domingo, 30 de junho de 2013

Boleiro

Década de 70, nos tempos do Guairacá.
Quando me entendi por gente, me descobri torcendo pelo Moto Club de São Luis. Lá em casa, todos eram motenses apaixonados e nutriam uma especial antipatia contra os bolivianos (assim eram chamados os torcedores do Sampaio Correia, cujas cores da camisa - amarelo, vermelho e verde - lembravam as cores da bandeira da Bolívia). Algumas vezes tive o prazer de ver o clássico do futebol maranhense - o Maremoto (Maranhão X Moto Club) no estádio Nhozinho Santos, ao lado do Viegão. Lá se vão mais de 40 anos.

O "clássico" maremoto, Maranhão Atlético Clube
contra o Moto Club de São Luis. 
Mas o vermelho e preto do time maranhense não me fez um flamenguista juramentado, como poderia ser natural. A paixão pelo Moto permaneceu enquanto estive lá. E guarda resquícios de amor e respeito pelo time, que se manifestam toda vez que visito a gaveta das lembranças ludovicenses.

Quando deixei o Maranhão e cheguei ao Paraná, no início da década de 70, meu coração juvenil se apaixonou pelo alvi-verde do Palmeiras logo que o futebol me conquistou e me levou para os campos - seja o do quintal de casa, seja o das colônias de férias no quartel, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Foi uma paixão definitiva, que persiste até hoje.

Fui ponta direita do time do 1º Batalhão de Fronteira, o Guairacá Esporte Clube, que - não por coincidência, ostentava as cores verde e branco. Nunca tive o brilho de um Garrincha, mas dei minhas tacadas e deixei alguns joãos a ver navios. Fiz cruzamentos certeiros e marquei gols decisivos, como o que deu o título de um campeonato ao Guairacá, contra o time do ABC, nosso maior adversário naqueles tempos de Foz do Iguaçu.

Hoje, dia de decisão da Copa das Confederações, olho para trás com o carinho das boas lembranças. Meu coração verde e branco vai torcer pela seleção Canarinho. O verde e amarelo falando mais alto, mesmo que, nos tempos de agora, a Pátria de Chuteiras tenha se tornado só uma expressão antiga. E não vá além de uma imagem em preto e branco, memória de um período em que o futebol era capaz de disfarçar qualquer angústia.

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