Foto: Chico Albuquerque |
Mucuripe. O mercado dos peixes toma vida. Gritos, gritos, cheiro de peixe, gente, cheiro de mar, vida que balança à deriva. Comida que mata a fome de quem tem. E os barcos lá, a partir e chegar numa sequência sem fim, que nunca acaba ao por do sol. Nem nunca cessa ao nascer do dia. Mucuripe.
Diante do vai e vem, do frenesi dos pescadores e seus peixes, meus olhos param em um barco desfeito, ou quase. As ondas lambem sua borda num breve convite à viagem. Ele lá. Imóvel. Esquecido no tempo. Barco sem mar, sem gente, sem rumo, sem rota. Mucuripe.
Berço da vida, cemitério de barcos. E a vida em ondas, indo e vindo, como o mar.
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