Ana Miranda - Foto Marcelo Bessa / 2011 |
Querida
Ana Miranda
(me permita o querida, ele é verdadeiro e respeitoso).
Não
nos conhecemos fisicamente.
Entretanto,
eu te conheço de longa data.
Para
ser mais exato, desde quando o meu amigo e jornalista Luca Maribondo
surgiu com a informação de que era teu parente (primo, ele dizia). Adoro o
Luca. Mas custei a levá-lo a sério nessa história.
Entretanto,
sendo ou não verdadeira, ela me serviu para estabelecer uma ponte definitiva
contigo. Viramos amigos íntimos, ainda que não saibas disso.
Impulsionado
pelas primeiras leituras, fui atrás de outros escritos e de teus contos, e de
teus livros, e de tua poesia. Fiquei encantado com a tua forma de contar
histórias. Meus olhos se fartaram de emoção lendo "Prece a uma aldeia
perdida".
Cruzas
o meu caminho mesmo sem querer. A cada domingo, troco impressões com meu pai
sobre um espaço destinado a crônicas no Correio Braziliense. Ele me fala de
Affonso Romano de Sant'Anna, com quem divides o espaço. Eu falo de ti. E assim seguimos numa
jornada literária que não tem fim.
Hoje,
especialmente, fiquei comovido, extasiado, encantado.
Poucas
vezes na vida li uma declaração de amor tão explícita como a que fizestes a
Arduino Colasanti.
Pelas
tuas linhas, percorri uma Brasília imaginária.
Vislumbrei
a Escola Classe, a árvore plantada, o céu de Brasília. Pelas tuas
mãos,
reconstruí a imagem de um homem/mito, um semideus, um Apolo (ou um Netuno) em carne e osso - e
ainda mais, sensível, terreno, ao alcance das mãos.
Arduino em três tempos: Surfista... |
…Galã... |
… e mito. |
Depois
de te ler, vou passar algumas noites tentando traçar a linha celeste,
a
partir do Cruzeiro do Sul, que me dê um rumo qualquer. O necessário para
que eu possa dizer - Sim, compreendi a língua das estrelas, que Arduino
ensinou a Ana.
Teus
dedos generosos me fizeram acreditar em um amor maduro. Algo que me seduz cada
vez mais - a tranquilidade e a simplicidade de viver.
Está
ai um tipo de amor que certamente a gente só enxerga depois de ter vivido.
Ou,
de forma lírica, quando se lê a voz de outro, contando uma história viva.
Contraditório? Pois, que seja.
Tua
escrita é quase uma declamação. Não sei de tua voz, mas te ouço falando cada
uma daquelas palavras. E justo essa sensação me encheu de coragem para te
escrever. Para te agradecer por temperar o meu domingo.
Arduino Colasanti - Foto de Leonardo Aversa |
Acabo de receber uma mensagem da Ana Miranda e divido com todos vocês:
ResponderExcluirAna Miranda
14:50 (Há 1 minuto)
Querido Inorbel, um querido também verdadeiro, após a leitura de sua carta...
Tão bonita, comovente, fiquei muito tocada com seus sentimentos, você é uma pessoa especial.
Grata por me escrever essa carta.
São esses gestos de carinho que nos ajudam a viver, como diz a música.
Abraço afetuoso, da
Ana
Realmente...vcs dois são muito especiais.... fizeram me sentir poesia ... e olha que com saudade a gente não brinca...são imensas as coisas que podem acontecer com gente que sente isso...agradeço talmbém...de alma lavada por entender e saber que alguém que é amiga de um amigo e prima de um ídolo existe e amou de verdade.
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