domingo, 8 de agosto de 2010
A poesia que é música
Comecei o domingo lendo a entrevista do Vitor Ramil, no Correio Braziliense. O Vitor é o irmão mas novo da dupla gaúcha Kleyton e Kledir. Eles formam uma família musical das mais produtivas da MPG - Música Popular Gaúcha.
Vitor não se aplica muito a esse gênero. É urbano, mas é, sobretudo, um menestrel campesino, um sujeito transcendente. Com um pé na depressão, mas transbordante de poesia, de lirismo. A música que ele faz pode ser uruguaia, pode ser argentina, pode ser brasileira. Ele faz, bem feita, uma música que tem alma.
Na entrevista deste domingo ele fala sobre o seu mais recente trabalho, "Delibab" em que mistura a poesia do argentino Jorge Luis Borges com a música do gaúcho João da Cunha Vargas. Lembrei do Mauro di Deus quando estava lendo. Pensei que ele vai gostar de ouvir esse disco, se ainda não ouviu.
Amarrando um pensamento noutro, numa associação livre, pensei na indefinição que permeia a minha escrita. Por vezes, penso que escrevo poesia. Em outras, sou todo prosa. Mas no conjunto, não consigo separar o que faço em bandejas distintas. Meus escritos são prosa e poesia ao mesmo tempo.
Daí pra pensar no meu maestro soberano, Lula Theodoro, foi um pulo. Fiquei lembrando do exercício de provocação que ele sempre me faz. E foi inevitável pensar nas coisas que já fizemos juntos.
Dessas aventuras musicais com Lula, resultou uma apresentação ao vivo na casa dele. Um debut nos palcos. Brinquei de cantor. Cantei uma canção de Godofredo Guedes que me encanta. E Lula, na viola; Armando, no baixo; e Macarrão, na percussão, garantiram o som que disfarçou com qualidade a minha voz de amador.
Lula tem sido responsável por esses pequenos prazeres em minha vida. Dias destes, mandei-lhe um poema e ele musicou. Chamei de "Brincadeira" e ele trabalhou sério. O resultado é algo de que me orgulho. Muito mais pela capacidade arranjadora do Lula, do que pela minha aventura vocal.
Neste domingão, dia dos pais, divido com vocês todos essa nossa orgulhosa "Brincadeira". Apenas para não esquecer que a vida vale o que a gente consegue fazer dela.
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Maranha é prosa, poesia, manhã de sol entrando no quarto, tarde de chuva no mato, cheiro de Deus. Pé de jabuticaba, amora colhida no pé... Que Brincadeira mais séria essa que fizeram. Dá vontade de cantar junto. A benção Maranha e Luiz. Que delicadeza musicada tão lindamente. A benção! Ganhei meu presente de "PÃE".
ResponderExcluirObrigado, Celene. Pela poesia e pelo carinho. Um beijo, minha linda.
ResponderExcluirtrem bão é o blog do maranhão!
ResponderExcluirvaleu, querido
nossas brincadeiras são seríssimas... e o sério é muito prazeroso!!!
Portanto, nosso trabalho é puro prazer!
É isso, meu maestro! Em outubro a gente volta a compor. Abraço.
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