domingo, 16 de maio de 2010

Filhos, como não tê-los?



Dizem que os filhos somos nós, melhorados em algumas vezes. Estou chegando à conclusão de que, sim, eles são mesmo. Tenho dois. Mariana, que faz cinema; e Gabriel, que faz farmácia.

Mas, em casa de jornalista, filho que não escreve nasceu do avesso. Por isso, os dois escrevem e muito bem. Constatei isso há pouco tempo. E me emociono sempre que encontro algum escrito dos dois.

Ontem, Gabriel, que já administra um blog, o "Gabriel por ele mesmo", me fez mais uma surpresa. Fez um perfil. Sem saber ou sabendo. E de uma forma brilhante, construiu a sua imagem e semelhança, percorrendo ruas, espaços, condomínios, escolas e cidades onde viveu, nestes seus dezoito curtos anos de vida.

Monta um jogo de palavras instigante. Constrói imagens que sozinhas não existem, para contar o que vem sendo a sua vida.

É emocionante lê-lo. O texto conciso reproduz uma vida inteira. As frases bem escolhidas, os nomes milimetricamente postos, vão fluindo em um texto que tem DNA. Me vejo lá, aos dezoito, muito melhor do que eu fui.

Por isso, a minha alegria de lê-lo. Por isso, não dá pra ficar guardado. Com vocês, Gabriel Franke Viegas. Diamante, em estado puro. A caminho da lapidação. Pra meu orgulho, pra minha alegria.



Gabriel

Gabriel durante onze anos morou sob Las Palmas de Antônio Bicudo. Nessa época conheceu pessoas que, como ele, também moravam nas mesmas condições, encontrou tantas outras conforme a Harmonia da vida lhe mostrava. Aprendeu, com Professor Xandinho, que amizades podem durar anos e vencer distâncias.

Tinha medo de mudanças, mas isso é inevitável durante a vida. Saindo do olhar de Bicudo foi cair nas graças de Dona Gardênia. Como numa batalha, a vida lhe pôs na "avant garde", fez amizades com vários guerreiros que ao seu lado lutavam. Pouco tempo se passou até retornar às mãos de Antônio, menos tempo até que seguiu viagem com uma comitiva para desvendar os mistérios do Planalto Central.

Brasília tem fama de ser uma cidade moderna, mas quando chegou conheceu pessoas antigas: Juscelino Kubitschek e Leonardo da Vinci. Morou em um Sobradinho e se informatizou com a W3.

Em Brasília tudo é diferente, até os aviões: pode-se pisar nas asas, entrar na cabine do piloto, falar no celular e embarcar e desembarcar a qualquer hora.

Gabriel ainda é jovem é tem muito o que viver, mas enquanto isso pega uma carona no plano do piloto e deixa a vida acontecer.


Pela amostra, dá pra ver que o moleque tem "pedigree". Então, os que quiserem, podem visitar o "Gabriel por ele mesmo". E curtir, na origem, as idéias dele.

Um comentário:

  1. Pelo texto não dá para negar que está no DNA. Aplausos para o famacêutico escritor, ou melhor, para o já escritor e futuro farmacêutico! E o que mais impressiona é o estilo despojado, para quem o conhece, foge a todos os estereótipos quando usa o teclado e cristaliza pensamentos. Um beijo grande, da tia orgulhosa de você.

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