domingo, 8 de abril de 2012

A Páscoa, a Física e os livres

Luiz Evangelista, o primeiro à direita e a turma do Terceirão.
Da minha passagem por Maringá - PR, no final dos anos 70, guardo belas lembranças e amizades definitivas. Uma delas, como o professor Luiz Evangelista (um predestinado, como diria o Zé Simão). Lá, estudando o terceiro ano do ensino médio (na época chamávamos "Colegial"), no Colégio Marista, recebi as primeiras provocações filosóficas do Luiz.

Era algo inusual, mas ele, professor de Física, traduzia-se em nossa melhor companhia. Ouvia música popular, ensinava a disciplina com um estranho e sedutor brilho nos olhos, e nos fazia enxergar beleza onde normalmente se via números e fórmulas matemáticas.

Luiz fez com que fundássemos o primeiro Clube de Filosofia da escola e nos fez descobrir a Filosofia como um veio do pensamento, como um norte para as nossa vidas de adolescentes.

Há alguns meses, estive com o Luiz e com quem conseguimos juntar da nossa antiga turma, em Maringá. E foi emocionante perceber que, 32 anos depois, engatamos uma conversa como se não houvesse um hiato de distância, nem de tempo, nem de espaço. Um milagre da física quântica. Ou, simplesmente a comprovação real das amizades sinceras.

Hoje, abro a caixa de mensagens e recebo um bilhete do Luiz, que faço questão de dividir com todos.

Caríssimos amigos do Terceirão
(era assim que ele chamava, e ainda chama, a nossa turma)

Como vocês sabem, um dos significados da palavra "páscoa" é "passagem". Porém, alguns autores mais ousados conseguem achar uma raiz na palavra que teria a ver com "golpe". Seria o "golpe" com que Javé retirou o seu povo do Egito e o tornou livre!

Pois bem: que vocês sofram um belo "golpe"  e tenham uma vida ainda mais feliz, autêntica e livre!
Uma Boa, Serena e Santa Páscoa!

Um abraço.
Luiz

Valeu, Luiz. Boa Páscoa e bom "golpe" para todos nós. 


2 comentários:

  1. Recebi do Luiz, do meu Professor Luiz, e divido com vocês:

    Luiz Roberto Evangelista lrevang@gmail.com
    17:03 (7 minutos atrás)


    Caríssimo Inorbel:
    Sou um frequentador (e admirador, obviamente) de seu blog.
    Hoje, no entanto, quase sofri um segundo ataque cardíaco!
    Que belas palavras você disse! Quanta coisa bonita você mencionou!

    Meu caro amigo: eu não sei se terei condições de retribuir, um dia, essa gentileza!
    Você me comoveu como a lua do Drummond, como o conhaque daquele poema de sete faces:

    …mas essa lua, mas esse conhaque
    botam a gente comovido como o diabo.

    Eu estou convencido que a amizade é um dom divino!
    Se, por acaso, eu tivesse alguma dúvida sobre a graça, ela seria dissipada pelo simples fato de vocês existirem.
    Graça é isso: vocês existem, eu não mereço, mas usufruo dessa existência!

    Um abraço fraterno.
    Luiz Evangelista.

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  2. O Luiz foi um condutor do livre pensar. Num tempo onde o conhecimento dependia da partilha direta com quem convivíamos, absolutamente linear, sua presença nos ajudou a organizar o que fervilhava em nossas cabeças. É muito bom lembrar e viver o presente com tanto carinho.

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