Sobre Tim Maia pode-se dizer que vale tudo. Nasceu preto, pobre e gordo. Abusou do corpo e das drogas. Amou muito e desbragadamente. Da mesma forma que consumiu drogas. Viveu com a intensidade dos gênios e morreu no limite de sua resistência. No meio disso tudo, fez música. Música de primeira. Música dançante. Música simples e genial.
O Sebastião, menino, que virou o Tim, o astro adulto, diferiram pouco um do outro. Tinham a mesma raiz e a mesma obstinação. Foi isso o que o levou a ganhar o mundo. Desembarcou nos Estados Unidos sem falar uma palavra em inglês. Melhorou sua técnica de cantar com o swing dos gringos. Fumou maconha, roubou carro e passou seis meses preso, até ser deportado de volta ao Brasil.
Nada disso o fez desistir da vida. Ajudou os amigos quando pode. E não rejeitou ajuda quando precisou. Mas precisou pouco. Porque levou a vida do seu jeito. Quando tinha, tinha. Quando não tinha, deixava rolar. E aparecia.
Tudo isso está no livro e no musical de três horas de duração, que passam sem se perceber. Gabriel, Mariana e Clarice, minha norinha, adoraram o convite que fizemos para irem juntos. Para eles, foi como ver Tim Maia ao vivo, tal a semelhança do Tiago Abravanel (neto do Silvio Santos, que interpreta o Tim no musical) com o próprio Tim. Pra mim e pra Mara, foi um reencontro com uma trilha sonora que embalou muitas das nossas aventuras. Voltamos pra casa com a certeza de que Vale Tudo!
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