terça-feira, 5 de agosto de 2014

Carioca



Por alguma razão que eu confesso desconhecer, o garçom que mais me atende no almoço do Café Nazareth – onde vou a cada dois dias, pelo menos – encarnou de me chamar de “Carioca”.

Não sei se pelo meu sotaque de nordestino, não sei se pelo meu jeito menos formal, que sempre me permite enxergar a pessoa que existe por trás dos garçons. Não sei.

Sei que ficamos amigos. Eu, Carioca e ele, Sandro.
Não importa quem esteja me atendendo, ele sempre vem me cumprimentar e perguntar se já fui atendido, se está tudo bem.

Outro dia, fiquei sabendo, ele estava com o pescoço duro, por conta de um torcicolo. Pensei que ele tinha dormido mal. Não, me explicou. Estava jogando bola, deu uma cabeçada e ficou assim. Sandro é pouco mais que um adolescente

Às vezes, almoço sozinho no Nazareth.

Nesses dias, Sandro, sem saber é a minha melhor companhia.

Vai um chá digestivo ai? 


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