Celso Grecco me manda uma mensagem. Ele, que vive numa ponte aérea Brasil/Portugal, vez por outra se depara com coisas lindas da cultura de um e de outro canto. Na mensagem de hoje, me remete a uma bela canção portuguesa, interpretada por Márcia e JP Simões. São dois jovens talentos que cuidam como poucos da renovação da música portuguesa.
Vale a pena conhecê-los. Aí embaixo, a letra de "A pele que há em mim". Em seguida, o vídeo. Aperte o play e curta.
A pele que há em mim
Márcia
Quando o dia entardeceu
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu
E a calma a guardar lugar em mim
E o desejo a contar segundo o fim.
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
E o sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu
Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada.
Dá-me o quarto vazio da minha casa
Vou deixar-te no fio da tua fala
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada.
Quando o amor se acabou
E o meu corpo esqueceu
O caminho onde andou
Nos recantos do teu
E o luar se apagou
E a noite emudeceu
O frio fundo do céu
Foi descendo e ficou.
Mas a mágoa não mora mais em mim
Já passou, desgastei
Para lá do fim
É preciso partir
É o preço do amor
Para voltar a viver
Já não sinto o sabor
O suor e pavor
Do teu colo a ferver
Do teu sangue de flor
Já não quero saber.
Dá-me o mar, o meu rio, a minha estrada.
O meu quarto vazio na madrugada
Vou deixar-te no frio da tua fala
Na vertigem da voz
Quando enfim se cala.
Que música deliciosa!
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