Fernando Lemos - Foto: arquivo da família |
Mesmo com toda lama, mesmo com toda a cena.
Nos teus olhos enxerguei caminho que eu não trilhei.
Porque eu ainda não existia ou se existia, não sabia, nem desconfiava.
Viajastes por noites e ruas pelas quais não tenho mais como passar. Ah, mas tuas passagens me ficaram vivas. Nas tuas falas, nos teus relatos, nas tuas loucuras de abril, nas tuas noites de inverno.
Não havia de adivinhar as nossas ruas cruzadas. Mas elas se cruzaram.
Teu jeito estranho de lembrar, de deduzir e falar.
Meu jeito inteiro de sentir, de permitir e perturbar.
Sabe Fernando,
dessa vida ligeira que a gente leva
da qual quase nada nos resta
resta a certeza de que é única
E assim sendo
transfigura-se im-perfeita
Não importa eira, nem beira
Não importa o ter
Da vida, que passa ligeira,
importa o existir
Das tuas mãos, que vestiram as letras de Glauber,
De Ronaldo, de Marco Aurélio e tantos outros
resta claro o conteúdo
Houve beleza em cada ponto e vírgula
E haverá, sempre.
(Para o meu amigo de ontem e de sempre, Fernando Lemos)
Belissimo!
ResponderExcluirUau... Maranha, o Fernando está vendo esse poema dedicado a ele. E basta. Vc é um Mestre das palavras. Te amo.
ResponderExcluirMaranhão, parabéns. Bela homenagem. Confesso que ainda estou abalado com a notícia. Gostava muito do Fernando, mas tenho certeza de que ele continuará entre nós: iluminando nossas palavras, clareando nossos caminhos e regando nossos jardins. Quero escrever sobre ele, mas vou esperar passar o choque... pelo menos, um pouquinho.
ResponderExcluirComovente, meu querido. Qua as lembranças desse teu amigo seja carinho na alma nos momentos de saudade.
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