quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Da esquerda para a direita: Isanor, Iram, Isabel Cristina e eu.
Nossa infância paranaense.
Ontem recebi um convite para o primeiro almoço "dos filhos de Jesus". Era uma brincadeira com o nome de meu pai, Inocêncio de Jesus Viegas. mas era também um chamado pra reunir, pra "guarnicê", como dizem os cantadores de toada, nas festas de bumba-meu-boi, no Maranhão.

Guarnicê em maranhês é  reunir, é juntar o que está disperso. E nós, irmãos, andávamos um pouco dispersos. Fruto do cotidiano distinto de cada um. Fruto da falta de tempo, da correria imposta pela vida em Brasília.

Somos cinco, três nascidos em São Luis (os irmãos nordestinos). Os dois últimos, paranaenses, nascidos em Foz do Iguaçu. Sim. Meu pai, militar do exército, nos fez conhecer o Brasil na sua cola. Nascemos espalhados por extremos. Me lembro da primeira grande seca de que se teve notícia transmitida ao vivo pela TV e a Globo lançou uma campanha para "ajudar os irmãos nordestinos".

Nós já estávamos no Paraná e os "irmãos sulistas" nos sacaneavam, juntando umas cestinhas com comida e peças de roupa para "ajudar os irmãos nordestinos".

Dessa época, tenho poucas fotos. Mas consegui resgatar uma (a lá de cima), quando ainda éramos apenas quatro. Guga, o mais novo, ainda não havia nascido.

Crescemos e a vida que nos separou, de vez em quando, nos juntava na casa dos velhos para as festas de fim de ano. Brasília passou a ser ponto de referência para encontros de alegria. Principalmente para quem, como eu, era o único que tinha decidido ganhar o mundo e viver fora.

Num desses encontros, ao chegar em casa, seu Viegas havia recuperado a nossa primeira bicicleta. Quer dizer, a minha primeira bicicleta, que depois foi da Isa, do "Bey", do "Binga"e, por fim, também do "Guga". Antes que me perguntem, sim, eu também tinha um apelido de infância. Em casa eu era "Nuca".

Um bem durável, quase eterno. A primeira bicicleta de todos. 

Ontem, como eu dizia, fizemos o primeiro almoço dos "filhos de Jesus". Foi um bom recomeço. Agora adultos, demos risada do passado, nos enxergamos no presente e nos comprometemos a ser mais felizes no futuro. Foi dada a largada. Valeu, manos!

No presente, enxergando um futuro mais feliz. 

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