quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Macondo, 47!


Encerro hoje um ciclo. O dos 47. Daqui a pouco, já vai. 48. Um não faz muita diferença de outro, mas a vida anda mais distinta. No sentido de diferente. Hoje, em meio ao turbilhão da campanha, fui apresentado a um vinho “Primitivo di Manduria” – Sessantanni 2006.

Um primor. Provocou-me um delicioso hiato criativo. Vaguei por alguns minutos. Minha cabeça foi a Macondo e voltou. Sim, Macondo de Gabriel Garcia Marques. Não me pergunte “por que?”, só sei que foi a imagem que me veio.

Na abertura do livro “Cem anos de solidão”, Macondo é descrita assim: "uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos".

Foi lá que estive. Como um Melquíades, como um membro da família de José Arcadio Buendia, um instante de realismo fantástico, distante dessa selva política de concreto e leis, chamada Brasília.

Sorver e dividir o vinho na companhia de um amigo de origem síria talvez tenha me induzido a pensar em Macondo. Ele, aliás, tem cara de um personagem de Gabriel Garcia Marques. Tem gosto refinado, mas sobretudo, tem firmeza nos olhos e vigor na alma.

A comida importava menos. O lugar também. Importou, pra nós, o sabor e a viagem que o vinho nos permitiu fazer.

Um presente. Uma virada de página. Um futuro pleno e aberto, como uma Macondo. Adeus, 47.

2 comentários:

  1. felicidades amigo...e boa continuação de jornada!!!!grande beijo

    ResponderExcluir
  2. obrigado, Claudinha. ndava com saudade de suas visitas. Beijo.

    ResponderExcluir