição, o início da exibição do programa eleitoral, na TV e no rádio, tem coincidido com a minha data de nascimento, 20 de agosto.
Com eu dizia, lá em Montes Claros, além do carinho de Jorge Calábria e Soraya, que abriram espaço pra uma pequena comemoração, e de resto, de toda a equipe reunida para cuidar da campanha, recebi um presente especial do Tino Gomes.
Ele havia acabado de editar o seu CD “Catopezeira Brasilis” e estava dando início à turnê de lançamento, evidentemente, por Minas. Tino é um poeta de mão cheia, músico de grande qualidade e montesclarense de nascimento. Conhece e canta aquelas ruas, becos e costumes como poucos.
Hoje, segunda de carnaval, amanheceu um dia lindo e eu comecei a manhã tomando um café com Mara e Mariana, ao ar livre, ouvindo Tino e sua Catopezeira. Um pouco, pra destoar dos batuques usuais ao carnaval. Um pouco, pra matar a saudade de Minas.
Pra quem não sabe, o Catopê é uma manifestação folclórica do norte de Minas, um cortejo dançante de origem africana, parente das congadas e maracatus.
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Engraçado, falávamos ontem, no almoço da família, sobre cultura popular. Daisa, a irmã bailarina, confirma o que já havíamos notado. O Brasil é regional. Há quem insista em afirmar sobre a "brasilidade", como se ser brasileiro fosse um uníssono cultural. Minha cidade, norte do Paraná, carnaval é um feriado. Não entendemos a cultura de uma escola de samba, só passamos a saber o que é quando o marido da Tatiana,a irmã mais nova, morador do estado do Rio de Janeiro explicou. É como a paixão por um time de futebol. O Brasil não é menos Brasil se não tem uma cultura africana. O Brasil é filho de europeu, de índio, de negro. O Brasil é diverso e isso é muito bom. Prá que uniformizar todo mundo?Festa popular tem samba, axé, bumba meu boi,forró, música caipira, fandango...tem coisas que nunca ouvi ou vi e, ainda assim sou brasileira.
ResponderExcluirSe a CULTURA e um conhecimento que vai se construindo nos fazeres e saberes dos homens e mulheres em suas COMUNIDADES.Há de TER uma DIVERSIDADE e ela expressar os saberes MILENARES das comunidades que estão no DNA cultural dos sujeitos.Eu encontro o canto do meu povo e quase todos os recantos do meu BRASIL.É como uma melodia de resistência que atravessa os bandolins e poetas.
ResponderExcluirE ai me achar que já ouvir em algum lugar “ o Catopê”.Valeu socializar tal canto.