Acabo de assistir uma entrevista de Ronaldo Costa Couto a Armando Rolemberg, na TV Senado. Uma conversa limpa, gostosa e com sabor de história viva. Além de escritor e historiador respeitado, Ronaldo foi um pouco de tudo, no ambiente político de Brasília, inclusive, governador do DF no período em que Sarney era presidente da República.A entrevista faz parte dos trabalhos especiais que a TV Senado fez, em homenagem aos 50 anos de Brasília. E Ronaldo vai revelando ao longo do programa detalhes que só alguém com dedicação à pesquisa e à investigação histórica podem alcançar.
A uma determinada altura da entrevista, ele lembra que um dos grandes méritos da construção de Brasília foi a interiorização do Brasil. No rastro desse movimento, o Brasil, que vivia de costas para o interior, descobriu um solo fértil e um espaço livre e rico para ocupar.
Lembra também que, na década de 50, o Brasil tinha aproximadamente 60 milhões de habitantes. A maioria, concentrada numa estreita faixa litorânea, de Norte a Sul do país. Hoje, estamos perto de 200 milhões de habitantes. Imagine, diz ele, toda essa gente espremida no litoral, como não seria a nossa vida?
Aos críticos da construção da cidade, Ronaldo Costa Couto informa que a idéia de transferir o poder central para o interior habitava o imaginário de JK desde os tempos em que era deputado federal, na década de 40. E conta que há um momento na história, nessa época, em que ele e Israel Pinheiro, também deputado, articularam para levar a capital do Brasil para o Triângulo Mineiro. Perderam a votação por poucos votos, mas registraram o desejo que, mais tarde, se transformaria em obstinação política da vida de JK.
Ao final, se despede mandando um abraço para a terceira filha de JK. Como se sabe, Juscelino teve duas filhas: Marcia e Maria Estela (essa, adotada). A terceira, segundo Ronaldo Costa Couto, seria Brasília de Oliveira Kubitscheck. Título de um dos vários livros dele.
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