Paulo Poeta Leminski |
Capa do livro a ser lançado pela Companhia das Letras. |
Que Belo Horizonte está para Leminski como a poesia concreta está para São Paulo. Que aquele jovem paranaense abusado tinha todo o direito de o ser, porque tinha a poesia na essência, na alma, desde cedo.
Que ele morreu cedo, bem mais cedo do que todos nós gostaríamos, que não chegou a conviver com a internet, mas que é um dos campeões das mídias sociais e sua obra está fadada à imortalidade.
Um dia, em Porto Alegre, Leminski me invadiu por meio da voz de Caetano. Era um show no antigo Teatro Independência. No meio do Show, Caetano falou de um poeta paranaense de quem ele gostava muito e com quem ele tinha feito uma parceria. E cantou Verdura. Naquele dia, passei a gostar mais de Caetano. E nunca mais me perdi de Leminski.
Agora, conto as horas para por as mãos em Toda Poesia. E enquanto a hora não chega, me divirto relendo, revendo, cantando Leminski, na voz de outro gênio da raça, que também nos deixou cedo: Itamar Assumpção.
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer vai ser minha última obra
(em “la vie en close”)
Ah, que boa notícia! e que bacana a dica do blog. :)
ResponderExcluirEsperemos pelo livro!
Abração e bom domingo!
Auci