Por alguma razão que eu confesso desconhecer, o garçom que
mais me atende no almoço do Café Nazareth – onde vou a cada dois dias, pelo
menos – encarnou de me chamar de “Carioca”.
Não sei se pelo meu sotaque de nordestino, não sei se pelo meu
jeito menos formal, que sempre me permite enxergar a pessoa que existe por trás
dos garçons. Não sei.
Sei que ficamos amigos. Eu, Carioca e ele, Sandro.
Não importa quem esteja me atendendo, ele sempre vem me
cumprimentar e perguntar se já fui atendido, se está tudo bem.
Outro dia, fiquei sabendo, ele estava com o pescoço duro,
por conta de um torcicolo. Pensei que ele tinha dormido mal. Não, me explicou.
Estava jogando bola, deu uma cabeçada e ficou assim. Sandro é pouco mais que um
adolescente
Às vezes, almoço sozinho no Nazareth.
Nesses dias, Sandro, sem saber é a minha melhor companhia.
Vai um chá digestivo ai?
Com direito a trevo na xícara.
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