domingo, 13 de maio de 2012

Sobre amigos, filhos e mães

Liliana Bayá teve duas filhas, Tessai e Aimé. Liliana nasceu na Argentina e foi criada na Bolívia. Eu, nascido no Maranhão, a conheci fazendo faculdade, no Rio Grande do Sul. Sim, esse imenso laboratório de culturas e raças chamado Brasil, nos juntou em solo gaúcho e fez de nós grande amigos. Na UNISINOS, fizemos algumas disciplinas na mesma turma, ainda que ela fizesse Arquitetura e eu, Jornalismo.

Nessa época, nós dois éramos como bichos de zoológico nas salas de aula, em meio aos nativos do Sul Maravilha (em sua maioria, filhos ou netos de famílias que vieram da Europa). Eu nordestino, ela castelhana. Servíamos de parâmetro para toda e qualquer discussão. A cada exemplo, lá vinha a pergunta: E como é isto no Nordeste? E como é aquilo na Bolívia? E assim fomos ficando cada vez mais amigos.

Liliana casou e nasceu a Tessai. Por conta das exigências do curso de arquitetura, muitas vezes a Liliana se socorria comigo e com a Mara para cuidarmos da Tes, enquanto ela dava conta dos seus trabalhos de faculdade. Acho que cuidamos tão bem que quando a Aimé nasceu, fomos convidados a ser padrinhos dela.

Tessai, Aimé e Liliana

Entretanto, o convite veio quando nós já não vivíamos na mesma cidade. Penso até que a Liliana já havia voltado para a Bolívia e já estava casada com Roberto, que àquela altura, também já saíra do primeiro casamento e trazia consigo um filho, o Andrés. Formaram uma nova família.  Nossa amizade, mesmo à distância, se reforçou tanto que o convite para o batizado se manteve. Ao final, nos tornamos padrinhos da Aimé, que só fomos conhecer de perto alguns anos depois.

Zoe e Aimé
Há pouco tempo, em uma viagem de trabalho que fiz à Cochabamba, estive com meus compadres Liliana e Roberto. Também estive com Aimé, que a esta altura já lhes deu uma neta linda, que se chama Zoe.

Sentados: Aimé, Zoe, Liliana e Tessai. De pé: Roberto e Andrés.
Em encontros assim a gente se dá conta de duas coisas: o valor das amizades e a passagem do tempo. Nossas crianças crescem rápido demais. E nós não percebemos essa velocidade, senão quando nos deparamos com eles crescidos, adultos, já transformados em pais e mães.

Aimé em ação com a filmadora.
Nossa afilhada cresceu. 
Ontem, fazendo o meu percurso natural de busca por informações na internet, me deparei com uma foto da minha afilhada, Aimé,  em ação. Sim, ela estava de câmera em punho, fazendo imagens para algum documentário, cercada de nativos bolivianos, em algum lugar da Cordilheira dos Andes.

Não tenho certeza, mas penso que a escolha da profissão da Aimé se deu, também, pela convivência com o Roberto, meu compadre, que é diretor de cinema, fotógrafo e roteirista dos melhores que conheço. É bem verdade que hoje ele é mais conhecido por ser um avô coruja da Zoe, do que por qualquer outra coisa.

Roberto e Zoe
Seja o que for, não importa. Importa que a nossa Aimé cresceu, é mãe e é uma profissional competente, sem ter deixado de ser a nossa afilhada, a nossa criança. Escrevendo estas palavras de amor, carinho e saudades para a Aimé, eu aproveito este fim de dia das mães para transformá-la em portadora de minha homenagem a todas as mães desse imenso universo.  Que elas nunca deixem de ser, em essência, a criança que as transformou em grandes mulheres.

Tessai e Liliana

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