sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Short cuts de sexta


Da chuva


Lá fora, há uma chuva leve. Que deixa as ruas de Brasília mais brilhosas (falo do asfalto molhado, com aparência de espelho) e por consequência, mais perigosas. Apesar disso, trafegar pelas ruas dessa cidade me comove.


Ela é linda, carrega um estigma de cidade fria. Mas eu garanto pra você, não é.
Ando nas ruas de Brasilia como quem visita o corpo de uma mulher sinuosa, esguia e delicada. Vejo em seu traçado a firmeza irreverente do pulso do Arquiteto e enxergo poesia em cada ponto de fuga onde o chão se confunde com o horizonte. 

De mim

Sou o resultado das minhas circunstâncias. Quando penso que não, uma novidade me assalta. E torna o meu dia mais vivo. Quando acho que cheguei ao ponto, a vida me mostra que há outros rumos a me provocar. Sim, também carrego um cigano comigo. Por vezes me imagino numa Macondo pessoal, carregando astrolábios e lamparinas, fios de seda e perfumes, que servem a mim mesmo e aos outros. Me dão o norte e me lançam ao desconhecido. Viver é precioso.


Dos meus amores



Adoro Leminsk e Quintana. 
Não sei viver sem paixão.


Meus pés sempre 
alcançam as descoisas
de Manoel de Barros


e meu coração treme 
todo, inteiro,
diante da voz de Billie
Holliday.


Um comentário:

  1. Deliciosa autobiografia em fotos e passos. A vida é mais bonita escrita do que descrita. Você fez assim e escreveu-viveu em polaroid.

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