sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Coincidências da vida
Uma das características da evolução do homem, que nos distingue dos animais, é a nossa capacidade de raciocinar e de mudar de opinião. Quanto mais a vida passa, mais as verdade deixam de ser absolutas, fruto do que se convencionou chamar de maturidade.
Nos últimos tempos, cada vez mais, Mara e eu nos encontramos sozinhos à mesa falando sobre nossas crianças. Elas cresceram, estão começando a seguir o seu próprio rumo, ainda nos dão (e acho que não deixarão, nunca, de nos dar) alguma preocupação, mas nos dão mesmo é muito orgulho.
É nessa fase, a da maturidade, que a gente vai percebendo que os nossos filhos são o que resultou de nós, melhorados, em muitas vezes, em relação ao que fomos um dia. Hoje, quando acordei, recebi uma ligação da minha mãe. Me cumprimentou como quem abençoa uma eterna criança. E me falou que o meu pai havia saído cedo, para uma solenidade no Congresso Nacional, em homenagem ao dia do Maçom.
Por uma dessas coincidências da vida, o meu aniversário cai exatamente no dia do Maçom. Meu velho é maçom e vive dizendo que a minha chegada ao mundo transformou-se em um presente duplo pra ele.
Por outra dessas coincidências da vida, meus amigos da TV Senado cobraram a minha presença para um tradicional café da manhã, das sextas-feiras, na redação. Queriam me abraçar e lembrar os três anos que passei por lá, aprendendo um pouco mais e dividindo aquilo que trago comigo dessa longa jornada de jornalismo.
Juntei as duas coisas e percebi que poderia estar com meus amigos e ainda fazer uma surpresa pro velho. Meti terno e gravata e fui. O carinho que tenho pelos amigos que fiz na TV Senado é especial. A minha chegada a Brasília, quase quatro anos atrás, se deu por lá. Em pouco tempo, eu me sentia rodeado por pessoas que parecia conhecer há anos. E isso não mudou, mesmo depois de tê-los deixado.
Depois do café, pedi ao André Ricardo (que terminou fazendo a foto que está lá em cima) que me levasse ao Plenário do Senado. Lá dentro, avistei meu pai, ao lado de seu amigo, também jornalista, Adirson Vasconcelos. Acenei e ele veio ao meu encontro. O aniversário era meu, mas fiz questão de que o presente fosse dele. Naquele momento, troquei de lugar, por compreender que ele deve pensar de mim algo parecido ao que penso dos meus filhos.
Um bocado do que sou é fruto das experiências que adquiri andando pelo mundo, conhecendo gentes, costumes e lugares diferentes. Mas há em mim um pedaço, que considero a essência da minha origem, que me foi dado por Dona Isabel e “seu” Viegas. Hoje, meu dia, devolvo a eles parte do orgulho de ser quem sou.
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