Pequena torcedora chega ao Mané Garrincha. Não é Carnaval, mas parece.
Foto: Xinhua/Liu Dawei
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Querido amigo, Rudá.
Não é carnaval no Planalto Central do País.
Mas parece.
A capital da política, dos escândalos, das propinas, de repente,
cedeu lugar a uma gente estranha - por ser alegre e desprovida
de urgências
que não sejam um bom jogo de futebol.
As longas filas que se formaram diante do Mané Garrincha (não
adianta, ele nunca será o "Estádio Nacional"), no último domingo, dia
do jogo entre Equador e Suíça foram engolidas em poucos minutos. Não deu
tempo de esquentar a cabeça no sol. E se esquentou, não foi o suficiente para
romper a barreira do bom humor.
Brasília está em festa. Vestida para festa. Coberta de verde e
amarelo.
Por uns poucos dias, procura-se um novo escândalo nas páginas
dos jornais
e o maior que encontramos é a paralisia do Cristiano Ronaldo
diante de uma
enebriante Alemanha.
A Catedral de Brasília, vestida de verde e amarelo. |
Depois da Copa, certamente, as obras e o tal legado da Copa vão
servir de combustível para a campanha política. Mas, por enquanto, as ciclovias
estão sendo usadas por ciclistas deslumbrados com a arquitetura e com o verde
da cidade.
Os turistas apaixonados e cheios de orgulho pela "Capital
Museu A Céu Aberto", nos fazem lembrar que, sim, é um orgulho viver
neste Patrimônio da Humanidade.
Por uns poucos dias, nos dividimos entre cuidar do que é nosso e
nos envaidecermos com o que temos de melhor. Brasília é um encanto.
Apesar da política que, por vezes, exala um mau cheiro quase
insuportável.
Sim, Rudá. A Copa está acontecendo. E está dando certo. Não se
sabe por quanto tempo, não se tem certeza de que o Brasil seja o vencedor. Mas
há pelo menos uma certeza pairando no ar: Está tudo bem diferente
do que muitos previam. A expressão "Imagine na Copa", hoje soa
envelhecida. Estamos vivendo a Copa. E o Brasil, uma vez mais, se mostra maior
que os seus problemas.
Não é carnaval no Planalto Central do País.
Mas parece.
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