A ilha de edição é onde tudo acontece. O pouco vira muito. O nada se transforma em algo. A imaginação, a realidade, o desejo, a vontade. Na ilha a mente se isola e se amplifica. Você entra com hora marcada e não sabe a hora de sair.
A ilha de edição é o coração da produtora. O cartão, a imagem, o efeito, a montagem, o dedo nervoso do editor, a hora que não passa, o sono, o cansaço, a trilha sonora. A ilha é tudo.
Quando a edição acaba e o filme fica pronto, dá uma sensação de alívio! O filme é a extensão do pensamento do editor, do roteirista, do criador. Então, o filme pronto é o parto concluído. A geração planejada. O filho parido, que nasce crescido e pronto para partir.
Vai, criação, sustentar a ideia, seduzir as mentes, conquistar a memória e traduzir o tempo.
Depois de tudo, quando a edição termina, a ilha não passa de um território vazio. O coração, fértil de melancolia. É sinal de que tudo deu certo.
Maranhão !!! você conseguiu, com sua prosa privilegiada, fazer da ilha de edição uma completa poesia! E só nós que perdemos --- ou melhor, ganhamos --- horas da vida ali naqueles frios monitores e imagens fragmentárias, sabemos do que vc fala... Que vitória, uma edição finalizada, o pensamento, o abstrato ali amplificado, perfeito, a idéia finalmente no mundo, compartilhada em mil, em milhares de outras mentes.
ResponderExcluir... beijos, querido.
É isso mesmo Ana. Perdemos e ganhamos horas na ilha. Na maioria das vezes, traduzindo pensamentos e transformando ditos em feitos. É a nossa ciência misturada com a nossa poesia.
ResponderExcluirBeijo, saudade!