|
Mônica Horta |
Mônica Horta era uma menina inquieta, no final dos anos 80, início dos 90. Nos conhecemos na redação do Jornal do Brasil Central. Eu, editor. Ela, repórter (de moda e cultura). Era um desafio, para um pequeno jornal semanário, manter uma coluna de moda inteligente. Aliás, aquele era um jornal dado a desafios. Minha ida pra lá tinha como objetivo ajudar a implantar a impressão em cores. Foi o primeiro jornal semanário a ter a capa colorida em Mato Grosso do Sul.
Pra conseguir fazer a capa em cores, era preciso definir a pauta e fazer as fotos até a quarta-feira. O jornal era rodado no sábado e ia pras bancas no domingo. Era uma operação de guerra (e exigia nervos de aço). Primeiro, o assunto tinha que resistir, ser atemporal. Depois, era preciso mandar os fotolitos para São Paulo. Por fim, era preciso rezar, torcer muito, para que eles voltassem e a VASP os entregassem na data certa, no horário certo e... no aeroporto certo.
Não raras foram as vezes em que, por descuido da Vasp, a nossa capa foi parar em Rio Branco, no Acre. Fotolito perdido, equipe frustrada e o jornal saia preto e branco mesmo.
Nessa época, a Mônica apareceu e juntou-se ao bando de alucinados: Lizoel Costa, Mara Viegas, Neri Kasperi, Ângelo Souza, Liane dos Santos, Luca Maribondo, Orlando Rocha e alguns outros que me faltam à memória. Foi um período apaixonante. Cultura, esporte, economia, política, em tudo o que a gente metia a mão, havia um trato diferente.
Foi assim que, lá pelas tantas, decidimos que era hora de apostar naquela menina que vestia roupas descoladas e enxergava a moda não como uma banalidade, mas como uma ciência. E convencemos os donos do jornal a custear as viagens dela a São Paulo, para cobrir eventos do mundo Fashion. Uma vez mais o jornal ousava. Éramos verdadeiramente abusados.
O tempo passou, o projeto do jornal também atingiu o seu limite, as pessoas seguiram o seu destino. Nunca mais ouvi falar da Mônica. Mônica à época já tinha uma filhota, Cael.
|
Mônica e Cael Horta |
Há alguns anos, fui fazer campanha política em Minas e conheci a história da Cris Guerra. Uma publicitária moderna, inovadora que só. Uma menina com uma história de vida linda, de resistência, inteligência, superação e alegria.
|
Cris Guerra |
Primeiro a encontrei através da internet. Depois nos aproximamos por conta de amigos comuns, como a Soraya Bones. Até ganhei um livro autografado pela Cris, mesmo estando a milhares de quilômetros dela, no dia do lançamento. Não importa a distância ou o fato de nunca termos nos encontrado pessoalmente. Somos amigos de infância.
Cris deu muitas viradas na vida. A mais recente a transformou em uma das mulheres mais respeitadas no mundo da moda. Ela assina o blog
“Hoje vou assim”, que já lhe rendeu muitos prêmios e a transformou em uma personalidade, com “P”maiúsculo na blogosfera. E desde sempre, Cris é mãe de um moleque do bem: Francisco.
|
Cris e Francisco |
Na semana passada os caminhos de Mônica e Cris se cruzaram. E eu, de alguma forma, colaborei para que isso acontecesse. Cris foi cobrir a São Paulo Fashion Week. Mônica, também. Em meio a milhares de pessoas, centenas de desfiles e eventos paralelos, eu recebi notícias das duas. Cada uma a seu jeito.
Depois de um longo hiato de tempo, descobri que a Mônica, aquela menininha invocada por moda, com quem eu havia trabalhado no início dos anos 90, tinha virado uma jornalista especializada, ganha a vida com isso e assina
a coluna ecostyle no blog FFW de um dos criadores da SPFW.
|
Mônica Horta, Jornalista de moda |
Não sei exatamente por que, mas achei que as duas deveriam se conhecer. Eu não tinha certeza de que isso seria possível, mas também não havia nada que impedisse a tentativa. Elas são apaixonadas por moda, tem vidas independentes, trafegam por caminhos inovadores e são figuras encantadoras.
|
Cris Guerra, Blogueira de Moda |
Mandei um e-mail pra uma e pra outra, apresentando-as mutuamente e avisando-as que estavam no mesmo lugar, ao mesmo tempo (a SPFW) e que eu ficava aqui na torcida para que elas se conhecessem.
Hoje recebi um e-mail da Cris. E outro da Mônica. As duas se encontraram, no último dia, na porta do banheiro. Se identificaram, trocaram contatos, falaram da vida, dos filhos, se descobriram com a mesma raiz (as duas são de Minas), tiraram fotos. Cael, filha de Mônica, tem uma tatuagem muito parecida com uma das tatuagens de Cris. A conversa rendeu e até lembraram que, de alguma forma, eu estava no eixo daquele encontro inusitado.
|
Cris Guerra e Cael Horta |
Valeu, Cris. Valeu, Mônica. Mundo pequeno, vida que segue.
adoro seu carinho pela Cris....quem dá bala pro filho adoça a boca da mãe...e adoro a forma que você escreve.beijo
ResponderExcluirBeijo, bom dia e bom feriado, Odette!
ResponderExcluirVocê é uma pessoa muito especial e querida. E o seu coração é uma obra de arte, de tão lindo. Tenho orgulho de ser sua amiga.
ResponderExcluirSe eu fosse um sapo,
ResponderExcluiria ficar com receio
de explodir o papo,
de tão cheio!
Obrigado pelo carinho, Cris.
A vida é assim. E eu gosto dela.
Por tudo o que ela já me deu.
Beijo.
Queridíssimo,
ResponderExcluirSó posso te agradecer muito, e dizer que foi uma grande honra/sorte ter encontrado alguém com seu alto nível pelo caminho. Devo a você grande parte dos meus prazeres profisionais, e das boas lembranças que eu guardo desses meus 41 anos de superbatalhas.
Adoro a sua pessoa.
Superbj procê,
Mônica.