Mr. Robert Allem Zimmerman
9h33min da noite de terça, 18 de abril. As luzes se apagam e os gritos começam. Gaita, guitarra, baixo, bateria, teclado e a voz rouca, inconfundível. Era ele. Uma figura quase minimalista, no centro de um cenário despojado e preciso. Aquilo era síntese do mais puro Rock'n Roll.
Olhei em volta e havia uma plateia em transe. Por força do contrato - que proibiu fotógrafos e imagens em telões - o som de Dylan era bem maior que a imagem dele. Decidi sair em busca de um outro ângulo, onde pudesse ficar mais próximo de sua voz e de sua guitarra.
Caminhei ao redor do Ginásio, alcancei outra entrada. Acertei a medida da distância. Era ali que eu iria ficar até o fim do show. A fórmula "velhas canções com novos arranjos" tornou algumas delas quase irreconhecíveis. Don't think twice e It's all right foram bons exemplos. Mas pouca gente ligou para isso.
A noite era de reverência. E o ginásio quase foi à loucura aos primeiros acorde de Like a Rolling Stone. Nessa hora, ao meu lado, um sujeito pulava e gritava como se pudesse falar com o mundo: É Bob Dylan!!! Anunciava aos berros. Meus filhos precisam saber disso, eu vi Bob Dylan de perto!!!
Olhei pra ele e assenti, num silêncio cúmplice. Meus filhos precisam ficar sabendo disso.
Eu vi Bob Dylan de perto |
Aguardava ansiosa esta postagem. Fiquei na vontade por opção, mas as tuas letras transmitiram o que eu queria saber. Para o velho Bob Dylan, apesar do tempo, o show continua, e nós, seus admiradores, temos a sorte de continuar desfrutando o som da sua gaita e da voz inconfundível.
ResponderExcluirApesar do grande esforço, não há como descrever aquela noite. Ali, a 6 ou 7 metros de Dylan, em transe. Fiquem as críticas de lado, se há uma qualidade que alguém tem que ter, é a capacidade de admirar aquilo que está além da normalidade. Um ser sobrenatural, Dylan.
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