quarta-feira, 26 de maio de 2010

O cara da camisa amarela

Acabo de ver o jogo do Cruzeiro contra o Botafogo. E não tive como não voltar no tempo ao ver o time mineiro entrar em campo com camisas amarelas. Lembrei do Raul Plasmann. Raul foi goleiro do cruzeiro por 12 anos a partir da segunda metade da década de 60, no século passado.

A primeira vez que entrou em campo usou uma camisa amarela. O jogo era contra o maior rival, o atlético, e a camisa que ele teria que usar, do goleiro a quem iría substituir ficou pequena.Raul pediu uma emprestada ao lateral esquerdo, Neco. Uma camisa amarela.

Raul entrou em campo surpreendendo a todos com a quela camisa. Na época, os goleiros eram figuras sizudas. Vestiam preto, azul marinho ou cinza. Muitos o chamaram de ridículo. Sua camisa amarela passou a ocupar a mídia. Duvidaram até da sua masculinidade. Por muito tempo, ele teve que conviver com um apelido jocoso de “Vanderleia”, a musa luora da jovem guarda.

Mas Raul foi um jogador à frente do seu tempo e fez mais. Sua pinta de galã fez encher os estádios com outra novidade: a torcida feminina. Raul resistiu ao preconceito e a todos com a competência de ser um dos maiores guarda-metas que o futebol brasileiro já teve.


Hoje, assistindo aquele cruzeiro amarelado e lindo, fico pensando comigo mesmo: os tempos evoluíram. Raul deve estar morrendo de rir.

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