Mais um que sai de cena. Millôr. Que em verdade deveria ser Milton, mas já nasceu dando um drible no escrivão e na vida. O drible, aliás, foi a marca dele enquanto esteve por aqui. Driblar a vida, a tristeza, a frieza, a burrice, a burocracia, a prepotência e (parece, o drible preferido dele) a ditadura.
Millôr driblou tudo isso com a maestria de um garrincha. O Brasil está um pouco mais sem graça.
Eu vou, vocês ficam.
Charge de Chico Caruso para a saída de cena de Chico Anysio |
Outro que também pegou o caminho de cima foi o Chico Anysio. Tão bem retratado na charge (ai acima) de um outro Chico, o Caruso, partiu deixando pelo menos 200 personagens que, definitivamente, não vão, nunca, sair de cena.
Os personagens do Chico Anysio me remetem à minha primeira infância. O programa de TV que ele já fazia no início dos anos 70 é parte das minhas lembranças auditivas e visuais mais distantes. Hora do programa do Chico era hora de rir diante da TV.
Sem contar que, pra nós, crianças, aquilo de ele aparecer transfigurado em dezenas, centenas de personagens, era parte da emoção provocada por aquela caixa mágica, que a gente só estava começando a descobrir, chamada Televisão.
Chico Anysio |
Já no fim da vida, ele passou a reclamar mais do que sorrir. Mas Chico podia reclamar, ele tinha crédito de sobra. É outro, que partindo, deixa o Brasil menos bem humorado.
Pra não desesperar
Pra que o dia não se torne tristeza e desespero, com tantas perdas assim, fecho o post com um novo clip de Leo Cavalcanti (e participação de Tulipa Ruiz).
Tulipa e Leo |
Nenhum comentário:
Postar um comentário