terça-feira, 23 de março de 2010

Eu vi Lucille, bem de perto.


Foi de repente.
Decidi fazer um investimento em meu desejo. Desejei ver BB King e sua Lucille. E fui lá. E vi os dois, bem de perto. Eles se completam. Ele e ela. Conversam com intimidade o tempo inteiro. E ele, do alto dos seus 84 anos de estrada, se diz completamente apaixonado.

Não, ele não tem mais a mobilidade, nas pernas, que tinha antes. Mas os dedos... Ah! Os dedos do mestre continuam fiéis. Continuam a tocar Luicille, como nenhum outro, em qualquer lugar, jamais tocou.

BB King é comovente. Pela coragem de seguir tocando. Pela capacidade de seguir encantando até ouvidos moucos, como o meu. No meio do show, aqui em Brasília, ele falou sobre a sua idade. E brincou. E no meio da brincadeira, falou sério. Se disse apaixonado pelo Brasil e sua gente. E disse que não sabia se iria voltar aqui. Mas que, apesar dos seus 84 anos, gostaria muito de voltar.

Disse amar o Brasil. Disse amar o jeito brasileiro, sobretudo, o jeito das mulheres brasileiras. Enquanto falava nelas, se remexia na cadeira. Velhinho safado!
No mais, ele fez o melhor. Ele tocou com a vivacidade do início da carreira, acrescido de uma vida inteira de experiência. Com a paixão de sempre. Tocou com magia e zelo.

E eu, que nem imaginava isso tudo, me encantei de estar ali. Apesar da cadeira vazia ao meu lado. Hoje, vi Lucille bem de perto. Pra nunca mais esquecer.

Para os que não sabem: O BB vem de Blues Boy. E Lucille é como ele chama a sua guitarra. O verdadeiro nome de BB King é Riley Ben King.

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