Ontem, voltando do Sul, sobrevoei a UNISINOS nas asas da Passaredo. Imediatamente, lembrei de Elis, de Milton, da canção em que eles falavam sobre voar nas assas da Pan Air e o pensamento vagou por outras plagas. Me levou aos tempos da faculdade de jornalismo.
30 anos depois, percebo que o prédio central, que chamávamos de redondo, parece ter sido concluído. No início dos anos 80, quando estudei jornalismo lá, a cidade de São Leopoldo se dividia em três grupos distintos: 23 mil universitários; 25 mil operários da indústria do calçado; e aproximadamente 25 mil descendentes de alemães.
30 anos depois, percebo que o prédio central, que chamávamos de redondo, parece ter sido concluído. No início dos anos 80, quando estudei jornalismo lá, a cidade de São Leopoldo se dividia em três grupos distintos: 23 mil universitários; 25 mil operários da indústria do calçado; e aproximadamente 25 mil descendentes de alemães.
Prédio onde funcionava a antiga sede da UNISINOS |
Marquinhos Goiano, Chile e Jupira. Turma da sede velha da Unisinos |
A delegacia de polícia era onde, invariavelmente, íamos parar
depois de algum porre homérico. Havia um camarada chamado Jefferson "Véio" que
era freguês da delegacia. Dois ou três goles de cachaça eram suficientes para
trazer à tona um revolucionário incontrolável, cujo porre não poupava ninguém.
Do presidente ao general, passando pelos padres e entreguistas, todos eram, devida e sistematicamente, esculhambados por ele. O Jefferson também ficou famoso na faculdade por ser o primeiro vivente com coragem para oferecer, numa das raras conversas sérias que teve com o reitor, chá de cogumelo para combater a depressão. Por muito pouco não foi expulso.
Do presidente ao general, passando pelos padres e entreguistas, todos eram, devida e sistematicamente, esculhambados por ele. O Jefferson também ficou famoso na faculdade por ser o primeiro vivente com coragem para oferecer, numa das raras conversas sérias que teve com o reitor, chá de cogumelo para combater a depressão. Por muito pouco não foi expulso.
Na sede velha conheci minha primeira paixão gaúcha – Áurea
Kern. Ela estava na primeira turma, no primeiro dia de faculdade. E foi uma das
primeiras a me chamar de Maranhão Viegas, apelido definitivo – que mais tarde
viraria nome profissional, e que me foi inventado pela professora Elvira Coelho.
Áurea Kern |
O avião se aproximou de Londrina. A comissária de bordo começou a recolher copos e guardanapos. O avião começou a descer. Hora de fechar o texto.
Hora de resguardar a memória.
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