O dia da formatura. Enfim, jornalistas! Ivan Vieira, Denise Newmann, Jussara Veron (de pé, ao fundo). Vera Haas, eu, Marcio Martins, Rosa e Karine (embaixo) |
Corria o
ano de 1982. Era já o segundo semestre e marcava o meu retorno à UNISINOS,
depois de seis meses distante. Uma transferência do meu pai, que era militar,
me levara junto, de volta ao Maranhão – terra natal que trago no nome/apelido,
graças à professora Elvira Coelho que assim me batizou já no primeiro dia de
aula. Lembro como se fosse hoje:
Professora Elvira |
Qual é o seu nome, meu filho?
Inorbel, professora.
Como?
Inorbel.
Silêncio.
De onde você veio, menino?
Do Maranhão, professora.
Ah! Eu também sou de lá. Mas olha,
vai ser difícil lembrar esse nome. Eu acho que de hoje em diante vamos te
chamar de Maranhão. Maranhão Viegas.
Pronto, foi o meu segundo e mais
definitivo batismo.
Virei Maranhão Viegas para o resto
do tempo de faculdade e para o resto da vida.
Como eu dizia, o segundo semestre de 1982
marcava o meu retorno à UNISINOS, depois de seis meses distante. Nesse meio
tempo, recorri ao professor Francisco Araújo através de cartas, longas cartas. Naquele época a
internet era ainda obra de ficção científica pra nós. Na mais importante das
cartas que escrevi ao Araújo, falei sobre a vontade de voltar para completar o
curso de jornalismo onde havia começado. Mas que enquanto isso não era
possível, que eu faria um curso de cinema e queria a sua orientação, o seu
monitoramento, mesmo à distância.
Araújo
gostou da carta e resolveu lê-la para outros alunos na UNISINOS. No dia em que
ele leu a carta, havia uma de jornalismo chamada Mara Franke dentro da sala.
Araújo leu e comentou a carta. Lembrou o nome de quem tinha escrito e disse que
pelo nome verdadeiro, pouca gente se lembraria do autor. Mas ao falar o
apelido, a memória de muitos se avivou.
Para Mara,
no entanto, foi a primeira vez que ouvira aquele nome. Ela havia trocado havia
pouco, o curso de Geologia pelo de Jornalismo. Se dava melhor com as letras do
que com as rochas. Mara me confessaria mais tarde que sentiu uma imensa vontade
de conhecer aquele cara da carta.
O tempo
passou e eu, de fato, consegui voltar à UNISINOS. E já no primeiro semestre da
minha volta, em 1982, junto com a Flávia Divina da Cunha – a Xutopia –, o Elton
Scartazinni (nosso Alemão) e o Gilmar Rodrigues, criamos o LEV – Movimento de
Livre e Espontânea Vontade, que apresentava esquetes nos intervalos das aulas,
ao ar livre. Foi um movimento leve (como o nome sugeria) e ligeiro. Mas foi o
suficiente para provocar um encontro real entre eu e Mara.
Ao final de
uma esquete ela se aproximou, elogiou o trabalho e me convidou para um café em
sua casa. Eu achei que era tudo verdade, principalmente o convite para o café.
E fui. Para nunca mais sair de lá. Isso faz 30 anos.
No dia do casamento, a turma foi para ter certeza e "apadrinhar". Jussara, Deraldo, Denise, Alexandre, Karine e Luciane. Eu e Mara, sentados e felizes. |
Como veem,
a UNISINOS, a professora Elvira e o professor Araújo tiveram uma participação
definitiva em nossas vidas. Nosso casamento rendeu uma longa estrada, muitos
desafios jornalísticos, dois filhos (uma cineasta e um formando em farmácia),
muito amor, carinho e cumplicidade.
Só isso
(tudo) já justificaria a emoção de nos encontrarmos com estes e outros
personagens que jamais sairão da nossa vida. Não me arrisco a falar todos os
nomes, mas sintam-se todos (viu, Luiza!) presentes em nossa memória mais
afetiva.
Gostaríamos
– eu e Mara de poder participar deste encontro. Não foi possível. Mas eu tenho
certeza, haverá outros.
Um beijo
carinhoso, cheio de afeto e agradecimento.
* Hoje,dia 2 de dezembro de 2012, os ex-alunos do Curso de Comunicação Social da UNISINOS, se reúnem no prédio onde funcionou a "sede velha" da universidade, em São Leopoldo. São 40 anos de curso. Muitas histórias. Nós não estamos lá, mas só fisicamente.
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