Ontem foi dia de visita ilustre no Congresso Nacional. Tiririca, nosso palhaço campeão de votos "chegou, chegando, para abalar geral". Tem gente que diz que o Congresso é isso mesmo. Se subir um muro, vira hospício. Se jogar uma lona por cima, é circo. Com o Tiririca presente, essa segunda opção fica bem mais factível.
Tem outros que ficam revoltados com a eleição de um sujeito que, teoricamente, não deveria estar lá. Digo teoricamente porque persiste ainda a impressão de que ele é analfabeto, apesar dos testes feitos pela Justiça. A estes eu sugiro cautela. Uma breve revisada na história e a gente descobre que os "tiriricas" da vida não são privilégio da sociedade brasileira. Ou da América pobre.
Nos anos 80, a eleição de Cicciolina para o Parlamento Italiano teve um pouco de escárnio eleitoral, uma certa quantidade de protesto ao conservadorismo e muita irreverência. Cicciolina era uma atriz pornô famosa. Seus mais vistosos atributos, os seios fartos, eram parte do mote da campanha que invocava uma jornada "de peito aberto". Sua principal estratégia de campanha era mostrar os seios enquanto "seduzia" os eleitores com os seus projetos.
Campanha na rua, ela foi eleita com 20 mil votos. Trocou a pornografia pela política. Há quem pense que é a mesma coisa, mas não é. Cicciolina, entretanto, sempre teve um desempenho melhor na primeira. O parlamento não fez com que ela largasse a vida de atriz. Dois anos depois de eleita gravou mais uma safra de filmes, causando furor aos seus nobres pares. Defendia o fim da guerra nuclear propondo: "vamos aquecer o mundo fazendo amor".
Mas ela entrou mesmo para o folclore político mundial em 1991, às vesperas de estourar a Guerra do Golfo. Lutando pela paz, ofereceu-se para transar com George Bush e Saddam Hussein em troca de uma conciliação entre ambos. “Um de cada vez”, era a ressalva. Nenhum dos dois topou, a guerra começou e ainda teve um segundo turno com o Bush filho.
Com o nosso Tiririca, não corremos o risco de ter uma proposta dessa, mas certamente, haveremos de dar umas boas risadas. Ou, quem sabe, de nos "atracarmos no choro", como dizem os gaúchos.
Eu e meu namorado falamos sobre isso outro dia, comparando Tiririca e Cicciolina! Beijo, meu querido.
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